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Deficientes, pretos e com mais de 6 meses: os pets que sobram nos abrigos
(por Cristine Gentil, do Blog Mais Bichos)
Se já é difícil promover a adoção de pets saudáveis, imagine um cão ou gato com deficiência. Ciente dessa realidade, um grupo de defensores de animais lançou em São Paulo uma campanha chamada #AdoteUmPetComDeficiencia, que promove eventos de adoção e outras ações para sensibilizar as pessoas para que acolham também os animais com deficiência. Conversamos com a idealizadora da campanha, Lívia Clozel. Segundo ela, trazer a campanha também para Brasília só depende de parceria.
ENTREVISTA/LÍVIA CLOZEL
A Campanha #AdoteUmPetComDeficiencia acontece no primeiro domingo de agosto, na sede Andare S.A, localizada na Rua Fradique Coutinho, 380, em Pinheiros, São Paulo – SP, das 9h às 17h.
(por Cristine Gentil, do Blog Mais Bichos)
O Brasil têm, atualmente, 52,2 milhões de cães e 22,1 milhões de gatos. Dos 65 milhões de domicílios do país, 44,3% contam com pelo menos um cachorro e 17,7% pelo menos um gato, de acordo com dados do IBGE. Feita em parceria com o Centro de Pesquisa WALTHAM® – a principal autoridade científica em bem-estar e nutrição de pets – e o Professor Doutor Ricardo Dias, docente da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de São Paulo (USP), a pesquisa do Ibope Inteligência pretendia estudar dois cenários: o perfil dos brasileiros que possuem animal de estimação (cães e gatos) e entender quais as barreiras para quem quer ter um.
Um dos resultados surpreendentes da pesquisa do Ibope mostra a incrível conexão do brasileiro com os bichinhos: todos os entrevistados que não possem um pet, na verdade, querem um – 90% desejam um cão e 20% um gato. O estudo mostrou que 47% dos entrevistados que não possuem pets são casados, têm, em média, 37 anos, 25% moram com filhos de até 9 anos, 57% moram em apartamento e 94% deles já tiveram um animal de estimação antes.
E por que eles não têm? Veja as barreiras mencionadas:
- 30% dizem que quando estão trabalhando, não tem ninguém em casa para cuidar dele
- 27% dizem que não tem as condições adequadas para cuidar do cão/gato como gostaria
- 18% dizem que é muito difícil achar alguém que cuide dele quando não podem
- 16% dizem que são muito caros para se manter (Médico-Veterinário, alimento…)
- 9% dizem que pets representam um compromisso total por muitos anos
Outros dados da pesquisa:
- 42% dizem que gostariam de encontrar serviços veterinários mais acessíveis
- 31% dizem que gostariam que fosse fácil levar pets em viagens
- 26% dizem que gostariam de encontrar um bom cuidador de animais
- 19% dizem que gostariam de ter acesso a bons hoteizinhos para os pets
- 16% dizem que gostariam que mais estabelecimentos aceitassem os pets
Como foi feita a pesquisa
A pesquisa foi dividida em duas etapas, sendo que a qualitativa foi feita com 13 grupos de discussão em São Paulo, Recife e Porto Alegre. As entrevistas foram realizadas com homens e mulheres a partir de 25 anos, divididos em três grupos: donos de cães, donos de gatos e não possuidores – com intenção de ter um pet nos meses de janeiro e fevereiro de 2015.
A etapa quantitativa tem uma base de 900 entrevistados, sendo 300 donos de cães, 300 donos de gatos e 300 não possuidores – com intenção de ter. As entrevistas foram realizadas com homens e mulheres a partir de 25 anos em São Paulo, Rio de Janeiro, Ribeirão Preto, Porto Alegre, Salvador e Distrito Federal entre os dias 25 de junho a 17 de julho de 2015. A margem de erro da pesquisa é de 6 pontos percentuais por segmento e de 3 pontos percentuais no total da amostra.
Corra: veja os eventos pet que acontecem nesse fim de semana
Feira de Adoção ATEVI
Sábado 09.07 das 09 as 15h
Quadra 101 – Sudoeste
Feira de adoção SHB
Sábado 09.07 das 10 as 16h
SIA ao lado da Gravia
Feira de adoção Abrigo Flora e Fauna
Sábado 09.07 das 11 as 16h
108 Sul
Sábado 09.07 das 09 as 17h
Setor Policial Sul Quadra 4 lote 05
Bazar da ATEVI
Sábado 09 e domingo 10.07 das 09 as 18h
Parque Olhos DÁgua-Quiosque
5 encontro Brasília American Bully
Domingo 10.07 as 15h
Estacionamento 4-Parque da Cidade
Projeto Cão-Guia abre as portas no DF: veja como funciona o treinamento
(Por Nathália Cardim, da editoria de Cidades) (Fotos Rodrigo Nunes/@cbfotografia)
O Projeto Cão-Guia de Cegos do Distrito Federal abriu as portas neste sábado (9/7) para interessados em conhecer o centro de treinamento dos cães destinados a cegos, no DF. Durante a manhã, os visitantes no Setor Policial Sul brincaram e conheceram a rotina e todo o espaço.
De acordo com o presidente da Associação Amigos do Cão-Guia (AACG) e um dos idealizadores da ação, Ricardo Corrêa, o projeto atua desde 2001 e busca reintegrar deficientes visuais à sociedade com o auxílio de um cão-guia, com segurança, mobilidade, qualidade de vida e inclusão social. “Estamos muito felizes com o interesse dos brasilienses que estão participando e ajudando a nossa causa”, afirmou.
Cuidados
Desde a sua criação, a instituição entregou mais de 43 animais para pessoas com diversos tipos de deficiências visuais, em todo o Brasil. De acordo com a entidade, a única ajuda do governo é o treinamento dos animais, que são concedidos pelo Corpo Militar de Bombeiros do DF. O restante da equipe é formado por voluntários, que atuam no cuidado dos cães, na manutenção da sede e na busca de recursos para o projeto continuar funcionando.
O processo de treinamento funciona da seguinte forma: após o nascimento, os animais passam por famílias hospedeiras até atingirem idade para o treinamento. Com cerca de dois anos, são encaminhados para adestramento ministrado pelos bombeiros e habilitados para serem guias. “Promovemos a socialização do bicho, ajudando-o a ter contato com o mundo e com o maior número possível de cheiros, sons e ambientes”, disse Ricardo. Os organizadores afirmam que existem ainda outros seis animais prontos para serem entregue aos utilizadores — atualmente, existe uma lista de espera com cerca de 300 pessoas. Deficientes visuais interessados em participar do cadastro de candidatos devem solicitar a inscrição pelo e-mail: caoguiadf.cadastro@gmail.com.
Como ajudar:
Quem tiver interesse, pode contribuir com o Projeto Cão-Guia de Cegos-DF doando qualquer valor, por depósito ou transferência bancária, depositando na conta abaixo:
Associação Amigos do Cão-Guia – AACG / Banco do Brasil, Agência: 3596-3, Conta Corrente: 111.882-x, CNPJ: 18.080.342/0001-24
Exército será multado em R$ 40 mil por morte de onça em Manaus
(do G1 AM )
O Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) informou nesta quinta-feira (7) que o relatório técnico sobre a morte da onça pintada Juma, morta durante o revezamento da tocha olímpica em Manaus, foi concluído. O órgão determinou multa de R$ 40 mil ao Exército por falhas em procedimentos que resultaram no abate do animal. O Exército pode recorrer.
A onça, que era mascote do 1º Batalhão de Infantaria de Selva (BIS), foi morta por um soldado no dia 20 de junho, após exposição no evento. Ela foi baleada depois de escapar da coleira que a prendia e avançar contra um militar. O caso ocorreu no momento em que ela era transportada para a jaula.
De acordo com o Ipaam, a multa atinge o Comando Militar da Amazônia (CMA), o 1º BIS e Centro de Instrução de Guerra na Selva (CIGS).
O Ipaam informou que o CMA foi autuado em R$ 5 mil por contribuir para a utilização de um espécime da fauna silvestre nativa sem a autorização do órgão ambiental competente. O CIGS foi autuado em $R 5 mil por utilizar o animal sem a autorização do órgão ambiental competente. Enquanto o 1º BIS recebeu três multas: uma de R$ 5 mil por transportar o animal sem autorização, outra de R$ 5 mil por mantê-lo em cativeiro sem a devida autorização; e outra de R$ 20 mil por construir e fazer funcionar mantenedouro da fauna sem a licença do órgão ambiental.
As multas estão baseadas na Lei de Crimes Ambientais 9.605/ 1998 e no Decreto 6.514/2008.
O relatório técnico do Ipaam será remetido ao Ministério Público Federal (MPF) para que medidas cabíveis sejam tomadas. O Ipaam diz ainda que o CMA já foi notificado das infrações. O G1 aguarda retorno do Exército em Manaus.
“Os autuados terão 20 dias para apresentar a defesa e, depois desse prazo, podem recorrer ao Ipaam e ao Conselho Estadual de Meio Ambiente”, informou o órgão.
Relatório
O relatório técnico apontou que foram feitas quatro tentativas de sedar o animal em fuga, sendo alvejado com apenas um dos dardos.
“O que ocorreu no incidente foi que um dos mosquetões, uma estrutura metálica que prendia a coleira se soltou, por apresentar uma falha. Neste momento ela escapou dos tratadores. Temos o laudo da necropsia que diz que foram dados os tiros na região frontal. Não foi que o animal fugiu e atiraram por trás. Ele (o animal) estava correndo na direção da pessoa que atirou”, disse o gerente de Fauna do Ipaam, Marcelo Garcia, por meio da assessoria.
O dinheiro das multas será destinado ao Fundo Estadual de Meio Ambiente que utiliza os recursos para promover diversas ações ambientais no Amazonas, como compra de equipamentos, recuperação de áreas, degradadas e projetos de fiscalização.
A Gerência de Fauna do Ipaam ressaltou que as seis onças do CIGS estão todas com chips e as devidas autorizações do órgão ambiental.
Multas
Comando Militar da Amazônia- CMA:
Autuado em 5.000,00 (cinco mil reais) por concorrer para a utilização de um (01) espécime da fauna silvestre nativa sem a autorização do órgão ambiental competente.
Centro de Instrução de Guerra na Selva – CIGS:
Autuado em 5.000,00 (cinco mil reais) por utilizar de um (01) espécime da fauna silvestre nativa sem a autorização do órgão ambiental competente.
1º Batalhão de Infantaria de Selva (Aeromóvel) – 1º BIS Amv:
Autuado em 5.000,00 (cinco mil reais) por transportar um (01) espécime da fauna silvestre nativa sem a autorização do órgão ambiental competente.
Autuado em 5.000,00 (cinco mil reais) por ter em cativeiro um (01) espécime da fauna silvestre nativa sem a autorização do órgão ambiental competente.
Autuado em 20.000,00 (vinte mil reais) por construir e fazer funcionar mantenedouro da fauna silvestre nativa sem a Licença do órgão ambiental competente.
Entenda o caso:
Onça que participou do revezamento da tocha olímpica no AM é morta após solenidade
Prince é um cãozinho dócil, um Fox Terrier mestiço. Tem apenas 10 meses e já experimentou a maldade humana. Numa noite, num surto de raiva, seu dono, morador de rua, o pegou e o lançou debaixo de um carro, perto da Vila Planalto. Não teve qualquer chance, já saiu debaixo do carro se arrastando, paraplégico. Não recebeu qualquer socorro, apesar de ter sido perto de um posto de gasolina. Nem umas gotas de dipirona para amenizar a dor.
Machucado e com dores intensas, passou 10 dias lutando pela vida, arrastando-se atrás de comida e água. A dor virou crônica, acostumou-se. Num domingo da morte do cantor Prince (daí seu nome), foi resgatado por uma moradora da área e levado ao Hospital Veterinário da UNB. Lá, recebeu o diagnóstico de que precisava de uma cirurgia urgente e cara (R$ 6 mil) para estabilizar a coluna e não sentir tantas dores.
Uma mobilização no facebook conseguiu arrecadar a quantia da cirurgia. Mas a incontinência urinária e fecal continuou. Ele precisa de fisioterapia e acumputura (esta para amenizar a incontinência). Pode voltar a andar por meio do que se chama marcha reflexa ou por meio da cadeirinha. Mas espera desde 25 de abril na fila por uma vaga na fisioterapia da UNB, que tem um custo um pouco mais baixo que das clínicas privadas.
O problema é que quem está cuidando dele já tem três cachorros num apartamento de um quarto e não tem mais condições financeiras no momento para tratar dele. Inclusive está para se mudar do Distrito Federal. O cãozinho precisa ter a fralda trocada várias vezes no dia por estar num apartamento pequeno e fazer pelo menos a fisioterapia, para ter chances de voltar a se movimentar, sem se arrastar. Sem alguém para cuidar dele, seu destino pode ser voltar ao antigo dono e morar na rua. Depois de tudo que passou, o cachorrinho, que ainda é um filhote, espera achar alguém que more em casa e possa ficar com ele.
Para ajudar Prince, entre em contato pelo e-mail rebeka-dg@hotmail.com
Assista o vídeo de Prince aguardando para mais uma consulta no Hospital Veterinário da UnB:
(da Revista do Correio) (fotos Arquivo Pessoal)
Na hora de alimentar seu pet, todo cuidado é pouco. Muitas vezes, por falta de conhecimento ou por descuido, os bichinhos começam a engordar mais do que o esperado, e é nesse momento que entra o uso da ração light ou diet. Para saber qual tipo é ideal para o seu pet, o ponto principal é entender que a ração light pode ser usada por tempo indeterminado, enquanto a diet exige muita precaução.
O shi tzu Chuck, de quase 2 anos, estava pesando 10kg, quando o normal para a raça varia entre 4kg e 8kg. Em uma visita ao veterinário, a gestora financeira Michelle Santiago, dona do cãozinho, foi orientada a alimentá-lo com ração light, para que ele pudesse entrar em forma novamente. “O veterinário disse que ele estava acima do peso, e que é importante não permitir que o Chuck engorde demais.” A ração escolhida tem mais fibras, o que proporciona uma sensação de saciedade ao animal.
O médico veterinário Brummel Oliver explica que a ração light é recomendada para animais com sobrepeso, mas seu uso pode ser preventivo. “Tanto a ração light quanto a diet oferecem ingredientes mais selecionados, com menos gordura e carboidrato, e mais proteínas”, esclarece. Essa quantidade extra de proteínas é importante para fortalecer a massa muscular do bichinho. Se necessário, a mascote pode comer ração light para o resto da vida, sem problemas.
Com a ração diet é diferente. “Se o animal a comer por muito tempo, ou em maior quantidade do que é indicado, ele pode ficar desnutrido. Além disso, o excesso de proteínas pode ocasionar à falência dos rins”, acrescenta Brummel Oliver. Há dois anos e meio, a gatinha Nina, 5 anos, começou a se alimentar de ração diet para gatos obesos. No começo, deu resultado, mas depois estabilizou. A gatinha pesava 14kg e agora tem 12kg. “Ela emagreceu muito pouco. Quando o gato está obeso, ele se torna muito sedentário e isso dificulta as coisas. A gente tenta fazer exercícios com ela sempre que pode”, conta a dona da felina, a estudante Ana Carolina Dias.
É o mesmo caso das labradoras Aika e Jaya, que passaram um bom tempo de suas vidas comendo ração diet. Elas faleceram aos 13 anos, de velhice. A dona, Lisiane Prates, relata que, desde os 8 anos, por excesso de peso e pela tendência da raça a engordar, o veterinário indicou que as cadelas passassem a comer somente ração diet. A duplinha chegou a pesar 44kg antes da nova rotina alimentar, quando o ideal seriam 32kg, no máximo. “No começo, elas perderam peso, mas é importante saber a quantidade exata. Teve um momento em que elas pararam de emagrecer, porque comiam de forma errada.” Depois que as duas cadelas começaram a comer ração diet, elas não mudaram mais para outro tipo de ração, pois não conseguiram atingir o peso esperado.
Para prevenir o sobrepeso e a obesidade em cães e gatos, alguns cuidados podem ser tomados. Por exemplo, evitar o excesso de petiscos. Eles não devem passar de 10% da quantidade calórica diária, de modo que devem ser oferecidos apenas como recompensa por algo especial. Outro ponto é saber a quantidade certa de alimento para dar ao pet. Para isso, siga as recomendações de consumo indicadas na embalagem. Quando os animais são castrados, uma atenção extra deve ser dada à alimentação — após o procedimento, aumenta muito a tendência engordar.
Existem ainda opções que atendem a diferentes necessidades — por exemplo, alimentos exclusivos para cães e gatos com problemas no fígado. Geralmente, são alimentos enriquecidos com proteína de soja, zinco e cobre reduzidos, de modo a reduzir os danos hepáticos. Em hipótese alguma, mude o “menu” do melhor amigo por conta própria. É essencial consultar um especialista que possa identificar o problema e, então, apontar a dieta mais adequada.
No mercado pet, há algumas rações que são específicas para certas raças. O veterinário Brummel Oliver ressalta que elas são boas para prevenir doenças comuns das raças. Para os pugs, por exemplo, existem rações que levam em consideração a mandíbula braquicefálica da raça, facilitando a mastigação. Mais específica, essa abordagem tende a melhorar a pelagem e proporcionar a manutenção do peso. Os gatos não ficam de fora: existem até rações que “amolecem” o pelo dos bichanos para facilitar a excreção da famosa bola de pelos. Sobretudo para quem mora em apartamento, é interessante ressaltar que existem rações especiais com poder de reduzir o odor das fezes.
Por fim, lembre-se de que as rações costumam ser classificadas por faixa etária. Filhotes precisam de mais proteína para se desenvolverem. Por volta dos 45 dias de vida, eles devem largar o leite e começar a comer a ração até atingirem a maturidade, que pode variar entre os 15 (em raças grandes e gigantes) e os 12 meses (raças pequenas). O mesmo serve para os animais idosos. No caso, a comida adequada para essa idade deve conter menos proteína (para não afetar os rins) e mais vitaminas e minerais específicos para ajudar a manter a saúde do sistema nervoso. Normalmente, os pets atingem essa categoria entre os 8 e os 13 anos de idade, a depender da raça.
(por Bruno Lima/Especial para o Correio)
Com um histórico de irregularidades, alvo de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara dos Deputados e objeto de protestos de ativistas, o canil da Diretoria de Vigilância Ambiental (Dival), onde funciona o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) do Distrito Federal, acumula registros de denúncias de maus-tratos e ilegalidades no sacrifício de animais doentes. No Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT), uma ação civil pública, ainda não julgada, cobra R$ 1 milhão do DF por dano coletivo relativo aos supostos abusos. Denúncias feitas, em agosto do ano passado, por funcionários sem formação veterinária que participaram de um curso de reciclagem motivou o processo.
No treinamento, os servidores administrativos receberam orientações de como coletar sangue e vacinar animais. Dois cães que seriam sacrificados foram usados como cobaias durante as instruções. “Os animais que estavam naquele corredor da morte eram usados como cobaias para treinamento de um pessoal que ia fazer um controle de campo. E feles faziam isso sem anestesia. Era aquela mentalidade de que, como o animal vai morrer mesmo, você pode tratá-lo como for”, critica Daniel Odon, presidente da Comissão de Direito dos Animais da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-DF) e autor da ação.
No documento, o advogado também alega que a eutanásia era feita de forma indiscriminada. Odon, que também preside a Associação dos Juristas em Defesa dos Direitos dos Animais (Ajuda), explica que a Lei Distrital nº 2095/98 estabeleceu etapas no tratamento dos bichos — resgate por meio de organizações, leilão em hasta pública, doação e, em último caso, sacrifício. “Verificamos que a administração daquela época não estava observando esses passos preliminares. Todos os animais que chegavam eram, automaticamente, sacrificados. Tivessem eles problemas ou não, fossem eles agressivos ou não. Era um verdadeiro matadouro”, afirma. Em abril, o juiz determinou à Dival prestar esclarecimento sobre os três últimos meses de atividades da unidade. “No universo de animais que eles apresentaram, 76% eram sacrificados, o que é um absurdo. Esse cenário deveria ser o inverso”, avalia Odon.
De acordo com um levantamento realizado pelo Proanima, em 2015, cerca de 63% dos animais poderiam ter sido poupados. A estimativa da organização é de que, entre 2010 e 2015, 9 mil bichos foram mortos. “Infelizmente, o Centro de Zoonose de Brasília tem muito o que melhorar. Você não pode ter um lugar de recepção de animais se não for para tratá-los. Ali, ou tem que mudar e dar um tratamento digno aos animais ou não tem que existir”, opina a diretora-geral do Proanima, Simone Lima.
O chefe da Gerência da Vigilância Ambiental de Zoonose, Edvar Schubach, justifica o alto índice de mortes pelo estado de saúde dos animais que chegam ao canil. “As pessoas têm que entender que o CCZ não é um abrigo de animais. O índice de eutanásia é alto porque grande parte dos animais que chegam aqui já está muito debilitada, sofrendo muito por causa de alguma doença ou por atropelamento. Esse é o único caminho”, conta. Segundo Schubach, 368 animais deram entrada no centro este ano. O gerente afirma que todas as mortes seguem o procedimento estabelecido em acordo com o Ministério da Saúde — primeiro, o animal é sedado e, em seguida, recebe um medicamento letal na corrente sanguínea. Por fim, o corpo é incinerado.
A 2ª delegacia de polícia (Asa Norte) instaurou inquérito para apurar as denúncias de maus-tratos. Um termo circunstanciado foi lavrado e remetido à Justiça. O Ministério Público do DF acompanha a situação desde 2008. A Promotoria de Defesa do Meio Ambiente afirmou que os principais problemas foram sanados.
Falta de estrutura
Desde 1990 não há concurso para o Centro de Zoonoses. Atualmente, nenhum veterinário de carreira trabalha no local. Os cinco profissionais com formação na área exercem funções administrativas. Além disso, o CCZ conta com apenas uma viatura. A professora de saúde pública da Faculdade de Veterinária da Universidade de Brasília (UnB) Lígia Cantarino ressalta que a falta de estrutura precariza os trabalhos.
A docente avalia que há um senso comum equivocado sobre o trabalho realizado pela zoonose. “As pessoas têm uma ideia um pouco ruim sobre o trabalho da zoonose, mas ele é um órgão de extrema importância. Essas denúncias nem sempre são corretas, às vezes, não procedem, e pioram ainda mais a imagem do órgão. Aquilo ali é um espaço de observação de animais com possíveis doenças que podem ser transmitidas ao homem”, esclarece.
Para a presidente da Federação de Defesa Animal do DF, Carolina Mourão, a solução seria o fechamento do CCZ. “Nós acampamos em frente à zoonose em agosto do ano passado e passamos 17 dias colhendo provas lá. A situação é insustentável”, diz. Ela acusa o vice-presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV), Laurício Monteiro, de barrar denúncias feitas pelos ativistas. Laurício também pertence ao quadro de funcionários da Dival. O veterinário diz, porém, que as acusações são infundadas e que todas as decisões são tomadas seguindo os parâmetros legais. “O cargo que eu exerço no CRMV não é remunerado. É voluntário. O CCZ recebe todo e qualquer órgão fiscalizatório que queira conhecer as instalações”, garante.
Em nota, a Secretaria de Saúde informou que são passíveis de recolhimento os animais domésticos que podem oferecer risco à saúde da população, seja por disseminação de doenças, seja por estarem transitando em, por exemplo, hospitais. Além de animais agressivos, em sofrimento e com indicação de eutanásia de médico veterinário. Alguns donos de animais que pagaram por tratamentos particulares, mas o animal já não tem chances de vida, preferem realizar o procedimento na Dival, por ser gratuito. Para isso, o dono deve levar o laudo encaminhado pelo veterinário.
(por Cristine Gentil, da editoria de cidades do Correio Braziliense)
Feira de adoção Projeto São Francisco
Sábado 02/07 das 10 as 15h
SIA Trecho 2, lotes 65/95
Feira de adoção Agro-Pet
Sábado 02.07 das 10 as 17h
Vicente Pires (próximo ao posto policial,terceira entrada do Taguaparque)
Feira de adoção ATEVI
Sábado 02.07 das 09 as 15h
Armazém do gato – 205 norte
Feira de adoção SHB
Sábado 02.07 das 10 as 16h
CLSW 103 bloca A – Sudoeste
Feira de adoção Abrigo Flora e Fauna
Sábado 02.07 das 11 as 16h
108 Sul
Feira de adoção Abrigo Flora e Fauna
Domingo 03.07 das 11 as 15h
SIA trecho 2 lotes 65/95