Por que o Pará é um pólo do basquete feminino em cadeira de rodas?

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Lima (Peru) — São Paulo é disparado o estado com mais representantes na delegação brasileira dos Jogos Parapan-Americanos de Lima-2019, compondo quase 30% dos 337 competidores brasileiros. Ao passo que o Pará, por exemplo, não chega a 4%, com 12 atletas enviados à capital peruana. Metade deles, porém, compõem a base da Seleção Brasileira feminina de basquete em cadeira de rodas, que disputa o bronze na sexta-feira (30/8), às 18h30 (de Brasília). Na semifinal, o Brasil encarou o Canadá de igual para igual, mas depois não segurou o ímpeto adversário, perdendo por 61 x 40. O adversário será definido Estados Unidos ou Argentina.

Pólo do basquete em cadeira de rodas feminino no Brasil, o Pará tem ainda mais relevância se o parâmetro for os clubes das jogadoras que disputam o Parapan de Lima. Das 12 atletas brasileiras, sete defendem times da Região Norte do país (além das cinco paraenses, duas são paulistas). “É um orgulho enorme ter a base da Seleção no meu estado”, vibra Cléia Costa, jogadora da Associação dos Deficientes Físicos do Pará (Adfpa) há dois anos.A carreira da atleta mais experiente da Seleção, porém, foi inteira na All Star Rodas.

No quarto Parapan da carreira, Cleia de 39 anos foi revelada no All Star Rodas, onde atuou por 17 anos, de 1997 a 2011. Fundado há 23 anos, em Belém, o clube é uma referência no Brasil e na América do Sul. De 19 campeonatos brasileiros femininos, a equipe ganhou 18. Mas o calendário da modalidade feminina no Brasil é muito curto. “Dura apenas uma semana e com apenas duas equipes mais fortes”, lamenta Wilson Caju, fundador e técnico do All Star Rodas e agora da Seleção Brasileira feminina. Para tentar compensar essa relação, o principal time do Belém do para tem duas equipes femininas que compete no Campeonato Brasileiro da modalidade.

O torneio nacional funciona como vitrine para a Seleção Brasileira. “É uma seletiva bem dura. Tem meninas de São Paulo, de Goiânia, para resultar nas 12 convocadas”, opina Vileide Almeida, atleta paraense que buscará a terceira medalha parapan-americana com o Brasil. O entrosamento é facilitado pela maioria das jogadoras atuarem no mesmo clube, mas também pelo tempo em que defendem a camisa do Brasil. Metade do elenco atual esteve na conquista do bronze do Parapan de Guadalajara-2011, no México. Quatro delas, inclusive, têm gravado na pele o símbolo da competição em que a seleção feminina subiu ao pódio pela primeira vez no evento.

Primeiros no Brasil

A modalidade olímpica começou a ser praticada no Brasil em 1958. Sérgio del Grande e Robson Sampaio levaram a modalidade para São Paulo e Rio de Janeiro depois de conhecê-la em um programa de reabilitação nos Estados Unidos, onde começou a ser praticado por ex-soldados feridos durante a 2ª Guerra Mundial, em 1945. No Brasil, a modalidade teve os primeiros jogos entre paulistas e cariocas no início da década de 1960. Em Paralimpíadas, o país contou com uma equipe pela primeira vez na edição de Heidelberg-1972, na Alemanha Ocidental.

Seleção feminina até a disputa do bronze no Parapan de Lima-2019

Peru 8 x 88 Brasil

Chile 14 x 71 Brasil

Brasil 42 x 57 Estados Unidos

Brasil 40 x 61 Canadá (semifinal)

Os clubes das jogadoras da Seleção de basquete em cadeira de rodas

Adrienne Oliveira – All Star Rodas/PA

Ana Aurélia Mendes Rosa – Adefirv/GO

Cleonete Santos – All Star Rodas/PA

Debora Cristina Guimarães – All Star Rodas/PA

Gabriela Santos – All Star Rodas/PA

Silvelane Oliveira – Irefes/ES

Lucicleia Costa – Adfpa/PA

Maxcileide de Deus – Irefes/ES

Oara Uchoa – Adsul/CE

Paola Klokler – All Star Rodas/PA

Perla Santos – All Star Rodas/PA

Silvelane da Silva – Irefes/ES

Vileide Brito – All Star Rodas/PA

*A repórter viajou a convite do Comitê Paralímpico Brasileiro

Maíra Nunes

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Maíra Nunes

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