Por FERNANDO JORDÃO
Dados da Organização Mundial da Saúde mostram que a calvície atinge aproximadamente metade da população masculina do planeta. Agora, no Brasil, o problema vai ficar um pouco mais difícil de ser combatido, ou pelo menos disfarçado. Isso porque a Receita Federal apreendeu na última quinta-feira (20/4) 600 perucas no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo. Toda a carga estava na bagagem de um único homem que vinha dos Estados Unidos.
O passageiro se apresentou como não declarante, mas, durante um procedimento de rotina, foi selecionado para fiscalização. Quando os agentes viram o material que estava na bagagem, ficaram de cabelo em pé. De acordo com a Receita Federal, a quantidade de bens trazida caracterizava clara destinação comercial e, ao realizar uma pesquisa sobre o dono das perucas, constatou-se que ele era proprietário de um salão de beleza, o que confirmou as suspeitas.
Pela lei brasileira, é proibido o ingresso no país com bagagem de bens com destinação comercial/industrial. Apenas bens de uso pessoal e presentes podem ser trazidos do exterior. Além disso, se os cabelos usados para produzir as perucas fossem naturais (o que não era o caso), o passageiro precisaria ainda de uma autorização da Anvisa para a importação.
Junto com as perucas, também foram apreendidas mais de mil fitas para fixação. Segundo a Receita Federal, o material provavelmente será doado para instituições hospitalares ou filantrópicas. O caso será encaminhado ao Ministério Público que vai analisar se houve crime na conduta do passageiro. Além de perder a bagagem, o homem — que deve estar arrancando os cabelos com o prejuízo — também pode ser condenado criminalmente caso o Ministério Público decida dar andamento ao processo.
(Pedimos perdão pelos trocadilhos infames)