Polegar, porta, bala de goma – prosaicos e perigosos elementos

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Um depoimento sobre prosaicos, porém perigosos elementos presentes no dia-a-dia de cada um de nós. A bruxa estava solta semana passada!

Pode parecer que resolvi transformar em sabática a semana que passou quando não respeitei a periodicidade de meu blog, mas tive bons e razoavelmente sérios motivos que justificam a falha: a natureza meio que conspirou contra mim.
Vamos aos fatos – logo no comecinho da semana passada, me despertei com insuportável incômodo no polegar direito, aquele que usei para apoiar meu corpo nada pequeno ao tropeçar num degrau. Larguei mão do deixa-pra-lá e fui atrás de consultar uma ortopedista, que submeteu o dolorido dedão a uma infiltração igualmente dolorida.

Depois de uns poucos dias mais, o polegar aos poucos e vagarosamente foi voltando ao normal. Feliz e agradecida, descobri que sem o dedão, um destro se vê obrigado a pedir ajuda para cumprir a rotina diária. Passei a cuidar melhor do conhecido “mata-piolho”. Na verdade, cresceu minha admiração por ele.

Bala de banana: delícia ou perigo?

Como a semana havia começado com a saúde em foco, fui ao oculista para a revisão anual de meus olhos que passaram por uma muito bem-sucedida cirurgia de catarata. Na sala do doutor que cuida da minha visão tem um bowl com irresistíveis e levemente cremosas balinhas de banana, um mimo para os pacientes quando saem da consulta. Adoro tais guloseimas e, sem pudor, degusto ao entrar na sala de consultas e ao sair, com a maior e infantil cara de pau, levo algumas para a “viagem”.

Desta vez não foi diferente só que a natureza se posicionou contra mim – ao comer uma das muitas balinhas de banana que peguei na saída, consegui arrancar inteirinho um implante dentário magnificamente feito por meu dentista que, com razão, me deu um pito.
Diante do cenário que se apresentava, resolvi ser cuidadosíssima porque o mar, definitivamente, não estava pra peixe. Pelo menos para mim.

Cautelosa, me poupei de atitudes extravagantes e me cerquei de cuidados extremos a ponto de no fim da semana ir de Uber me encontrar com amigas de longa data, moças que adoro. Vai que meu carro furasse um pneu ou apresentasse um probleminha qualquer… sabe Deus. Passei horas agradabilíssimas e me diverti bastante. Voltei para casa mais leve, despreocupada e certa que a natureza já tinha se cansado de aprontar comigo.

O polegar é um dedo de extrema importância

De fato, tive dois dias de absoluta calma em casa, quase uma monotonia até que, no domingo, perto da hora de virar o calendário para segunda-feira, já deitada pronta para dormir, escuto um barulho diferente vindo do corredor que antecede meu quarto. Me levantei para ver o que era e não pude acreditar!!! Do nada, sem interferência alguma de corrente de ar, ventania, aves noturnas, mariposas, seres humanos ou propagação de som, a grande porta de vidro blindex que separa tal corredor de outro cômodo, esparramada em cacos brilhava provocativa no chão. Reagi dramaticamente, com as mãos na cabeça perguntando-não-sei-pra-quem ‘por que eu?????????????’, deixei os estilhaços esparramados no chão, voltei para a cama e dormi.
No dia seguinte chamei um vidraceiro, tomei as providências necessárias para reposição da porta e comecei a semana conformada. Se é verdade que um raio não cai duas vezes no mesmo lugar, os contratempos por mim vividos estes dias não mais se repetirão. Serve de consolo também a frase “podia ter sido pior”. De qualquer forma, passo longe das outras portas de vidro e hoje mesmo vou colocar atrás da porta de entrada da minha casa um copo com água e sal grosso. Sabe como é, né –“no creo em brujas pero las hay”…

Mariza de Macedo Soares

Publicado por
Mariza de Macedo Soares

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