O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta terça-feira, 16, que, se o governo federal enviar a reforma administrativa ainda este ano, ela será colocada logo em tramitação na Casa. No entanto, ao comentar uma informação de que o presidente da República, Jair Bolsonaro, só encaminharia a proposta em 2021, Maia disse que definir o momento do envio é prerrogativa do mandatário.
Ele se referia a uma entrevista dada pelo presidente Jair Bolsonaro a BandNews, nesta semana, afirmando que a aprovação da reforma administrativa pelo Congresso não é mais viável mais este ano. “É um desgaste muito grande. Eu não estou preocupado com reeleição, mas nós devemos nos preocupar com o brasileiro de forma honesta, justa, e não ser massacrado pela opinião pública por uma coisa que você não fez e não propôs. Então, a guerra da mídia é importante, por isso o atraso no envio da reforma administrativa.” E continuou: “O segundo semestre acaba em novembro, por causa das eleições. Isso, com toda a certeza, fica para o ano que vem.”
Além disso, o presidente ainda declarou que é preciso que a mídia faça um bom trabalho sobre a reforma administrativa para mostrar que ele não está querendo acabar com a estabilidade dos servidores públicos. “Se não, chega para os 12 milhões de servidores públicos que estou acabando com a estabilidade deles. Eu não estou preocupado com reeleição, mas temos que ouvir nossos eleitores.”
Leia também – Uebel e Lenhart: ”É evidente que precisaremos, cada vez mais, fazer uso da contratação temporária”
Sobre o assunto, em videoconferência da Conexão Empresarial 2020, o deputado Rodrigo Maia ressaltou que “tenho dito desde o ano passado que a reforma previdenciária e administrativa são sacrifícios necessários feitos pelo servidor público e o trabalhador brasileiro. A reforma tributária, sem aumento da carga tributária, mas alguma transferência de carga tributária entre os modelos, principalmente no caso de bens e serviço e na renda, esse apoio precisamos do setor privado brasileiro.” Para ele, não adianta caminhar para uma reforma administrativa, sem compreender que a grande alavanca do desenvolvimento de qualquer país é a competitividade das empresas.
Segundo Maia, a comissão mista do Congresso que analisa a reforma tributária “deve voltar nos próximos dias”. “Essa (a reforma tributária) deve ser a prioridade da Câmara, pelo menos”, comentou.
*Com informações da Agência Estado