(Por Gláucia Chaves, da Revista do Correio)
Assim como o rosto é o nosso cartão de visitas, a pelagem é a primeira coisa que chama a atenção nos animais. Atualmente, há diversas opções de produtos e tratamentos que prometem deixar os fios dos bichinhos sedosos, brilhantes e macios. Além da beleza, contudo, a aparência do pelo é sinal de saúde, ou da falta dela. De acordo com Robson Barros Pedro, médico veterinário e proprietário da Girovet, se o seu animal está com queda de pelo, coceira ou vermelhidão na pele, é sinal de que pode estar com algum problema. “Os pelos podem indicar o estado nutricional, se há alguma lesão causada por fungos, sarnas, alergias alimentares ou dermatites”, enumera.
Escová-los diariamente é a regra número um para evitar o desconforto animal. De acordo com Robson Pedro, um pelo bem escovado evita a formação de bolos, que causam dor quando desfeitos. “A chance de a área embolada ficar úmida é grande. Fungos gostam de regiões quentes e molhadas. Se o proprietário não o seca corretamente, podem aparecer fungos e dermatites”, completa o especialista.
A pelagem também serve como termômetro para a saúde nutricional do bicho. Simone Bandeira, veterinária do Amigo Meu Veterinária e Pet Shop, explica que fios ralos, sem brilho e, em casos mais raros, com textura diferente, podem indicar transtornos metabólicos, como desnutrição, problemas hormonais e alergias. “O pelo serve como espelho do que está acontecendo por dentro do animal”, frisa. Segundo ela, a escovação é importante também para remover a pelagem morta. “O hábito mantém o pelo saudável e promove o aumento da circulação sanguínea, o que melhora a nutrição dos fios e a saúde de modo geral.”
O ideal é que, tanto cachorros quanto gatos, tenham os pelos escovados diariamente. Se não for viável, Simone Bandeira diz que a recomendação é de que a prática seja feita, pelo menos, duas vezes por semana. “Quando o animal começa a ficar sem escovação, ele se coça para eliminar os pelos, o que pode formar os indesejáveis bolos”, explica a veterinária. Escovar os animais em casa também facilita o desembaraçá-los na hora do banho e da tosa. “Muitas vezes, o medo de o animal ir para o pet shop é que pode faltar esse cuidado ao profissional que irá dar o banho. Isso deixa o bicho estressado, o que é prejudicial para a saúde psicológica dele.”
Esse tipo de pelo pode ser dividido em três categorias:
-Longo, sedoso e sem ondulação: pode ser frágil e fino, por isso quebra mais fácil. Requer cuidado ao escovar, secar e dar banho. Exemplo: afghan hound;
-Longo e ondulado: são um pouco mais ásperos, grossos e resistentes. Essas características fazem com que os pelos sejam impermeáveis, protegendo mais o animal da umidade e do frio. Exemplos: springer spaniel e o retrivier dourado;
-Longo, liso e um pouco áspero: como sky terrier, lhasa apso, shih tzu.
Pelos curtos
Pelos rentes ao corpo do animal. A sujeira não gruda com facilidade, não há embaraços e a escovação é mais fácil. Exemplos: pug e weimaraner.
Pelos duros
Ásperos, espessos, com um subpelo lanoso, chamados também de pelo arame. Ao contrário dos cães de pelo curto, eles requerem tosa com mais frequência, pois o subpelo, quando não cortado, pode se sobressair ao pelo superior. Acumulam mais sujeira, o que pode trazer problemas de saúde para o animal. Exemplos: scottish terrier e o schanauzer.
*Fonte: Fabiana Zerbini, gerente técnica da marca especializada em produtos animais Virbac
Cosméticos para eles
Quando o bicho está saudável, o bem-estar transparece no pelo. Mas nada impede que os tutores se valham de alguns produtos e tratamentos para embelezar ainda mais os fios dos pets. A veterinária Simone Bandeira diz que xampus, condicionadores e máscaras de hidratação estão liberadas. “Algumas raças podem não combinar muito com este tipo de produto, como o yorkshire, cocker spaniel e gatos persas, que têm pelos com oleosidade maior”, pondera. Para esses animais, a recomendação é investir em produtos com fórmula mais fluida, como leave in.