Tito Santana, CEO da PROJETUS | Crédito: Arthur Lopes

Apoio técnico na gestão de recursos públicos

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O termo “startup social” faz referência às empresas que atuam com estratégias inovadoras para abordar questões sociais e ambientais. Já a palavra “govtech” faz alusão aos empreendimentos focados em tecnologia, processos de trabalho e soluções ágeis, com o propósito de gerar inovação para a gestão pública e auxiliar na economia de recursos públicos. Unindo esses dois conceitos, Tito Santana se inspirou para criar a PROJETUS. 

O empresário conta que, em 2018, ele desenvolveu a marca para atuar com soluções no Terceiro Setor, especialmente no que diz respeito à gestão de recursos públicos. “Trabalhamos desde o suporte na captação até a prestação de contas, garantindo que esse processo seja cíclico e sustentável”, contextualiza. Diante desse trabalho, Tito foi citado na Forbes Under 30, reconhecimento que reforça a relevância e impacto do seu trabalho.

Na prática, o negócio nasceu quando Tito começou a ajudar a sua mãe a expandir os seus projetos, percebendo a enorme demanda reprimida por conhecimento e suporte técnico nesse mercado. “Criei um curso para atender essa necessidade e, logo depois, desenvolvi a PROJETUS para oferecer suporte direto às instituições”, indica. Para ele, a empresa trata-se de uma marca inclusiva, que dialoga com todos os públicos, mas tem como foco instituições de pequeno e médio porte”, diz.

Dessa forma, o objetivo do empresário é construir um ambiente democrático e integrado, ajudando as organizações a acessarem e utilizarem recursos públicos de forma eficaz. “Deixamos claro nosso propósito: ser um suporte para que as instituições não desistam diante dos desafios e para que seus projetos beneficiem comunidades e o país”, ressalta. 

Tito conta que recentemente, a PROJETUS passou em um edital de aceleração pelo Fundo de Apoio à Pesquisa. “O nosso foco tem sido a automação de processos por meio da tecnologia. Desenvolvemos soluções específicas, como o atendimento às exigências da plataforma TransfereGov e suporte técnico para lidar com a burocracia”, explica.

Para isso, a equipe trabalha desde a elaboração de projetos até a prestação de contas, buscando simplificar e agilizar os processos. Tito pontua que muitas instituições nascem de dores e necessidades das comunidades. Quando encontram barreiras para captar recursos, procuram a PROJETUS para garantir que esses projetos saiam do papel e gerem impacto positivo.

Nesse processo, o CEO indica que, para auxiliar amplamente as entidades na gestão de recursos públicos, a maior dificuldade é traduzir a linguagem técnica da administração pública para as instituições. Buscando driblar esse problema, Tito criou o blog Empreendedor Público, que simplifica termos e processos, explicando passo a passo como funciona o setor. Além de criar soluções mais acessíveis para o mercado, o empreendedor ressalta o compromisso da marca em descomplicar essa comunicação e capacitar as instituições.

Democratização e inclusão

A premissa da PROJETUS é democratizar. Por meio dessa prerrogativa, a empresa ressalta a importância da inclusão. Esse cuidado trouxe resultados positivos para a marca que, em sete anos, já atendeu mais de três mil instituições direta e indiretamente.

“Cerca de 10% delas conseguiram acessar recursos públicos com nosso suporte. Atualmente, temos mais de 250 projetos em operação, representando um valor mínimo de R$ 100 mil cada. No total, já administramos mais de R$ 200 milhões em recursos”, celebra.

Em 2024, a empresa se reestruturou para criar soluções mais acessíveis e, com isso, houve o aumento do ticket médio, priorizando projetos acima de R$ 200 mil. “Curiosamente, projetos menores enfrentam desafios técnicos maiores”, pontua. Em 2023, foram atendidos 93 projetos, somando R$ 25 milhões. Em 2024, foram contabilizados 53 projetos, mas com  R$ 30 milhões democratizados. 

“Para 2025, planejamos um road show pelo Brasil, captação de recursos para tecnologia e o lançamento de uma plataforma própria. Também queremos realizar o 1º Congresso para o Terceiro Setor, ampliando nossa relevância e alcance”, antecipa. 

Três perguntas para Tito Santana, CEO da PROJETUS:

Como foi sua trajetória profissional até abrir a PROJETUS?

Eu nunca tive um direcionamento inicial para trabalhar no Terceiro Setor, apesar de sempre ter uma veia empreendedora. Minha mãe, que enfrentou muitas dificuldades na infância no interior de Pernambuco, teve como propósito ajudar as pessoas e empreender nesse segmento para oferecer oportunidades. Foi ela quem começou a atuar na área, e eu me juntei a ela, inicialmente dando aulas para jovens em unidades de internação. Essa experiência foi transformadora e me levou a desconstruir preconceitos, abrindo caminho para a atuação nesse setor tão relevante.

O que inspirou a criação da marca?

A inspiração veio da exclusão enfrentada por muitas instituições do Terceiro Setor. Nosso propósito é levar conhecimento e facilitar o acesso a recursos, transformando ideias em realidade. Essa abordagem permite que instituições de qualquer porte tenham chances reais de sucesso.

Qual foi a sensação de estar na Forbes Under 30?

Foi uma sensação de conquista e de reconhecimento pelo trabalho árduo. Ser reconhecido por essa luta, especialmente na busca por visibilidade junto à administração pública, é um grande marco. Apresentei um relatório com 11 desafios enfrentados pelo Terceiro Setor no repasse de recursos públicos federais, propondo quatro soluções – sendo três delas de aplicação imediata. Esse tipo de reconhecimento nos proporciona maior representação e qualificação, além de ser um estímulo para continuar lutando pelas mudanças necessárias.