Cães brasilienses inovam ao serem pajens em casamentos

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(da Revista do Correio)

(Amor canino)

Se antes os casais impressionavam os convidados ao realizarem performances artísticas durante a festa de casamento, hoje o destaque do matrimônio pode não estar nos noivos. Muitos pets têm lugar de honra e ficam presentes durante toda a cerimônia, incluindo ensaios conjuntos com a noiva e a produção de vestimenta sob medida. O adestrador Wilson França não recomenda que um cachorro inseguro seja colocado em um ambiente com tanta agitação, pois acredita que ele pode se assustar até mesmo com um espirro ou choro de criança. “Imagina o cachorro fugir com a aliança na boca?”, brinca.

O especialista ressalta, porém, que a maioria dos animais pode ser instruída para a tarefa. “‘Isso vai depender muito do trabalho que o profissional vai desenvolver, da socialização”, pondera. Além disso, ele acredita que levar os cães para a cerimônia ajuda a desmistificar a ideia de que é suficiente para o cão ser alimentado e ter um local para dormir. A maioria dos problemas comportamentais são desenvolvidos pela reclusão e pelo pouco contato social e podem até causar males físicos. “O cachorro também tem o papel dele no meio familiar. Muitas pessoas o tratam como filho e querem levá-lo nesse momento maravilhoso, que vai ser lembrado quando o casal tiver 70 anos e for contar para os netos”, diz. França conta que, apesar de alguns convidados não gostarem de cães, a maioria costuma aprovar a ideia.Conheça as histórias de cinco noivas que tiveram a companhia dos pets em um dos dias mais especiais de suas vidas.

Lara conheceu o marido três meses depois de Frodo chegar à família. Foi quando a vida dos três passou a ser uma só. “Eu já avisei que o Frodo seria o pajem. Não tenho filho humano, só tenho filho cachorro”, diverte-se. Após o noivado, ela reafirmou o desejo e deixou o cerimonialista preocupado. Lara não ensaiou com Frodo a entrada e o pet nunca passou por adestradores. ‘”Quando a criança é pajem ou daminha, vai andando, para, chora, volta e todo mundo ri. Então, se o Frodo parasse no meio, fizesse xixi, todo mundo riria também”, justifica.Lara conta que o cão nunca usou coleira e sequer roupinhas, por isso, ela preferiu não introduzir a novidade naquele momento. Ele usava uma gravatinha com um protótipo de gola, onde guardava as alianças do casal. A família da noiva insistiu que o shih-tzu entrasse de coleira e ela combinou com as crianças, o cunhado e uma prima da empresária, que eles retirassem a coleira e soltassem Frodo no momento de entrada. O cachorro, de início, ficou desconfiado e parou no meio da passarela, mas, depois de ser chamado pelos donos, seguiu perfeitamente até o altar. Quando Lara começou a organizar o casamento, ela estabeleceu que a cerimônia seria ao ar livre e durante o fim de tarde. A primeira pergunta foi se Frodo poderia entregar as alianças. “Se não pudesse, não ia querer casar aqui lá.” Frodo teve também um dia especial de cuidados no pet shop, seguindo a tradição do dia da noiva. Após a performance, ele retornou para casa com um motorista de Lara, que passou todo o dia à disposição do pet. “Ele não gosta de muvuca”, justifica.

A cunhada de Adriana queria que a filha guiasse a coleira de Zeca, mas a noiva decidiu que, se a função não pudesse ser realizada por todos os sobrinhos, não seria por nenhum. A mascote acabou entrando no colo de uma amiga dela. As alianças estavam em uma bolsinha pendurada na coleira. “Foi uma cerimônia muito simples, no cartório. Mandei fazer um smoking para ele, eu mesma tirei as medidas”, conta.Como Zeca tinha apenas sete meses na época do casamento, Adriana ficou com medo de ele se assustar com o ambiente, que era a casa de um conhecido. A dupla, porém, não chegou a ensaiar a entrada e, ainda assim, tudo ocorreu bem.

Giselle ficou com receio de Bono entrar sozinho e, por isso, os avós conduziram o cão pela coleira. O schnauzer não ensaiou a entrada e não levou as alianças, que já estavam com os noivos, mas permaneceu durante toda a cerimônia e também na festa, usando uma roupinha de cor semelhante à do noivo. O casamento ocorreu no Rio de Janeiro, onde mora a família do marido de Giselle. Ela conta que chegou a visitar 16 casas de festa e apenas três admitiam a entrada de Bono.

Gabriele tinha Baby desde os 10 anos e sempre quis que ele participasse. Na época do casamento, Baby estava com 16 anos e cego e, por isso, entrou em um carrinho conduzido por um primo do noivo. Ela conta que não enfrentou problemas com o pastor que celebrou a cerimônia e escolheu o local justamente porque permitiu a entrada da mascote. “Para fechar o local, já impus a condição: essa era prioridade”, afirma

Bruna sempre desejou que as alianças fossem entregues de um jeito pouco convencional. “Eu tinha um outro golden [retriever] que ia entrar com as alianças, mas, em maio, ele faleceu e, com isso, não queria que ninguém ficasse no lugar dele”, conta. A ideia inicial é que o quarteto puxasse uma carruagem, mas, durante os ensaios com o adestrador, Valentim ficou assustado e a opção foi cada um entrar com um pajenzinho. Durante a cerimônia, eles se comportaram bem e foram embora logo antes da festa começar, pois não poderiam entrar no ambiente onde aconteceria a recepção. Bruna lembra que quem deseja levar um bichinho de estimação ao casamento precisa pesquisar bastante. “Foi muito difícil achar o padre e arrumar uma igreja”, lamenta

 

Animais “não têm direitos”, diz a princesa Michael

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Da ANDA

foto Christophe Karaba/Pool/MONACO ROYAL WEDDING

A princesa Michael de Kent afirmou que os animais não tem direitos, “porque eles não pagam impostos.” Seus comentários desencadearam reações negativas de ativistas de direitos animais, que a chamaram de “ignorante”. A princesa, que é casada com o primo da rainha da Inglaterra, fez a declaração no Festival Literário Henley durante uma discussão sobre seu novo romance Agnes Sorel: Mistress Of Beauty. “Eu sou uma grande amante dos animais e eu estou envolvida em ações de conservação, mas os animais não têm direitos. Eles não têm contas bancárias. Eles não votam”, disse. “Temos obrigações. Nós temos obrigações para com os animais, mas dizer que eles têm direitos? “Eles não têm direitos. Você só tem direito, se você paga seus impostos. Você ganha seus direitos”, afirmou. A princesa já havia entrado em conflito com ativistas dos direitos animais devido ao uso de casacos de pele. As informações são do The Independent. Elisa Allen, diretora associada do People for the Ethical Treatment of Animals (PETA), disse ao The Times: “O PETA pede que a princesa Michael de estude o assunto, ao invés de fazer uma declaração sem pesquisa que reflete a ignorância sobre quais são os direitos fundamentais que animais têm, que não incluem o direito de conduzir um carro ou de fazer transações bancárias.” “Ela também deve ter cautela em opinar em sobre estas questões, porque sua declaração insensata poderia levar ao entendimento de que as crianças e certos seres humanos também não têm direitos.”

Cães podem ter Alzheimer?

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da Revista do Correio

Seu pet deixou de atender comandos e parece estar sempre perdido? É bom ficar atento, pois ele pode ter desenvolvido a Síndrome da Disfunção Cognitiva Canina

Durante um passeio rotineiro, Flockinho ficou desorientado. Tempos depois, foi diagnosticado com SDCC. Foto Zuleika de Souza/CB/DA Press

A Síndrome da Disfunção Cognitiva Canina (SDCC) pode trazer certa confusão mental aos cães. A doença é vulgarmente conhecida como “Alzheimer canino”, pois alguns sintomas são bem parecidos com os do Alzheimer humano. “A SDCC traz alterações semelhantes, mas não é a mesma patologia”, explica o neurologista veterinário Marco Tibery.

Em estágio mais avançado da doença, as mascotes podem deixar de reconhecer os donos e de atender a chamados. Elas deixam de fazer as necessidades fisiológicas nos locais adequados e até esquecem o próprio nome. “O animal perde a capacidade de fazer coisas rotineiras”, afirma o veterinário Rodrigo Tesser, especialista em neurologia veterinária.

De acordo com Tibery, o mais importante é o diagnóstico correto. “O ponto de partida é o que o tutor conta para o veterinário. Nós aplicamos um questionário para saber dos hábitos dos cachorros”, explica. A avaliação deve ser minuciosa e criteriosa. “Temos que excluir outras doenças semelhantes”, detalha. “Quando não existe nenhum sinal físico, já consideramos que pode haver comprometimento mental do cachorro”, complementa o veterinário Rafael Souza.

Qualquer doença relacionada ao encéfalo, dependendo da área afetada, pode comprometer a memória do animal. “Um AVC (acidente vascular cerebral), ou tumores, por exemplo. A gente faz uma série de exames para identificar e descartar outras alterações”, explica Tesser. “Para fechar o diagnóstico, é preciso uma série de exames de sangue, bioquímicos, tomografia computadorizada, ressonância magnética e, a partir daí, vamos afunilando”, conta Marco Tibery. Por fim, é feita uma biópsia do cérebro ou um exame histopatológico.

Quanto mais idoso, mais predisposto o animal fica. Todas as raças são suscetíveis. “É uma degeneração dos neurônios. Os cães a partir dos 8 anos de idade podem ter essa doença, que, geralmente, vem acompanhada de outras”, diz Rodrigo Tesser. Flock (ou Flockinho, para os íntimos) é um mestiço de bichon frisé e tem 13 anos. Apesar de superssaudável, há pouco mais de 1 ano, o cachorro começou a apresentar comportamentos anormais. Os hábitos estranhos se manifestaram durante um passeio de rotina. O pet “esqueceu” o caminho que fazia todos os dias com os donos. Flock começou a andar pelo sentido contrário, a ter dificuldade de passar por grades, e parecia estar perdido.

Outros sinais preocuparam a família. Flock passou a dormir em lugares diferentes do habitual e deixou de fazer as necessidades nos locais de costume. Assim, o pet foi encaminhando para exames de sangue e radiografias. Após um longo processo de observação e checagens, os veterinários atestaram: o cãozinho tem Síndrome da Disfunção Cognitiva Canina (SDCC).

De acordo com a advogada Ana Lúcia Souza, 59 anos, proprietária do animal, os hábitos estranhos continuam, mas de forma controlada. “Ele ainda late muito e tem dias que não quer passear. Sei que ele está fazendo coisas que também não são certas. Faz as necessidades nos locais errados, chora sem motivo, fica debaixo das coisas”, relata.

Além do “Alzheimer canino”, Flock tem síndrome de Cushing. Uma doença provocada pela alta concentração no corpo de hormônio cortisol, conhecido também como o hormônio do estresse. O cachorro toma cerca de 3 remédios por dia. “Um antioxidante para a SDCC, outro para a síndrome de Cushing e mais um remédio para aumentar a imunidade”, relata Ana Lúcia, empenhada no bem-estar do bichinho.

“Para mim é como se ele fosse um bebê. O Flockinho fez parte de um período bem difícil da minha vida. Eu estava vivendo um momento de mudanças, as pessoas achavam que eu poderia ficar doente e ele foi a parte mais especial de tudo o que aconteceu naquela época. Ele é muito apegado e muito ciumento também”, derrete-se a tutora. Com a família ainda mora outro pet: Chiquita, uma mestiça de pinscher de aproximadamente 7 anos. Ela e Flock se dão muito bem.

Depois da confirmação

Assim como o Alzheimer humano, a Disfunção Cognitiva Canina não tem cura e o tratamento consiste em controlar os efeitos. “Os remédios têm o objetivo de evitar a progressão da doença de forma acelerada. Os medicamentos devem repor os neurotransmissores, mas não podem recuperar os neurônios já destruídos”, explica o neurologista veterinário Marco Tibery.

Os remédios são à base de antioxidantes. O animal também pode ser tratado com alguns exercícios. Essas atividades devem trabalhar a questão da cognição. A mente do cão funciona com associações. Quando ele deixa de fazer essas associações, é sinal de que a capacidade cognitiva está comprometida.

Uma abordagem preventiva seria o ideal. Mas ainda não é possível antecipar esse tipo de problema no pet. Por isso, os tutores devem estar atentos às menores mudanças de comportamento e tentar iniciar precocemente o tratamento. “Não é uma doença súbita. É sempre gradativa e progressiva. O animal vai perdendo a parte mental aos poucos”, explica o veterinário Rafael Souza.

Sinais leves

Trocar o dia pela noite

Dificuldade em atender chamados

Urinar e defecar em locais não habituais

Não interagir com as pessoas ou outros animais

Andar sem direção certa, mesmo dentro da própria casa

Choro frequente

Latidos sem motivo

Apatia

Olhar perdido

Sinais severos

Não reconhecer o próprio nome

Não reconhecer os proprietários

Não identificar a própria casa

Não achar a saída de alguns locais (atrás do sofá, por exemplo)

Não responder aos comandos básicos

Ficar encostado na parede

Esquecer de beber água

Não conseguir achar a ração dentro do pote de comida