Árabe, japonesa, italiana, brasileira, autoral – as boas mesas da capital da República

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Uma confissão, um relatório absolutamente pessoal – com chance zero de contestação – sobre as boas mesas da capital da República, como o Dom Francisco

Sei cozinhar, gosto de comer e sou curiosa quando se trata de comida – quero experimentar as iguarias cantadas (ou detonadas) em prosa e verso pelos críticos de gastronomia antes de bater o martelo no julgamento de meu paladar, que, a bem da verdade, é o que me interessa e me permite definir o que chamo de boas mesas da capital da República. Deixo claro, uma vez mais, que é uma confissão baseada em experiência pessoal apesar de respeitar opiniões em contrário.

Não tanto quanto gostaria, vez por outra vou ao Dom Francisco Restaurante Asbac (é meu preferido entre os três Dom Francisco da cidade) na certeza de que, independentemente de minha escolha – tambaqui, picanha ou bacalhau –, vou sair de lá contente da vida, aplaudindo o que vem do fogão e da muito boa adega da casa.

Me encanta o envolvimento de Francisco Ansiliero com o restaurante, com os comensais e, sobretudo, com a comida que sai de sua cozinha que prestigia os produtores locais, pessoas que conhece suficientemente bem. Francisco confia neles porque, afinal, é deles que vêm os ingredientes com os quais o chef trabalha.

Outra qualidade de Ansiliero é o necessário e irrefutável “espírito pesquisador” que o faz sair por aí procurando e descobrindo ingredientes que a natureza dá, como o maracujá Pérola do Cerrado, fruta redonda de casca verde, um pouco menor que uma laranja pera que me foi apresentado por ele numa das últimas vezes que estive em seu restaurante. Fiquei fã da fruta e mais ainda da generosidade do chef, de sua satisfação em dividir a descoberta com os comensais.

Mais um pequeno detalhe: gosto muito de picanha e sou enjoada com o ponto da carne, que tem que ser o que os argentinos chamam de “vuelta y vuelta”, por fora dourada e por dentro apenas quente, extremamente mal passada, sangrando mesmo. Nem sempre consigo como gosto, apesar de explicar na hora de fazer o pedido. Pois muito bem, desde a primeira vez que fui ao Francisco e deixei claro como gostava, sempre me foi servida a carne no ponto solicitado. Para mim, que reconheço ser mimada e não lidar bem com a contrariedade, o Dom Francisco faz total parte da minha lista de boas mesas da capital da República. E estamos conversados.

Na próxima postagem vou confessar outras paixões culinárias do Distrito Federal que fazem bem ao espírito além de proporcionar felicidade. E, por que não, dão prazer.

Mariza de Macedo Soares

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Mariza de Macedo Soares

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