Por Ana Carolina Massa e Andressa Santos
Ao longo de mais de 100 anos o Brasil busca, junto com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), melhores condições de trabalho numa árdua missão de promover trabalho decente, produtivo, com condições que observem a liberdade, equidade, segurança e dignidade e por meio disseminação de valores e adoção de práticas que permitam a efetivação desses ideais.
Diante dos constantes casos envolvendo trabalho escravo e assédio nas instituições públicas e privadas, acrescido ao fato de que o Brasil é membro da OIT e tendo ratificado inúmeras normas internacionais, é que se tem verificado que muitas empresas, organizações e entidades já contam com áreas de Compliance e Governança. Contudo, tais áreas precisam ser cada vez mais efetivas.
O governo está em vias de ratificar duas importantes convenções, as de número 29 e 190 – que tratam justamente da erradicação do trabalho forçado e da eliminação da violência e do assédio no mundo do trabalho.
Esses dois assuntos causam inúmeras mazelas na nossa sociedade que são de difíceis reparações, já que impactam na economia, no aumento da desigualdade e da pobreza, na qualidade de vida das vítimas, na saúde, além do aumento da violência.
Empresas, entidades e organizações que desejam ter reconhecimento e longevidade em suas atividades precisam compreender que muito mais do que ter um Programa de Integridade e o comprometimento das lideranças em papeis e mídias digitais é efetivamente se comprometer com a pauta, inclusive para terem ao seu lado stakeholders que comungam destes valores.
Consumidores, atualmente, esperam que se uma empresa se posiciona e é contra trabalho escravo ela não deveria ter em sua cadeia de produção comercial e nem utilizar produtos e serviços de empresas que estão envolvidas em trabalho forçado e assédio.
Somente com ação haverá transformação. A cultura da integridade exige posicionamento concreto. A palavra e o posicionamento convence, mas só o exemplo arrasta.
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