viagem-copa-rússia
maira

Copa do Mundo: a aventura de ir sozinha para a Rússia

Publicado em Futebol

“O medo é inevitável”. Li esta frase no primeiro dia que cheguei a Moscou. Fui sozinha, com um mochilão como bagagem e uma mochila para o dia a dia. Estava acomodada em um hostel no centro da cidade, cerca de 3km — 40 minutos caminhando ou duas estações de metrô — da Praça Vermelha e do Kremlin, principais pontos turísticos da cidade. A frase foi dita por Iracema Genecco para a matéria “Mochileiras depois dos 60”, publicada pela BBC Brasil. Após Iracema fazer a primeira viagem sozinha logo que se aposentou, aos 60 anos, ela conheceu lugares como a Ilha de Páscoa, o Irã, a Rússia e diversos países da Europa. Tudo solitariamente.

Eu estou vivendo a minha primeira aventura em outro país completamente sozinha, do início ao fim da viagem. Motivada pela Copa do Mundo, cheguei à capital russa 10 dias antes de o evento começar. Antes estava em Atenas, na Grécia. Do país onde se originaram os Jogos Olímpicos, embarquei para a nação que recebe o grande evento mundial de futebol.

Para os brasileiros, tanto o idioma grego quanto o russo são incompreensíveis sem nenhuma introdução prévia. A diferença é que na Grécia a maioria das pessoas fala inglês, ao menos nos setores ligados a comércio e turismo. Já na Rússia, a maior parte das informações e placas são em alfabeto cirílico e é difícil encontrar quem fale inglês, até nos principais pontos turísticos e no metrô de Moscou.

Para amenizar os receios de não conseguir encontrar endereços e se localizar, comprar um chip de celular russo com pacote de internet é uma alternativa acessível (15 gigabytes de internet custam cerca de R$ 30) e há lojas de telefonia móvel no aeroporto. Na minha primeira tentativa, a vendedora só falava russo, então mudei para a concorrente ao lado e comprei um chip. Depois, peguei um trem que me levou à estação de metrô Belorusskaya e saltei na estação Mayakovskaya. Ali, já me encantei com o tamanho e a beleza dos tetos, lustres e pinturas do metrô de Moscou.

Desci uma estação antes da mais próxima do meu hostel — nem sempre as indicações encontradas na internet acertam em cheio. Após uma boa caminhada, achei uma portinha com o nome do hostel que eu procurava. A recepção russa foi bem direta, sem espaço para saudações calorosas. Fiquei hospedada em um quarto misto — para desespero do meu pai — com capacidade para oito pessoas. Patrick, um professor de inglês original da Jordânia, que mora em Moscou há um ano e meio, fez o papel de anfitrião, deixando-me um pouco mais confortável.

Fui surpreendida com a falta de um guarda-volumes onde eu pudesse trancar minhas coisas de valor. No banheiro compartilhado, havia um problema com a água quente do chuveiro. As surpresas indesejáveis somadas aos perrengues com idioma e aos receios do meu pai com o quarto misto em uma cultura bastante diferente da minha me despertam preocupações. Medo de não dar certo, medo de ter gastado dinheiro em uma furada, entre tantos outros. Então, passo a refletir e recordar os motivos que me levaram a fazer essa viagem.

Na Rússia, diria que esse medo se tornou um minidesespero. Mas troquei mensagem com amigos que têm experiência em viajar sozinhos e recebi conselhos e palavras de incentivo. Aos poucos, as coisas se ajeitaram. No dia seguinte, bati muita perna pelo centro mais turístico de Moscou e acabei o dia me sentindo mais bem localizada e confiante.

Três dicas para quem vai a Moscou

» Mundo tecnológico

Comprar um plano de internet internacional ainda no Brasil ou comprar um chip russo (ou sim card) no aeroporto assim que chegar à Rússia. As operadoras russas mais conhecidas são MTC (C, em alfabeto cirílico, tem som de S), Tele2, Megafon e Beeline. E o melhor é que os preços são bem acessíveis.

» Chegada no país da Copa

Moscou tem três aeroportos importantes: Sheremetyevo International, Moscou Domodedovo e Moscou Vnukovo. De todos eles, os trens da Aeroexpress são a forma mais rápida e barata de acessar o centro da capital russa, ao lado da estação de metrô Belorussky.

» Além do passaporte ou Fan Id, quais documentos?

Qualquer estrangeiro deve realizar o Registro Migratório (também conhecido como Registro de Residência Temporária) dentro de até 24 horas para cada cidade por onde passar na Rússia — critério atualizado para a Copa do Mundo. Esse registro deve ser providenciado pelo anfitrião russo (hotel, pessoa física ou jurídica responsável pela estada do turista na Rússia). Se estiver hospedado em hotel, albergue, pensão ou alojamento, o próprio estabelecimento é responsável pelo Registro Migratório. Se o anfitrião for um amigo ou instituição russa, este deverá se dirigir a um escritório regional do FMS com cópias do passaporte e do Cartão Migratório (entregue na migração logo na entrada do país) a fim de proceder o Registro Migratório.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

*