Caiu um “ministro”, mas e a ideologia por trás dele?

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É preciso olhar com mais cuidado para o futuro. A doutrinação não acontece repentinamente, ela vem aos poucos.

Assim como o sapo na panela, que não percebe o aumentar da temperatura e só se dá conta quando não há mais forças para fugir, o cidadão de bem, cheio de boas intenções, valores familiares e propósitos, também vacila.

Se ainda não conhece, vale assistir dois filmes: “A onda” – (Die Welle, 2008) e “Ele está de volta” – (Er ist wieder da, 2015). O último está no Netflix.

Filme “A onda”
Filme “Ele está de volta”

É uma ilusão achar que regimes totalitários, orientados à esquerda ou à direita, não tenham espaço no mundo contemporâneo.

Os meios para a morte da democracia passam por um condicional importante: o apoio popular.

Mas, em um país democrático, como alguém pode apoiar um governo totalitário?

Bem… Não é tão difícil assim quando se entende os processos de manipulação.

Como funcionam os processos de manipulação

Primeiro é preciso estabelecer um culpado para todos os problemas financeiros da sociedade. Na Alemanha nazista, os escolhidos foram os judeus, por exemplo. A dicotomia e a ideia de luta de classes precisa ser forte para ser facilmente assimilada pelo cidadão médio.

Depois, é preciso restringir vozes contrárias e isso se dá por vários meios, como a revisão de livros didáticos, o cerceamento a manifestações culturais subversivas, o abandono de instrumentos e instalações que levem alguém a refletir.

Em paralelo, é preciso implodir a reputação de outros poderes, no nosso caso, o legislativo e o judiciário precisam parecer o mais corrupto e nocivo possível.

Não podemos esquecer a imprensa, o chamado quarto poder. Ela precisa ser descredenciada continuamente, de preferência por pessoas que trabalharam nela.

Para concluir, a mudança não pode ser fruto de pensamento individual, precisa ter caráter nacionalista, patriótico, com sonhos de grandeza e retomada de poder aquisitivo e valores morais.

Tudo isso lentamente… Sem pressa, senão o sapo pula da panela.

Marcelo Vitorino

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