Com prata em Tóquio, Rebeca Andrade é a primeira medalhista olímpica da ginástica feminina do Brasil
Rebeca Prata Ricardo Bufolin / Panamerica Press / CBG A ginasta Rebeca Andrade aparece sorrindo e segurando a medalha olímpica de prata dela na frente dos arcos olímpicos

Do Brasileirinho, de Daiane dos Santos, ao Baile de Favela, de Rebeca Andrade

Publicado em Ginástica artística, Olimpíadas

Daiane dos Santos, primeira brasileira a chegar em uma final olímpica da ginástica artística, passou o bastão para Rebeca Andrade, primeira medalhista do Brasil da modalidade

Uma ligação direta entre Brasil e Japão tornou a medalha de prata da Rebeca Andrade nos Jogos Olímpicos de Tóquio ainda mais especial. Daiane dos Santos e Daniele Hypólito comentaram, ao vivo, a transmissão da prova que rendeu o primeiro pódio olímpico para a ginástica feminina do Brasil. As duas foram as primeiras ginastas brasileiras, ao lado de Camila Comin, a se classificarem para uma final olímpica nos Jogos de Atenas-2004. 

Naquela final de solo, Daiane era tida como favorita ao ouro olímpico, com a apresentação ao som do Brasileirinho, executando o inovador duplo twit carpado que encantou o mundo um ano antes. A brasileira conquistou o primeiro título mundial do Brasil na ginástica artística no Campeonato de Anhaneim, nos Estados Unidos, em 2003. No ano seguinte, ela disputou essa edição das Olimpíadas lesionada e terminou na 5ª colocação. O feito, porém, revolucionou a modalidade, com a contribuição do treinador ucraniano Oleg Ostapenko.

Uma das crianças que se inspiraram em Daiane dos Santos e Daniele Hypólito foi Rebeca Andrade. Uma reportagem da Globo de 2009 registrou o encontro entre elas e Rebeca, aos 10 anos, declarando a satisfação de compartilhar um treinamento com elas. Nesta quinta-feira (29/7), ao ver onde aquela menina chegou, embalada pelo funk “Baile de Favela”, Daiane se emocionou e ressaltou a representatividade da conquista desta ginasta de 22 anos. Na Rio-2016, Rebeca competiu no solo ao com de “Single Ladies”, de Beyoncé.

 

“Agora, a gente tem a primeira medalha do Brasil na ginástica artística com uma negra. Isso é muito forte. Até pouco tempo os negros não podiam competir em alguns esportes”, comemorou Daiane dos Santos, a primeira medalhista mundial negra do Brasil na ginástica artística. “É uma menina que veio de origem humilde, criada por uma mãe solo, veio de várias lesões para ser a segunda melhor atleta do mundo”, completou a ex-ginasta, hoje com 38 anos.

É uma passagem de bastão, que não se restringe às duas, claro. Daiane dos Santos e Rebeca Andrade representam o trabalho de muitos e muitas. Ginastas e profissionais pioneiros que abriram portas para que, hoje, o Brasil esteja no pódio de uma Olimpíadas. Algo extremamente seletivo na ginástica artística.

Desde quando a prova do individual geral integrou o calendário olímpico, em 1952, as medalhas se concentram em cinco países: Estados Unidos, Rússia/União Soviética, China, Romênia e Ucrânia. As raras vezes que que o pódio olímpico teve outra bandeira, foram com a Alemanha Oriental (1972), a Checoslováquia (1968 e 1964) e a  Hungria (1996 e 1952).

 

Lembre da apresentação de Daiane dos Santos, com Brasileirinho, nos Jogos Olímpicos de Pequim-2008:

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