Roberta Pinheiro – Do Correio Braziliense “Eles tiraram a minha arma”, relata Gabriela*, uma escrivã da Polícia Civil do DF, de 46 anos, que, em 2008, descobriu sofrer de depressão. O sujeito “eles”, a que ela menciona, tomou tal decisão para proteger a mulher, inclinada a cometer suicídio nos momentos mais intensos da doença. Mas também se refere ao próprio transtorno. A depressão desestabiliza. Os relatos são de isolamento, fraqueza e dor. Na descrição dos pacientes, é como se perdessem o controle sobre o corpo, a mente e os sentimentos. Como se ele, o transtorno, lhes tirasse a própria arma.
São 23 anos dedicados à Polícia Civil do DF e à família, principalmente ao filho e ao marido. Gabriela se descreve como uma pessoa que nunca vê serviço por fazer e deixa pra lá. Ao contrário. Ela sempre esteve presente e carregou por anos uma enorme sobrecarga de trabalho e de funções. “Vivia com o mundo nas costas.” O primeiro sintoma a surgir foi a falta de sono. Como trabalhava em esquema de plantão, nos dias de folga, não dormia e, no serviço, estava cansada. Gabriela fazia ainda faculdade de direito. No início, desconfiou que fosse labirintite, pelas tonturas que sentia.
“O ápice foi durante um flagrante da Lei Maria da Penha, em que travei. O mundo girava. Me deu fraqueza e uma sensação de abandono. Fiquei fora de mim. É algo complexo, só quem passa entende.” Ao contar o que sentia para um otorrino, o médico negou a hipótese de labirintite e recomendou que Gabriela buscasse uma ajuda psiquiátrica. A primeira medida da médica foi afastá-la da delegacia por alguns dias, além de prescrever medicação. Começava ali uma batalha diária.
Pesquisas, profissionais da área e o próprio Ministério Público do Trabalho no DF confirmam que a depressão se configura hoje como uma das principais causas de afastamento profissional em diferentes áreas. Segundo dados do Ministério da Previdência Social, em 2014, 388 pessoas no DF se ausentaram por motivo de transtorno depressivo recorrente. Em Brasília, problemas como estresse, depressão e síndrome do pânico correspondem a cerca de 60% dos motivos de ausência de servidores públicos estatutários — não incluídos as polícias Civil e Militar nem o Corpo de Bombeiros —, segundo pesquisa da Subsecretaria de Saúde, Segurança e Previdência dos Servidores (Subsaúde), que analisou ocorrências do biênio 2011 e 2012.
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