A atuação comercial está no DNA de Larissa Prego, fundadora da loja Óticas Clover, localizada em Taguatinga. Seu avô, advogado de Minas Gerais, chegou em Brasília, nos anos 1960, com um empreendimento familiar. A empresária recorda que, quase todos os dias após as aulas na escola, permanecia no estabelecimento para ajudar a atender. “Para mim, era uma alegria e uma paixão. Para muitos, poderia ser uma brincadeira de criança”, indica.
Após décadas, Larissa apostou na formação em Administração e em cursos voltados a treinamentos relacionados ao mundo das vendas. No entanto, seu interesse em empreender começou a surgir após uma temporada nos Estados Unidos, onde pôde trabalhar e estudar inglês. Mas até estar à frente da Clover, adquiriu experiência no ramo em que, futuramente, seria o seu futuro empresarial.
“Ao retornar para Brasília, sem saber começar a vida por aqui, ouvi na rádio uma grande rede de óticas contratando para gerente. Sem entender nada da área, submeti meu currículo e passei nas entrevistas, assumindo uma das maiores lojas da rede. Durante os treinamentos, me apaixonei e pensei: ‘é isso que eu quero fazer pro resto da vida’. No primeiro ano, já fui a melhor gerente da rede e, em dois anos, assumi uma franquia”, conta.
Contudo, Larissa destaca que seu coração desejava tirar um sonho do papel: a criação de uma marca de óculos. Seguindo os seus objetivos pessoais, ela saiu da franquia e tirou do papel a Clover, nome que faz referência à palavra “trevo”, em inglês.
“Eu já estava do ramo ótico há mais de três anos e, em outubro de 2021, depois de pesquisas para ver se havia o registro desse nome, escolha do fabricante e registro no INPI, iniciamos as vendas na sala do meu apartamento com apenas 32 óculos e de forma on-line, porque eu realmente não tinha dinheiro. Foi na coragem e ousadia mesmo”, diz.
Para Larissa, essa época tem um espaço especial na sua vida e, por essa razão, os primeiros sete meses de negócio marcaram a vida da empresária justamente devido a sua iniciativa de começar o projeto do zero, com uma marca nova, com pouca verba, estoque reduzido e poucos clientes. A fundadora da Clover avalia que, manter a loja aberta, foi desafiador. “Chegar aos três anos de atividade está sendo uma alegria e, também, uma vitória”, acrescenta.
Entretanto, o esforço da empreendedora refletiu positivamente na sua loja. Ela indica que os clientes abraçaram a marca e, nas redes sociais, movimentaram ativamente a divulgação dos óculos. Larissa comenta que esse cenário auxiliou na expansão da Clover no Distrito Federal. “Foi um trabalho de formiguinha. O boca a boca também foi fundamental. Costumo dizer que não temos clientes, temos amigos”, complementa.
Moda e tendência
Desde os 11 anos, Larissa usa óculos. Unindo a saúde ocular com a percepção, desde nova, de que era possível investir em moda dentro deste mercado, a empresária apostou em produtos que dialogassem com um design bonito, elegante e com diferentes estilos. O catálogo da Clover, atualmente, possui 600 modelos disponíveis para o público.
“Sou apaixonada por moda e tendência. Acredito que os óculos revelam muito sobre nós: nossas características e personalidade. Por isso, temos coleções e modelos inspirados nas cores das estações; nas décadas de 1980, 1970, 1960; e dias atuais. Nosso maior público são pessoas antenadas na moda e que usam os óculos como complemento do look e personalidade, que entendem a necessidade e importância desse acessório. Temos modelos clássicos e comuns para atender a todos, mas nosso maior foco são cores e designs diferentes”, explica.
Larissa conta que, na Clover, os diferenciais da ótica são relacionados, justamente, a esses modelos exclusivos produzidos com material de qualidade. Além disso, a loja aposta em coleções semanais para despertar o interesse do público, valor justo para os produtos e uma consultoria especializada em óculos, tanto de sol quanto de grau. “Sou visagista ótica e consultora de moda especializada em óculos. Na Clover, ajudamos nossos clientes a escolherem seus óculos de forma adequada, respeitando suas características individuais, personalidade, profissão e medidas do rosto. Óculos tem tamanho como roupa e calçado e muitas pessoas não sabem disso”, ressalta.
Três perguntas para Larissa Prego, fundadora da loja Óticas Clover:
Como é o processo de produção dos óculos?
O processo de confecção das nossas lentes, tanto de grau como os de sol, acontecem em nosso laboratório parceiro. Trabalhamos apenas com os melhores fabricantes de lentes do mercado, para evitar problemas comuns da área, como o tratamento antirreflexo e colorações das lentes.
Quais são os desafios de estar à frente de uma ótica?
Os desafios de uma ótica são a responsabilidade em cuidar dos olhos das pessoas, treinar e capacitar o time de vendas. Formar um consultor ótico demora entre seis meses a um ano, exige estudo, dedicação e muitos desistem antes dos três meses por causa da complexidade do conteúdo.
Quais os planos para os próximos meses?
Nossa loja física está localizada em Taguatinga e temos pontos de venda em eventos e feiras pela cidade aos finais de semana e esse ano conquistamos um espaço no parque da cidade todos os sábados e domingos só nosso. O projeto das próximas lojas já está no papel, mas como administradora me preocupo em manter o padrão de atendimento, qualidade e alguns detalhes ainda precisam de ajuste. Somos uma empresa em crescimento e cuidar desses detalhes é fundamental para manter o nome da marca.
Essa é a Clover, uma marca idealizada por uma brasiliense raiz, corajosa e com a mente cheia de ideias. O principal objetivo da nossa loja é o atendimento de excelência e valorizando o ser humano e cliente acima de tudo. Todos nossos processos são feitos com muito carinho e dedicação.