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Lei autoriza socorristas a atenderem animais domésticos em emergências
(da Agência ANDA)
Dr. Ed Cooper, responsável pelo setor de emergência no Centro Médico Veterinário da Universidade de Ohio, declarou que os veterinários passarão a oferecer treinamento básico aos socorristas locais para auxiliar no cumprimento da lei, que passa a vigorar no dia 31 de agosto.
“A esperança agora é de que os socorristas possam prestar atendimento aos animais da mesma forma que socorrem humanos, sem o perigo de serem processados por isso,” disse Cooper.
Cory Smith, diretor de políticas públicas para a compaixão animal da The Humane Society of the United States, comemorou: “Essa lei é sobre construir um mundo mais humano. Quando o governo reconhece o quanto os animais são importantes na comundidade, grandes mudanças podem ocorrer pelos direitos animais.”
(da Revista do Correio)
Na hora de agasalhar o pet, é importante ficar atento ao tecido escolhido e ao tamanho da peça. Se usadas com bom senso, as roupinhas são perfeitas para o momento
Na semana que passou, o brasiliense experimentou temperaturas na casa de 10ºC. Embora peludos, os pets também penam com o frio. No caso dos cães, uma forma segura de aferir se estão incomodados é verificar as orelhinhas deles — se estiverem geladas, é um mau sinal. As roupas próprias para bichos ajudam, sim, a mantê-los protegidos e livres de doenças, como a gripe canina.
A estudante de administração Thaíssa Bruno, 21 anos, mora em apartamento, mas, mesmo assim, não hesita em vestir Beethoven, da raça shi tzu. “Ele sempre ficava todo encolhido e com o pelo frio. Como a gente prefere deixá-lo tosado, comecei a comprar roupinhas para aquecê-lo.” Thaíssa aproveita o modelo e investe em looks descolados, com tecidos quentinhos e estampas divertidas. Apesar de, inicialmente, a aceitação não ter sido boa, após algumas tentativas, o cão se acostumou. Na hora de dormir, além da roupa, Beethoven se enrola em uma manta.
As estampas são de livre escolha, mas alguns tecidos são contraindicados para cães. Para evitar alergias, é importante procurar peças feitas à base de algodão, flanela, plush, malha e manta acrílica — essas dificilmente causarão reações negativas. Além disso, enfeites como babados e brilhos devem ser evitados para que não irritem o animal ou causem feridas pelo contato constante em determinada região do corpo.
O Zeca é um vira-lata bem bagunceiro. Por ter pelos curtinhos e ser muito magro, a professora de zumba Izabela Vieira, 23 anos, faz de tudo para mantê-lo aquecido. “O problema é que, se tiver uma etiqueta aparente, ele fica louco pra morder, então eu já arranco tudo antes para não correr o risco de ele ficar irritado.” A adaptação do bichinho com a roupa é de extrema importância. Não vale a pena insistir caso o pet não aceite a vestimenta no corpo, pois isso pode gerar um estresse desnecessário. É interessante começar com peças que não sejam muito justas e que não tenhm mangas, como coletes e capas.
Filhotes e idosos são os que mais sofrem com a estação. Os bebês podem adoecer com qualquer mudança brusca de temperatura e o mesmo ocorre com os pets mais velhinhos, cujo sistema imunológico já não responde tão bem. Entre 8 e 9 anos, eles começam a envelhecer, e os cuidados extras devem ser iniciados. Vale lembrar que cães e gatos braquicefálicos (com o focinho achatado), como o pug e o buldogue, tem dificuldade de aquecer o ar que vai para os pulmões, o que os predispõe a problemas respiratórios.
A veterinária Thalita Correa aprova o uso de roupinhas, mas destaca que é indispensável ter atenção para não manter o animal vestido por muito tempo. “As roupas abafam a pele e isso pode causar uma dermatite”, ensina. Outro fator importante é saber escolher bem o tamanho da vestimenta, para que não fique muito apertada ou muito grande e atrapalhe na hora de fazer xixi, por exemplo. É sempre útil ouvir um veterinário antes de ampliar o guarda-roupa do bicho.
A forma como os cães sentem frio é muito semelhante aos humanos em vários aspectos, mas Thalita ressalta que algumas raças são muito mais preparadas para temperaturas baixas devido à pelagem, caso do husky siberiano, do são bernardo e do golden retriever. “Essas raças grandes e peludas não sentem frio com tanta facilidade, então talvez não haja necessidade de vesti-los.” Cães que estão acima do peso também não necessitam de cobertura extra. Aliás, eles estão sujeitos a quadros de hipertermia — quando a temperatura do corpo aumenta além do normal.
Muitas vezes, a preocupação é com o passeio noturno. Frida, cachorrinha da raça spaniel japonês da estudante de direito Carla Teixeira, 20 anos, faz pelo menos dois passeios ao dia, sendo um deles à noite, quando a temperatura tende a cair. “Mesmo ela sendo bem peludinha, na hora dos passeios, eu tento colocar a roupinha.” A estudante confessa que aproveita a oportunidade para deixar a pet ainda mais fofa.
Sair de um local bem aquecido e ir para outro muito frio é perigoso. Caso o cão fique dentro de casa, mas saia para fazer suas necessidades no quintal, por exemplo, é importante que o proprietário fique atento ao choque térmico. Além disso, no inverno, os animais ficam mais sensíveis às viroses, como a traqueobronquite. É uma doença muito parecida com a gripe humana, com espirros, febre e falta de apetite. Caso não seja tratada, pode evoluir para quadros mais graves, como a pneumonia. Como a doença pode ser transmitida pelo contato, a melhor forma de prevenção é a vacinação contra a gripe canina, que é reforçada anualmente.
Para diminuir a chance de doenças do frio, evite tosar a mascote e diminua a frequência de banhos. Quando o banho tiver que ser dado, eles devem ser sempre com água morna e os cães, muito bem secados. As roupinhas são ótimas para ajudar, mas caso o cão as recuse, é importante reforçar o aquecimento do ambiente. Não permita que o cão durma diretamente no chão. Agora, se ele for criado em espaços abertos, o melhor é manter a caminha acessível, mas em um lugar que não seja tão exposto, e deixar uma manta ou uma toalha à disposição.
Arraiá de cães e gatos 2016
Sábado a partir das 9:30h
SCLN 205 – Armazém Rural
Feira de adoção Abrigo Flora e Fauna I
Sábado das 11 as 15h
SIA Trecho 2, ao lado da Gravia
Feira de adoção Abrigo Flora e Fauna II
Sábado das 11 as 16h
108 Sul, ao lado da Pet Shop Di Petti
Feira de adoção ATEVI
Sábado das 9 as 15h
408 sul, Pet House
Feira de adoção SHB
Domingo da 10 as 16h
SIA trecho 2, ao lado da Gravia
Mutirão de Inverno Abrigo Flora e Fauna
Domingo 26
Entrar em contato via site ou Facebook
(por THIAGO SOARES, da editoria de Cidades do Correio Braziliense) (foto: Ed Alves/@cbfotografia)
Um trabalho inédito pretende mapear a quantidade de animais domésticos no Distrito Federal. O cadastramento teve início em abril com as residências da Candangolândia e servirá de base para elaboração de políticas públicas de prevenção e controle de zoonoses na região. O levantamento é fruto de uma parceria entre a administração regional, a Diretoria de Vigilância Ambiental, vinculada à Secretaria de Saúde, e o Departamento de Medicina Veterinária da Universidade de Brasília (UnB).
A ideia surgiu após a administração regional identificar que muitos bichos vagavam pelas ruas. Durante o processo, as cerca de 5 mil residências da região foram visitadas por agentes sanitários e voluntários. Nesta última semana, os pesquisadores retomarão às casas em que não foi possível efetuar os questionamentos, que incluem o tempo de vida dos animais, quantos habitam no local, se contam com acompanhamento veterinário, entre outros. As famílias com bichos de estimação também são orientadas sobre guarda responsável e bem-estar dos pets.
O estudante Douglas Pereira, 18 anos, dono de Marley e Pichuca, de 1 e 3 anos, respectivamente, procura passear com os cachorros diariamente. “Para eles não ficarem livres na rua, mantemos o portão de casa sempre fechado. Se algum dele sai, é sempre acompanhado de alguém”, disse. O acompanhamento veterinário também é uma das preocupações do jovem. “O mais novo foi vacinado recentemente. É importante esse acompanhamento para manter a saúde deles em dia.”
Um dos principais objetivos do cadastramento é também evitar o abandono de animais, de acordo com a responsável pelo mapeamento, Paula Galera, professora de medicina veterinária da UnB. “Queremos saber se parte desses animais nas ruas têm um lar. A partir do diagnóstico, vamos propor campanhas educativas para expor a ideia de guarda responsável. As campanhas vão sensibilizar a população, principalmente para não expor os animais e manter a saúde deles por meio de vacinação, por exemplo.”
O censo também levanta as condições socieconômicas das famílias. “Ele é importante para ajudar a definir as políticas públicas de animais naquela região. É uma ótima oportunidade também para sabermos as condições desses bichos. A intenção é estender essa pesquisa para demais regiões do Distrito Federal”, detalhou o médico veterinário da Diretoria de Vigilância Ambiental (Dival) Laurício Monteiro.
Fabrício Medeiros, 18 anos, também passeia com os cachorros nas ruas da Candangolândia. Acompanhado da namorada, Sara Ferreira, 17, os dois andam com Nina, 3 e Jade, 1. Os pesquisadores já levantaram as informações da família. “Temos a preocupação de mantê-los sempre em casa, com a vacinação em dia. Uma vez ou outra saímos com os dois, para não ficarem estressados no ambiente fechado”, disse o estudante.
Perfil
Uma pesquisa revelou o perfil dos donos de animais de estimação no Brasil. O levantamento nacional, encomendado pelo Instituto WALTHAM®, principal autoridade científica em nutrição e bem-estar animal, na Inglaterra, revelou que a maioria dos brasileiros proprietários de cães é homem, casado, mora com mais de uma pessoa e é de classes A e B (82%). Já os proprietários de gatos são, em sua maioria, mulheres, solteiras, que moram em apartamentos e são de classes B e C.
A pesquisa mostrou que os proprietários de cães têm, em média, 41 anos e moram (93%) com mais de uma pessoa, em casas (59%) , que 24% adotaram seus cães, sendo 59% deles sem raça definida. Dos entrevistados, 68% acreditam que os cães trazem conforto emocional e 44% veem seus cachorros como filhos — nesse caso, a maioria dos entrevistados são mulheres solteiras de até 40 anos. Os donos de cães levam, em média, 2,8 vezes por ano seus cães ao veterinário. A alimentação manufaturada foi apontada como a melhor opção para os cães, já que 95% dos donos optam por alimentos secos.
Em relação aos donos de gatos, a pesquisa mostra que 61% são mulheres, têm em média 40 anos e 62% moram em casas. Dos entrevistados, 48% acreditam que os felinos entendem o humor dos donos e 45% veem seus gatos como filhos. Dos proprietários de gato, 39% também têm cães. A porcentagem de donos de felinos (42%) que acreditam que pets são boa companhia para crianças é numericamente maior do que a de cães (40%). Se comparado aos donos de cães, os de gatos levam menos os pets ao veterinário — média de 2,3 vezes por ano.
Aula de ioga é praticada com gatos abandonados para incentivar adoção
(do Catraca Livre) (fotos: Homeward Bound Pet Shelter)
O abrigo para gatos Homeward Bound, nos Estados Unidos, realizou uma parceria inédita com o estúdio de ioga Yoga at Connie’s, em Nova York, para conscientizar as pessoas sobre a importância da adoção dos animais.
A “Yoga4Cats” (“ioga pelos gatos”, em tradução livre) é uma aula especial em que os alunos são incentivados a praticar os exercícios de relaxamento e concentração ao lado de felinos disponíveis para adoção. Os animais caminham e interagem livremente ao lado dos praticantes de ioga durante a atividade.
Ao final da primeira aula, que ocorreu em junho deste ano, cerca de US$ 500 (R$ 1500) foram doados para o abrigo. Um dos gatos que participou da sessão de ioga foi adotado.
A ideia da campanha era colocar os alunos em contato com os felinos para que se sensibilizassem com a situação de abandono de animais, ainda muito presente nos Estados Unidos. Confira o vídeo:
Onça que participou do revezamento da tocha olímpica no AM é morta após solenidade
O Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio-2016 usou as redes sociais na tarde de ontem para repercutir a morte de uma onça-pintada que foi utilizada durante a passagem da tocha olímpica por Manaus na segunda-feira. O animal silvestre foi abatido após fugir e tentar atacar um militar. “Erramos ao permitir que a Tocha Olímpica, símbolo da paz e da união entre povos, fosse exibida ao lado de um animal selvagem acorrentado. Essa cena contraria nossas crenças e valores. Estamos muito tristes com o desfecho que se deu após a passagem da tocha. Garantimos que não veremos mais situações assim nos Jogos Rio-2016”, disse o comitê em uma série de postagens no Twitter.
Na segunda-feira, a tocha olímpica visitou o Centro de Instrução de Guerra na Selva (CIGS), em Manaus. Em determinado momento do revezamento, os condutores posaram ao lado de duas onças-pintadas, mascotes da corporação. Ambas estavam acorrentadas.
Após o evento, uma das onças que participou da cerimônia, Juma, fugiu e foi abatida com um tiro de pistola. “Uma equipe de militares composta de veterinários especializados no trato com o animal foi ao seu encontro para resgatá-la. O procedimento de captura foi realizado com disparo de tranquilizantes.
O animal, mesmo atingido, deslocou-se na direção de um militar que estava no local. Como procedimento de segurança, visando proteger a integridade física do militar e da equipe de tratadores, foi realizado um tiro de pistola no animal, que veio a falecer”, disse o Comando Militar da Amazônia (CMA), em nota.
Também em nota, o Instituto de proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) informou que as onças mantidas em cativeiro no estado foram resgatadas da natureza quando ainda filhotes, geralmente após a morte da mãe, como defesa contra predadores ou pelo tráfico de animais silvestres, para serem vendidos e criados sem autorização.
Os animais considerados incapazes de voltar ao hábitat, após avaliação feita por uma equipe técnica, são destinados a zoológicos e mantenedores licenciados. No caso de Juma, o Ipaam afirma não ter sido consultado sobre sua participação no evento da passagem da tocha. “Necessitamos ainda da confirmação através de resposta oficial da notificação enviada pelo órgão ao CIGS, sobre o que ocorreu no evento e sobre as circunstâncias do acidente. O Ipaam salienta que as medidas cabíveis serão adotadas após a resposta oficial do CIGS.”
O centro é um instituto de especialização militar, subordinado ao Comando Militar da Amazônia (CMA). Oferece cursos de combate e sobrevivência na selva. Seu símbolo é uma onça-pintada e, em seu zoológico, um dos principais pontos turísticos da região, abriga diversas espécies, sendo a onça-pintada o principal destaque. Esses animais são resgatados feridos na floresta e recuperados com a intenção de devolvê-los à natureza. Quando não é possível, são mantidos em cativeiro e tratados como mascotes.
De acordo com o Ipaam, “o CIGS está em processo de licenciamento após o repasse do processo pelo Ibama e foi vistoriado em novembro de 2015. O CMA possui licença vigente de mantenedor de fauna silvestre com a vistoria realizada em dezembro de 2015”. O Exército também divulgou nota lamentando o ocorrido. “Era um animal dócil e habituado à convivência com pessoas no interior do quartel. Diariamente, era acompanhada por uma equipe de militares experientes, integrada por veterinários e tratadores, com a tarefa de observar e garantir seu conforto”, diz o documento, que informa, ainda, que o CIGS determinou abertura de processo administrativo “para apurar os fatos”.
Jogador da NFL se torna tutor de cadela que tinha dificuldades em ser adotada
(da redação da ANDA)
Ronnie Stanley, jogador do time de futebol americano Baltimore Ravens, juntamente com sua namorada e um companheiro de equipe visitaram o abrigo de animais BARCS.
“Nós estamos procurando por um cão que esteja aqui há muito tempo e talvez tenha dificuldades em ser adotado”, disse ele, segundo um post do Facebook feito pelo abrigo, relata o Bark Post.
O trio conheceu vários cães e Winter foi o filhote escolhido.
Winter é uma cadela de seis anos de idade, que tinha sido encontrada em meados de maio, trancada dentro de um quarto em uma casa vazia, sem comida, água ou sequer ar fresco.
Ela estava desidratada e assustada, e a extrema flacidez em sua barriga sinaliza que ela deu à luz a muitas filhotes, o que não incomodou o jogador que recebeu um beijo carinhoso da cadela.
A porta-voz do BARCS Bailey Deacon está entusiasmada com a adoção de Winter e com suas possíveis repercussões.
“Se o grande e forte Ronnie escolhe adotar um animal, aqueles que o admiram farão o mesmo”, diz ela.
“E o bônus é que ele não veio adotar qualquer animal, ele pediu especificamente por um animal que estava tendo dificuldades em encontrar um lar. Isso não é fantástico?”, acrescentou Deacon.
(da Agência ANDA) (Fotos: Reprodução/YouSignAnimals.org)
O macaco foi acusado de “bagunçar” a vizinhança, roubando alimentos e quebrando alguns objetos, como é de se esperar do comportamento de um animal fora de seu habitat.
Os residentes, por sua vez, decidiram linchar o animal publicamente em um ato cruel de humilhação. Para isso, contrataram um especialista em capturar macacos, que preparou uma armadilha utilizando uma cesta de frutas como isca e em seguida o amarrou, exibindo o animal no meio da rua como se fosse um troféu.
Foi preciso expor o animal a tamanha crueldade para que as autoridades responsáveis tomassem a iniciativa de levá-lo de volta à selva.
O caso gerou revolta e está impulsionando a luta pelos direitos animais no país, exigindo leis que protejam todas as espécies. Tratar um animal inocente e indefeso dessa forma é totalmente inaceitável.
Ativistas lançaram uma petição para que macacos e outros animais recebam tratamento digno e para que o governo conscientize a população sobre como agir em encontros com animais selvagens. Já são mais de 10 mil assinaturas e a meta é de 20 mil, podendo ser facilmente alcançada com a contribuição de todos – essencial para que cenas como essa jamais se repitam.
(por Júlia Faria e Carolina Costa, da editoria de cidades do Correio Braziliense) (fotos: Marcelo Ferreira/@cbfotografia)
Os apaixonados pelos seus animais de estimação os veem como membros da família. E não adianta criticar: o amor pelos bichinhos sempre fala mais alto. O carinho é tanto que até se separar deles por algumas horas é doloroso, que dirá por dias e dias. Mas, quando há estabelecimentos que aceitam a presença dos animais, a alegria de dividir mais momentos juntos é coletiva. No Distrito Federal, os espaços pet friendly na capital têm crescido e com eles o amor pelos animais.
São cafés, bares, shoppings e até hotéis. A estudante Juliana Lauermann, 20 anos, procura esses lugares e dá preferência para eles. “Hoje, muitas pessoas têm os cachorros como filhos, então, é muito legal poder levá-los para onde for”, afirma. Assim, ela é frequentadora assídua do Ernesto Cafés Especiais. Desde o início do negócio, a dona, Juliana Pedro, sentia a necessidade de atender uma demanda dos clientes. A primeira adaptação surgiu da ideia de disponibilizar de água fresca em recipientes específicos para os pets. Aos poucos, a parte de trás do estabelecimento, carinhosamente chamada de “nosso quintal” ganhou a presença de companheiros de quatro patas.
“Como nossos clientes acabaram adotando o Ernesto como uma extensão de suas casas, passam um bom tempo aqui, com a família e o cãozinho”, explica Juliana. Entretanto, esses mimos têm restrições. Os bichinhos precisam estar com o equipamento de segurança necessário e só podem circular no jardim do café.
E que tal um hotel para os bichinhos? A arquiteta Letícia Markiewicz, 53 anos, ficou muito animada com a ideia e descobriu que na cidade também há o serviço. “A Valentina sempre viajou conosco, mas só para casa de família. Agora, ela pode nos acompanhar em outros destinos”, afirma, ao conhecer o hotel Athos Bulcão, da rede de hotéis Hplus. O propósito veio a partir de um levantamento da necessidade de se diferenciar no mercado casada com uma necessidade social.
Muitos cães
Segundo pesquisa divulgada pelo IBGE, no Brasil, há mais cachorros de estimação do que crianças. Cerca de 44% das residências têm cães, equivalente a mais de 52 milhões de animais, superando os 45 milhões de crianças (leia Para saber mais). O hotel permite cães de até 12kg e que nos elevadores sejam levados no colo. Julia Faure, 21 anos, idealizadora do projeto, comenta que mesmo somente com 13 dias de implantação já houve um retorno positivo. “Todos os cachorros são recebidos com um kit de boas-vindas personalizado. Ele é cadastrado como um hóspede normal.”
Os shoppings da capital também entraram na onda. Iguatemi, Casa Park, Boulevard e Brasília Shopping oferecem facilidades para os consumidores, como carrinhos específicos para os animais de pequeno porte — sem contar os cães-guia, sempre liberados. Há regras, como estarem no colo e não frequentarem a praça de alimentação. “A gente uniu essa tendência ao lazer e à convivência. Os clientes sentem-se privilegiados e têm dado um retorno muito bom. Estamos até com alguns projetos para ampliar a iniciativa”, afirma a gerente de marketing do Brasília, Maíra Garcia.
Perfil dos donos
Estudo realizado pelo Ibope revelou que o Brasil possui 52,2 milhões de cães e 22,1 milhões de gatos sendo que, dos 65 milhões de domicílios do país, 44,3% possuem pelo menos um cachorro e 17,7% pelo menos um gato. A base da pesquisa quantitativa teve 900 entrevistados, sendo 300 donos de cães, 300 donos de gatos e 300 não possuidores — com intenção de ter. As entrevistas foram realizadas com homens e mulheres a partir de 25 anos em São Paulo, Rio de Janeiro, Ribeirão Preto, Porto Alegre, Salvador e Distrito Federal
A pesquisa mostrou que os proprietários de cães são, em sua maioria (51%), casados, têm, em média, 41 anos e 93% moram com mais de uma pessoa. Além disso, observou-se que 82% são de classe AB (na classe A são 24%), 59% moram em casas e 24% adotaram seus cães, sendo 59% deles SRD (sem raça definida). Dos entrevistados, 68% acreditam que os cães trazem conforto emocional e 44% veem seus cachorros como filhos, sendo que a maioria desses respondentes são mulheres solteiras de até 40 anos. Em relação aos donos de gatos, o levantamento mostra que 61% são mulheres, têm em média 40 anos e 62% moram em casas.
(por Gláucia Chaves, da Revista do Correio)
Quem vê cachorros percorrendo um monte de obstáculos a toda velocidade logo imagina que se trata de um treino complicado demais para levar o próprio pet. De fato, há competições de agility espalhadas por todo o mundo, mas a filosofia do esporte não é apenas competir e ganhar prêmios. Na verdade, o exercício atua em muitas frentes do comportamento animal e pode ser útil para contornar diversos problemas, de agressividade excessiva a medo. A adestradora Thaís Moysés Rodrigues explica que a competição é inspirada nos circuitos de hipismo, em que o cavalo precisa cumprir um percurso em um determinado tempo. No caso da corrida canina, os bichos têm de 30 a 50 segundos.
Além de deixar o bicho em forma, o agility serve para estreitar os laços entre tutor e animal. “O treino é feito com muito reforço positivo. O cachorro é estimulado a prestar atenção no dono e a ser recompensado por isso”, explica Thaís Rodrigues. Cada vez que acerta, ele recebe um petisco e fica mais confiante para enfrentar desafios novos. Como cão feliz também é sinônimo de dono satisfeito, todo mundo ganha. “Quando ele erra, nada acontece. Por isso, o treino é motivacional — é um momento de qualidade de vida.”
Mas não pense que só o cachorro vai se mexer. Para que o animal se sinta estimulado (e saiba o que tem que fazer), o dono também precisa agitar o esqueleto. “A superação dos obstáculos pelo cão depende da sintonia com o dono. O dono vira um foco de confiança, isso fortalece a relação”, frisa a adestradora. Fazer algo com o bichinho que não seja a burocrática voltinha pela quadra é extremamente benéfico para o pet, segundo Thaís — e é também algo pouco comum entre os tutores de hoje em dia. “A maioria das pessoas trabalha o dia inteiro e o cachorro fica sozinho. Normalmente, quando o levam para passear, são atividades mais interessantes para o humano do que para o cão”, aponta.
No agility, além de aprender coisas novas, o animal tem a chance de socializar com outros pets. Isso acontece por conta da dinâmica do treino: um por um, os cães (e seus donos) são chamados para a pista de obstáculos. Cada atividade dura em torno de cinco minutos para que o animal não se canse e perca o foco. Depois, a dupla vai para o banquinho e espera ser chamada novamente. Enquanto não chega a hora de “malhar” de novo, os cachorros brincam, correm e interagem entre si. “Apesar de não ser um trabalho específico para melhorar comportamentos como medo ou agressividade, o cão socializa e fica cansado — e todo mundo sabe que um cachorro cansado é um cachorro feliz”, completa Thaís.
Para os humanos, o agility não é passivo nem na pista nem em casa. Isso acontece porque a aula não acaba quando termina: depois da “maromba”, os tutores precisam continuar a treinar os exercícios, como uma espécie de dever de casa. “O agility exige muito dos donos, porque eles têm que se tornar um pouco adestradores”, completa a bióloga e adestradora Luíza Oliveira Dias. Treinar em casa o que foi passado na aula e procurar informações sobre técnicas de adestramento são providências interessantes para quem busca resultados consistentes.
Ficha técnica
Quem pode fazer: o agility é indicado para qualquer cachorro, de raça ou não. Se o objetivo for competir, cães velozes (como border collie e pastor-de-shetland) são os mais indicados. O treino com filhotes é um pouco diferente, já que ainda não têm a estrutura óssea totalmente formada. Animais idosos também se exercitam de forma mais leve e sem impacto, por já estarem com as articulações frágeis.
Objetivo: melhorar o condicionamento físico do animal; promover a interação tutor-animal; participar de competições.
Principais obstáculos: saltos, túneis, gangorra, passarela, rampa em “A” e o slalom (12 varetas enfileiradas para o cão desviar).
Cuidados: procure se informar sobre conceitos básicos de adestramento antes de começar. Por inexperiência, alguns donos podem levar o cão a se machucar.
Um preparo intenso
Se a ideia é competir profissionalmente, a preparação precisa ir bem além do dever de casa. Há casos de donos que precisaram entrar em forma para investir nos treinos do pet. “É um exercício de explosão, com muitas curvas e mudanças de direção”, enumera a adestradora Luíza Dias. “Para algumas pessoas, pode ser bem cansativo, já que o dono de um cão competidor faz uma média de quatro percursos com o cachorro.”
A falta de costume em adestrar o animal de estimação é o principal entrave para quem começa no agility, mas Luíza explica que a falha é cultural. Em outros países, o filhote sai do abrigo de animais direto para aulas de “boas maneiras”. “Aqui, ainda temos a cultura de deixar o cachorro no quintal. No exterior, as pessoas têm mais a noção de que o cão é parte da família e há mais responsabilização do dono se o cachorro fizer algo de errado.”
Para a médica veterinária Liziè Pereira Bufs, 34 anos, o agility salvou sua relação com Stella, uma cadela sem raça definida de 6 anos de idade. Liziè encabeça o projeto social Bicharada da Casa 7, que dá dicas e informações para evitar maus-tratos e abandono de animais. Em 2011, Stella chegou. Anarquista, a cadela latia sem parar, comia o que aparecesse pela frente e não aceitava comandos. “Eu ficava muito frustrada. Não conseguia ensinar nada. O comportamento animal não é uma ênfase da graduação em veterinária.”
Liziè tentou vários adestradores, mas não estava interessada em abordagens punitivas. Mais que comandos como “senta” e “deita”, a veterinária buscava um método que realmente ensinasse como Stella deveria se comportar em todos os momentos, dentro ou fora de casa. Quando descobriu o agility, mergulhou em leituras sobre adestramento com reforço positivo. “O mais difícil é dar atenção aos comportamentos bons em vez de focar nos ruins. Você tem que se reeducar.”
Os resultados foram rápidos: em apenas um mês, Stella já prestava atenção nos comandos e tentava se comunicar com a dona de maneira positiva. “Já resgatei mais de 60 cachorros de rua e ela foi a única que cheguei a me questionar se seria feliz comigo. Era um sentimento de derrota horrível”, reconhece Liziè. Hoje, Stella nem parece a mesma cachorra: parou de destruir as coisas e até viaja com a família.