O mel é conhecido popularmente por ser uma substância dourada e doce. No entanto, é um alimento com tantas variedades que vai além de ser apenas um adoçante natural. Sua origem remonta às abelhas, que dedicam suas vidas a transformar o néctar em um tesouro líquido, carregado de história e tradição. A produção envolve várias etapas e, em Brasília, a Mel do Sol se consolidou como uma referência por oferecer um produto de qualidade e que, hoje, é distribuído em todo o país.
Em atividade desde 1981, período em que a busca por produtos naturais cresceu, a empresa aposta no aproveitamento da variabilidade dos méis brasileiros, em função da infinidade de floradas específicas e exclusivas dos biomas nacionais. Desde o início da sua atuação, o objetivo da marca é trazer a essência da natureza para a mesa dos consumidores.
“Havia pouca atividade de criação de abelhas no Brasil. Na época, decidi juntar a minha paixão pela vida no campo, a vontade de ter um negócio próprio e a oportunidade de negócios neste início da alimentação natural e na pouca oferta de mel de abelhas”, recorda Leo Roberto Aires Cardoso, fundador da Mel do Sol.
Foi nesse contexto que Leo começou a trabalhar com a apicultura no sul do estado de Minas Gerais. Após dois anos na região, ele voltou ao Centro-Oeste com os seus enxames para produzir o mel, inicialmente, em Cristalina. A iniciativa deu certo. Hoje, consolidada nacionalmente, a marca busca ir além de apenas oferecer um bom alimento para os seus consumidores. Por isso, o fundador acredita que a qualidade transcende o produto final.
Ele enxerga a atuação da Mel do Sol como um trabalho holístico, especialmente por visitar regularmente os apicultores parceiros, fornecendo orientações para aprimorar a qualidade da produção e apoiando-os financeiramente nas entressafras e na aquisição de equipamentos modernos. “Nós trabalhamos com parceiros e procuramos melhorar o trabalho deles. O universo dos apicultores é um universo de autodidatas, porque não há uma escola de formação”, conta.
O cuidado com os parceiros também se amplia para os consumidores. “Para respeitar o consumidor, nós, antes, respeitamos tudo que é preconizado por todas as instituições que controlam as nossas atividades”, ressalta. Como valores, a marca leva em consideração questões de sustentabilidade ambiental, de promoção do desenvolvimento humano dos parceiros internos e externos que estão com a empresa. “São valores também que respeitam as abelhas, o meio ambiente e as tradições da apicultura”, complementa.
O processo de produção
“A produção do mel é poesia em estado puro: um inseto que voa e ajuda na polinização e na sustentabilidade. É difícil quem não se encante”, ressalta Leo. Na Mel do Sol, esse processo é feito em várias etapas. Inicialmente, há a produção primária. “A gente acompanha o que acontece nas várias regiões produtivas do Brasil. Temos vários biomas e com floração em épocas diferentes”, exemplifica.
Assim como na produção agrícola, há uma grande dependência do clima. “Eventualmente você tem frustração de safras por excesso ou por falta de chuvas. Estamos sujeitos àquilo que a natureza disponibiliza”, conta. Por isso, é realizado esse acompanhamento desde antes da colheita para que seja possível levá-la, o quanto antes, para os depósitos da Mel do Sol.
Mel para todos os gostos
Para Leo, em cada gota de mel, há uma história a ser contada. Contudo, ele confessa: “eu achava que era tudo igual”. Com o tempo e com os estudos, ele descobriu que o mel, assim como o vinho, e o café, é um produto natural que ele acaba sendo a síntese de várias coisas. “Precisa ser levado em consideração o solo da região, as plantas que as abelhas trabalharam e até mesmo o próprio tipo de abelhas. Tudo isso condiciona como é que vai ser o tipo do mel”, indica.
O empresário aponta que há méis onde o sabor do produto final tem muita personalidade, mas outros, em contrapartida, são mais neutros. “Hoje, além da gente ter um produto de blend (mescla), para atender aquele consumidor ainda que ainda vai ter uma trajetória e aprendizado. Mas também oferecemos uma linha premium, onde separamos produtos de acordo com a origem botânica e com a origem geográfica”, aponta.
Três perguntas para Leo Roberto Aires Cardoso, fundador do Mel do Sol:
Como o senhor avalia o mercado do mel atualmente?
Nesses mais de 40 anos na área, a atividade sofreu muitas transformações. Saiu de um estágio quase que de não existência para, hoje, o Brasil ser um grande exportador de mel. Infelizmente ainda saem produtos que não têm uma excelente qualidade e, basicamente, tudo a granel.
Quais foram os desafios enfrentados pela marca?
Atualmente, com a internet, você democratizou o acesso a um universo gigante de consumidores, mas o nosso desenvolvimento foi muito no boca a boca, participando de eventos, o que foi um desafio. Outra questão está relacionada ao consumidor achar que todo mel é igual. Quando você acha isso, você faz as aquisições muito baseadas no preço e não na qualidade.
Quais as expectativas para 2025?
A nossa expectativa é que a gente consolide esse trabalho que a gente vem fazendo. Estamos aprendendo que a realidade é muito dinâmica. Queremos expandir a operação interna no Brasil. De início, a empresa está sendo apoiada pela PECS e pela Confederação Nacional da Agricultura para a internacionalização dessa nossa linha premium. O Brasil é vendedor basicamente de commodity e o mel não deixa de ser uma delas, mas o nosso projeto é um projeto mais ambicioso de estar com essa marca internacional, produto premium, ofertado em marketplaces dos Estados Unidos.