Lille (França) — Em uma competição de futebol feminino, nada mais óbvio que olhar para o campo e encontrar mulheres sendo as protagonistas de jogadas e lances da partida. No entanto, ao observar os bancos, local de onde os treinadores comandam os respectivos times durante os 90 minutos de jogo, as mulheres ainda são minoria dentro da competição, mesmo que feminina. Na Copa do Mundo da França, dos 24 times, apenas nove são treinados por mulheres. O fato, porém, não impede as técnicas de brilharem no Mundial de 2019.
O exemplo é claro quando analisamos os times que avançaram às oitavas como primeiros colocados dos seis grupos da primeira fase. Apenas um deles, a Inglaterra, é comandado por um homem. Cinco dos seis primeiros colocados na fase de grupos são treinados por uma mulher. França, Alemanha, Itália, Holanda e Estados Unidos têm como líder da equipe uma mulher. Das outras quatro seleções que também seguem as direções de uma mulher, Tailândia, África do Sul e Escócia foram eliminadas precocemente e o Japão avançou em segundo do Grupo D.
Os nomes das técnicas que ocuparam os primeiros lugares de cinco grupos na primeira fase da competição têm história. Corinne Diacre, treinadora da França, por exemplo, foi a primeira mulher a comandar um time profissional masculino de futebol na França. Entre 2014 e 2017, ela foi dona do comando do Clermont Foot, time da segunda divisão francesa. Em 2015, como técnica da equipe, Diacre foi eleita pela revista France Football a treinadora do ano da segunda divisão.
Desde agosto de 2017, a ex-zagueira comanda as anfitriãs da Copa de 2019 e espera conquistar o primeiro título do Mundial feminino. Como jogadora das Les Bleues, ela venceu 121 partidas e marcou 14 vezes. Um dos gols mais importantes da carreira foi o que garantiu a presença da França na primeira Copa do Mundo, em 2003.
Outra ex-zagueira que faz história dentro do futebol feminino como técnica é a italiana Milena Bertolini. Ela assumiu a Azzurra em agosto de 2017 e conseguiu classificar a equipe para a Copa do Mundo, encerrando o jejum de 20 anos longe da competição. Mesmo com a derrota para o Brasil na última rodada da fase de grupos, o time de Bertolini passou em primeiro lugar do Grupo C, que tinha como favoritas as seleções da Austrália e do próprio Brasil. Agora, as italianas enfrentam a China, na próxima terça-feira (25/3).
Entre as seleções comandadas por mulheres que avançaram para as oitavas de final estão as duas primeiras do ranking da Fifa: Estados Unidos e Alemanha. Do lado das norte-americanas, as primeiras colocadas do ranking, está a experiente Jill Ellis . Foi sob o comando dela que os EUA foram campeões no último Mundial, em 2015, no Canadá. Foi o terceiro título da Copa do Mundo feminina do país, mas o primeiro conquistado com uma mulher no comando. No mesmo ano, Jill foi eleita pela Fifa a melhor técnica do futebol feminino do mundo.
No banco da Alemanha, segunda melhor equipe de acordo com a Fifa, está Martina Voss-Tecklenburg. A alemã, que comanda o país em busca do terceiro título, acumula experiências com outras seleções. Martina foi técnica da equipe suíça de futebol feminino e liderou o time até a primeira participação da Copa do Mundo.
Nome da técnica | País | Idade | Se classificou em que lugar? | Ranking da Fifa |
Corinne Diacre | França | 44 anos | 1º lugar do Grupo A | 4º lugar |
Martina Voss-Tecklenburg | Alemanha | 51 anos | 1º lugar do Grupo B | 2º lugar |
Milena Bertolini | Itália | 52 anos | 1º lugar do Grupo C | 15º lugar |
Sarina Wiegman | Holanda | 49 anos | 1º lugar do Grupo E | 8º lugar |
Jill Ellis | EUA | 52 anos | 1º lugar do Grupo F | 1º lugar |
Asako Takakura | Japão | 51 anos | 2º lugar do Grupo D | 7º lugar |
Por Maria Eduarda Cardim — Enviada especial
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