O Ópio Digital dos Novos Colonizadores

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Os Headhunters (Caçadores de Cabeças)!

Está aberta a caça a um dos bens mais preciosos do momento, a sua Atenção! Games, notificações de tudo quanto é lado, redes sociais para postar, reagir, responder, milhares de lives, grupos da família, da igreja, da empresa, da vizinhança, notícias o tempo todo, reuniões profissionais, chamadas telefônicas, um zilhão de empresas apitando promoções sedutoras e o dia quando acaba ainda te encontra dando uma espiadinha, com o celular a te acompanhar no quarto, banheiro e sabe-se lá onde mais! Varar a noite maratonando séries, documentários e Reallity Shows? Como você imagina que toda esta toxidade tecnológica afeta sua Vida? Tem outro jeito de viver o presente e planejar o futuro sem considerar a submissão a este bombardeio psíquico? Até onde nossa autonomia e livre-arbítrio estão comprometidos pelo condicionamento social gerado pelas tecnologias e o sentido de urgência que delas derivam?

Zumbis Digitais

Reed Hastings, CEO da Netflix, causou grande polêmica ao afirmar em 2017, com certa naturalidade, que o maior concorrente de sua Empresa era o sono das pessoas. Para alguns soou engraçado mas para os especialistas da mente humana (psicólogos, neurocientistas, pedagogos etc), a declaração foi infeliz e no mínimo lamentável por agredir a natureza humana e suas condições biológicas básicas onde o repouso, o sono, cumprem papel regenerador.
Antes da Pandemia, em 2019, uma Pesquisa dirigida pela Hoopsuite em parceria com a We Are Social, apontou que cada pessoa do mundo, se conecta a internet, por seis horas e quarenta e dois minutos ao dia, perfazendo 100 dias inteiros a cada ano. Nosso país apresenta uma média ainda maior: nove horas e vinte e nove minutos diários, totalizando 145 dias inteiros ao ano. Perdemos para os Filipinos que somam dez horas diárias. Aliás, analisando o Ranking Global, uma constatação salta aos olhos: Países que passam mais tempo conectados são pobres ou em desenvolvimento (Argentina, Brasil e México, Vietnam, por exemplo), enquanto populações das nações desenvolvidas (EUA, Japão, França e Alemanha), passam um tempo menor que a média mundial, conectados. Imagine o quanto estes números cresceram em 2020 com o Isolamento Social!

Na opinião do Pesquisador de Oxford, James Williams que esteve por 10 anos no Google, essa imensa quantidade de informações provoca a falta de atenção. Em declaração ao periódico El País, ele enfatizou: “Não prestamos atenção um no outro quando usamos o Zoom. A maioria das pessoas olha para si mesma. Ou para um ponto negro, a câmera”. Em seu Livro intitulado: “Clicks contra a Humanidade”, Williams propõe que se altere a expressão: “A Era da Informação” para a “Era da Atenção” e alerta: “Quando a informação é abundante, a escassez é de atenção. As redes sociais querem nos roubar algo essencial para o nosso desenvolvimento, embora ainda saibamos muito pouco sobre suas consequências em nossa espécie”.

Ópio Digital

No Passado, as duas Guerras do Ópio (1839 a 1842) e (1856 a 1860), travadas contra o Império Chinês pelo Império Britânico (primeira) e pelos Impérios Britânico e Francês (segunda), culminaram na assinatura do “Tratado de Nanquim”, que obrigou o Imperador Xianfeng (Yìzhǔ (奕)), a ceder parte de seu Território por 100 anos para os Ingleses (Hong Kong). Os invasores traficavam da Índia, volumes gigantescos de ópio (entorpecente extraído da papoula) e vendiam na China, obtendo lucros imensos para compensar suas importações de sedas e especiarias. Por vezes o Imperador proibiu esta comercialização pois identificou a forte dependência química em massa gerada pela droga e a consequente debilitação física e degradação moral de sua população. Não resistiu e sucumbiu diante da massificação do ópio. Será que agora os países em Desenvolvimento não estão diante de Novas Caravelas, onde o ópio digital assume a nova forma de dominação e conquista de espaços? Seria a nova fronteira das dominações globais, os cérebros de todos nós?
As perdas impostas pelos vícios químicos são mais do que conhecidas e propagadas, mas a intoxicação tecnológica é relevada com muita facilidade. Os governos devem urgentemente considerar a criação de centros de atendimento e programas de desintoxicação pois estamos a falar de Saúde. As doenças derivadas do excesso tecnológico, como ansiedade, depressão etc precisam ser tratadas e prevenidas com campanhas televisivas e nas próprias Redes Sociais. Com relação as sucessivas invasões de privacidade noticiadas todas as semanas com exposição de dados pessoais e empresariais, a manipulação dos algoritimos afetando decisões eleitorais, de consumo, das relações afetivas etc, o que falta para o estabelecimento de regulatórios a exemplo do Parlamento Europeu e Americano no que se refere a Ética no uso da Inteligência Artificial e ao controle do gigantesco poder concentrado nas mãos das Big Techs?

O Psiquiatra Richard Graham, do Hospital Capio Nightingale de Londres, que trata viciados em Tecnologia é enfático ao dizer: “O excesso de tecnologia esgota o cérebro da mesma forma como acontece com a depressão e como acontece com o uso de anfetaminas, por exemplo, que dão muita empolgação para depois deprimir”. O Teste proposto por ele e publicado pelo UOL Notícias, pode te ajudar a identificar a quantas andam sua dependência tecnológica:
TESTE: VOCÊ É VICIADO EM INTERNET?
Cinco ou mais respostas afirmativas indicam que é possível que você tenha problemas com a Tecnologia:
1 – Você fica online mais tempo do que gostaria, com cada vez mais frequência?
2 – Você ignora e evita seu trabalho e outras atividades para passar mais tempo conectado?
3 – Você checa com frequência mensagens e e-mails antes de algo que precisa fazer, às vezes até se atrasando para refeições?
4 – Você se irrita quando alguém o interrompe quando está tentando fazer algo online ou no seu telefone?
5 – Você prefere passar tempo com pessoas na internet a encontrá-las pessoalmente?
6 – Quando está offline, você pensa muito sobre quando conseguirá se conectar novamente?
7 – Você discute ou se sente criticado por amigos, parceiros e parentes sobre a quantidade de tempo que passa online?
8 – Você se empolga com a expectativa de ficar online e também pensa antecipadamente sobre o que fará quando estiver conectado?
9 – Você prefere atividades na tela a sair e fazer algo diferente disso?
10 – Você esconde ou fica na defensiva sobre suas atividades online?

Recomendações para a desintoxicação digital de adultos e Crianças:
1) Desconecte-se ao máximo dos aparatos tecnológicos – experimente por exemplo, desintoxicar-se desligando o computador e o celular à partir de um determinado horário. Jamais leve-os para o banheiro, quarto etc.
2) Desabilite suas notificações do celular, todas se possível, isso reduzirá a sua dependência de saber o que se passa cada vez que apita ou vibra.
3) Evite os assistentes sociais dos seus “Smart Phones”, aqueles para quem você gosta de ficar fazendo perguntas até para se descontrair de vez em quando.
4) Antes dos seis anos, o ideal é não ter telas. Quanto mais cedo forem expostos, maiores serão os impactos negativos e o risco de consumo excessivo subsequente. A partir dos seis anos, se os conteúdos forem adaptados e o sono preservado, o tempo em frente a tela pode chegar até meia hora ou até uma hora por dia, sem uma influência negativa apreciável.
Outras regras relevantes: sem telas pela manhã antes de ir para a escola, nada à noite antes de ir para a cama ou quando estiver com outras pessoas. E, acima de tudo, sem telas no quarto
5) Uso de Videogames: Não permitir o uso por parte de crianças e adolescentes a noite entre 22h e 8h da manhã; Uso limitado a no máximo de 90 minutos diários durante a semana, exceto nos finais de semana, feriados e período de férias escolares, cujo uso poderá ser de 180 minutos diários no máximo.
6) Meditação: Reconecte-se com sua Essência! Aprenda a respirar, a silenciar, desligue-se do sistema reptiliano tão bombardeado pela ideia de medo, urgência, competição e correria. Nada de velhas desculpas do tipo: “Eu não consigo parar” ou “Meditar não é comigo, sou muito estressado” etc. Reassuma o controle de si. Existem mais de 70 possibilidades distintas de meditação. Não há mudanças de resultados sem mudança de comportamento. Recomendo que busque em seu bairro ou próximo dele, um centro de Meditação Vipassana, por exemplo! Acesse: https://sociedadevipassana.org.br/

7) Exercícios físicos diários e contato com a natureza sempre.
E Você tem outras dicas para compartilhar? Deixe suas sugestões no campo de Comentários deste Artigo.

Centros de Reabilitação para Viciados Digitais:

Araçoiaba da Serra (SP) – Centro Terapêutico Araçoiaba. Website: http://www.ctaracoiaba.com.br/contato

Cuiabá: Centro de Estudos da Família e do Indivíduo. Contato: ceficuiaba@cefipoa.com.br

Porto Alegre – Centro de Estudos da Família e do Indivíduo. Contato: cefi@cefipoa.com.br

Rio de Janeiro – Santa Casa da Misericórdia. Contato: faleconosco@santacasarj.org.br

São Paulo – Grupo de Dependência Tecnológica. Contato: contato@dependenciadetecnologia.org

Conhece alguma em Brasília ou outra cidade? indique nos comentários por favor!

Namastech!

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