Além das mudanças na legislação que permitem o impulsionamento de conteúdos em redes sociais, a definição do período de pré-campanha e a permissão para que candidatos usem ferramentas de financiamento coletivo para custear suas campanhas nas eleições de 2020, todo o processo eleitoral ocorrerá em meio a uma pandemia, o que praticamente inviabiliza o contato com eleitores como ocorria até então.
A comunicação das candidaturas deverá priorizar os meios digitais para levar ao público todas as informações necessárias para que a escolha dos candidatos sejam feitas, dado que o adiamento das eleições para outro ano está completamente descartado pelo Congresso.
Caberá aos candidatos obter, com urgência, o entendimento de como essa comunicação se dá por meio das telas dos celulares, que hoje representam o maior volume de acessos à Internet.
Em uma campanha tradicional, cabia aos cabos eleitorais o papel de levar a comunicação da campanha porta à porta, no conhecido boca à boca. Os eventos, grandes e pequenos, reuniam eleitores para que tomassem conhecimento das propostas e pudessem questionar os candidatos. As agendas de rua serviam para captação de imagens para televisão e redes, marcando a presença dos candidatos na região. O melhor caminho agora é pensar em como transportar essas ações para o mundo virtual, da forma correta, que termine com o voto na urna.
Estou há quase 20 anos me envolvendo em campanhas eleitorais e há mais de 10 anos diretamente na comunicação digital de candidaturas e posso garantir que a maioria dos partidos e dos candidatos não se preparou para o que enfrentarão.
Como exemplo posso citar o uso das famosas “lives”. Para uma live ter efetividade, ela deve ser programada com antecedência, ter um roteiro bem definido, prezar por condições razoáveis para transmissão de imagem e som, ser realizada nos canais adequados para o público, e ter um objetivo bem escolhido. O que costuma ocorrer é a antítese de tudo que acabei de escrever, resultando no abandono da transmissão em poucos segundos.
Poderia aqui citar também outros inúmeros casos, mas esse artigo acabaria virando um livro, portanto, ficarei com o principal: esqueça a comunicação aprendida com a televisão. A televisão é o melhor veículo para informar, enquanto a Internet é o melhor para engajar. Porém, apesar do eleitor que assiste a televisão ser o mesmo do que acessa a internet, quando ele está atrás da tela de um celular, ele espera outro conteúdo, mais dinâmico, menos enlatado, objetivo ou que o entretenha de alguma forma.
Uma proposta na internet precisa ter uma história por trás, um enredo desenvolvido para atrair e reter a atenção primeiro, para depois engajar. Não entender essa lógica fará com que a comunicação seja anulada e que o eleitor descarte o conteúdo com um deslizar de dedos.
Qual a solução?
Preparar os candidatos para esse novo universo, o quanto antes. Partidos e o fundo partidário estão aí para isso. Cabe aos partidos a contratação de cursos à distância para os candidatos, e por se tratar de conteúdo eleitoral, essa contratação não pode ser realizada por fundações partidárias, dado que a lei é muito clara quanto ao uso dos recursos por estas entidades, restringindo a realização dos cursos somente ao caráter político-ideológico.
São poucos os profissionais que contam com experiência de campo, didática e vivência em ambientes de aprendizado virtuais, e o tempo está passando.
As primeiras palavras de Lula me deixaram um pouco preocupado com o restante do discurso,…
Uma das coisas que sempre falo nos meus cursos é que o tempo é o…
Alguns parlamentares têm utilizado o problema econômico gerado pela pandemia do Coronavírus para justificar a…
Milhões assistiram atônitos o pronunciamento do presidente da República do Brasil, o cargo máximo do…
Estamos prestes a enfrentar uma situação atípica para a maioria das pessoas. A última situação…
É preciso olhar com mais cuidado para o futuro. A doutrinação não acontece repentinamente, ela…