Estamos prestes a enfrentar uma situação atípica para a maioria das pessoas. A última situação parecida aconteceu 100 anos atrás, com a gripe espanhola, que matou cerca de 50 milhões de pessoas no mundo.
Muita coisa mudou de lá para cá, avançamos muito em questões sanitárias, medicamentos, comunicação e estruturas de saúde pública.
Não há motivo para pânico e histeria, mas também não há motivos para menosprezo.
O Coronavírus é de baixa letalidade? Depende. Para os idosos, os que já necessitam de cuidados médicos, e para os que têm baixa imunidade, é alta.
Na Itália, uma parcela de idosos está morrendo. Aí algum gênio aqui pode pensar que temos menos idosos, mas é bom pesar que temos uma população enorme residindo em áreas de risco social e também em condições de subnutrição.
Ainda assim, é preciso pensar também na economia.
É preciso se perguntar como é que ficarão aqueles que trabalham na economia informal, os que dependem de comércio e serviços, se todos ficarmos isolados. Como estas pessoas comprarão comida, pagarão contas?
Ao governo federal cabe pensar em soluções de curto prazo. Socorrer as empresas aéreas é bom, mas socorrer o camelô também é.
A Lei de Responsabilidade Fiscal é um exemplo do que precisa ser mudado emergencialmente. Ela impede que municípios e estados gastem mais de 60% da sua receita líquida com gastos com pessoal.
Faça a conta. A maioria dos municípios do Brasil está perto do limite neste momento. Com o desaquecimento da economia, os prefeitos terão menos receita, dada a queda de arrecadação e, mesmo sem contratar alguém, verão o percentual de gastos com pessoal explodir.
É preciso correr, nesse momento, com uma lei de controle de epidemias, algo que coloque o estado em condições de combater os efeitos econômicos gerados pela crise. Afrouxar a LRF diante de uma pandemia é necessário, tão necessário quanto os bancos estatais oferecerem linhas de crédito de longo prazo e com juros baixos. Não é hora de pensar em lucro. É hora de pensar em recuperação.
Sabe os bilhões que estavam em disputa entre o poder executivo e o legislativo? Junte o triplo e injete na economia.
E as prefeituras? A elas cabem os piores papéis, porque é nas prefeituras que as pessoas nascem e morrem…
Para garantir um pouco de tranquilidade, os prefeitos precisam dizer à população quais os canais oficiais para informação sobre o Coronavírus, estabelecer uma rotina diária de comunicação, preparar postos de saúde e profissionais para lidar com os casos, treinar equipes funerárias para recolher corpos com agilidade, oferecer apoio para a economia informal e local concentrando pequenas compras na cidade.
A quarentena atenua a velocidade da propagação do vírus, mas em contraponto acelera a crise econômica.
Cabe a cada um de nós fazer a sua parte. Ao governo cabe deixar partidarismos de lado e focar em soluções. À população cabe se preparar para dias de tensão e ansiedade, ter mais empatia com o próximo.
Crises são excelentes oportunidades para mostrarmos do que somos feitos.
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