Cléris Casagrande, fundador e CEO do Grupo Lig | Divulgação

Tecnologia com produtos de excelência

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Com 23 anos de atuação no Distrito Federal, o Grupo Lig surgiu com o intuito de inovar o mercado brasiliense. Cléris Casagrande, fundador e CEO da empresa, enxergou a necessidade da população em adquirir produtos de excelência. Foi nesse cenário que a Lig Celular, parte da rede, foi fundada. Nesse sentido, o empresário apostou na criação dos produtos de marca própria com a fabricação na China, sendo esse um dos grandes diferenciais do seu negócio.

“A Lig Celular surgiu quando eu, recém ingressado no curso de Administração de Empresas, na Universidade de Brasília (UnB), decidi que abriria um negócio para administrar. Aos 18 anos, vendi o meu carro para abrir a minha primeira loja em São Sebastião. Era bem simples e pequena, mas eu carregava muita força de vontade e desejo de trabalhar”, relembra. 

Depois da inauguração da primeira unidade, as outras lojas surgiram de forma natural. Em 2001, o segundo negócio foi aberto na Avenida Paranoá. No ano seguinte, o Lago Sul ganhou a primeira unidade do Lig Celular. Aos poucos, o empresário foi ganhando protagonismo na cidade até conquistar espaço nos shoppings da região.

“Sete anos depois, dei início à importação de acessórios de celular da Europa e dos Estados Unidos até que, em 2009, criamos as nossas próprias marcas de acessórios de celular: My Place e TALK”, indica. Para viabilizar a criação desses produtos, Cléris Casagrande realizou mais de 15 viagens para o exterior com o intuito de encontrar os melhores fabricantes para trazer para o Brasil. 

A iniciativa do CEO do Grupo Lig foi exitosa. Atualmente, a rede possui  130 colaboradores, 16 lojas em shoppings e no Aeroporto de Brasília, além de uma loja em Florianópolis, no Beiramar Shopping. “No Grupo Lig temos também a operação de atacado, que vende para os supermercados, padarias, postos de gasolina, farmácias e drogarias”, conta. Ao todo, são 220 pontos de venda no Distrito Federal e entorno, com os acessórios My Place e expositores da Lig Celular. 

Qualidade em primeiro lugar

Cléris conta que um dos motivos que o levou a apostar no segmento de acessórios e tecnologia envolveu a sua avaliação acerca do que era vendido em Brasília. O empreendedor indica que, atualmente, é comum que alguns concorrentes comprem os seus produtos na Feira dos Importados (DF) ou na Rua 25 de Março, em São Paulo, considerada o maior centro comercial da América Latina. 

Para ele, isso é uma forma de enganar os clientes com o aumento dos preços do que é ofertado. “Não acho justo um produto que é vendido a cem reais para as lojas ser cobrado duzentos reais para os consumidores. Então, eu não queria fazer isso com os brasilienses. Não posso vender o mesmo produto com a mesma qualidade e garantia por um preço em dobro, tenho que buscar um diferencial”, destaca. 

Foi nesse momento que o CEO viu a necessidade de viajar para a China, Estados Unidos e Europa com o intuito de conhecer marcas e fabricantes. “Por isso, comecei a fabricar o meu produto com a minha marca, qualidade e garantia, escolhendo, inclusive, o material utilizado. O chinês vende mais barato, mas eu não quero isso. Quero vender a melhor qualidade”, ressalta. 

Três perguntas para Cléris Casagrande, fundador e CEO do Grupo Lig:

De que forma a Lig busca estar atenta às tendências do segmento?

Em relação à inovação no mercado, eu falo muito com profissionais da China. Acordo todo dia às cinco horas da manhã e já começo essas conversas para poder acompanhar as tendências do mundo. Além disso, estou sempre viajando para os Estados Unidos e para a Europa, buscando estar atento às tendências de tecnologias e os avanços do setor. O meu contato com o exterior, por meio das viagens e conversas, é feito há mais de 15 anos. Então, já tenho muitos amigos, contatos, parceiros e fornecedores do mundo inteiro que me mandam informações diariamente com novidades, lançamentos e novos produtos no mercado. 

Quais são os maiores desafios do setor?

O setor de tecnologia é muito bom. Mas vejo que, de modo geral, o maior desafio é o ato de empreender devido às dificuldades tributárias, a complexidade dos impostos do nosso país, a complexidade de sindicatos, a dificuldade que a lei e que os governantes colocam sobre os empreendimentos. A administração pública tem que fomentar o empreendedorismo, gerar emprego e renda. Agregar valor para sociedade e, para isso, ela tem que facilitar as coisas e não colocar tanto empecilho, que é o que acontece hoje. 

Qual foi a maior procura dos clientes nos primeiros seis meses do ano?

A maior procura dos clientes foi por fones de ouvido com cancelamento de ruído. A gente tem o melhor fone de ouvido do mercado, o nosso fone da Talk AMC, que disputa com a JBL e com a Apple. Ele cancela até trinta decibéis de ruído externo. Na prática, ele funciona com um chip eletrônico que emite onda sonora de trinta decibéis, anulando os que vêm do exterior.  

Esse fone tem sido um sucesso. Eu demorei um ano para conseguir desenhá-lo, importar com a minha marca, com a minha embalagem e certificação da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), que é muito importante. Normalmente, os produtos vendidos em feiras ou em plataformas digitais, como a Shopee, não possuem essa certificação da Anatel, o que é um perigo para o consumidor.