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corinthians torcida Bruno Teixeira/Corinthians

Entenda porquê é tão difícil acompanhar o futebol feminino no Brasil

Publicado em Futebol

Marta, que atualmente joga no Orlando City, dos Estados Unidos, foi eleita a melhor jogadora de futebol do mundo pela sexta vez em 2018. Mas te desafio a saber quantos jogos da maior vencedora do troféu da Fifa você assistiu nesta temporada? Quando se trata de futebol feminino, esta não é uma tarefa fácil. O Campeonato Brasileiro feminino 2018, por exemplo, não contou com transmissão dos jogos na televisão (aberta nem fechada) e 80% das partidas foram disputadas no meio da tarde de um dia de semana.

A decisão disputada entre Corinthians e Rio Preto, que define o campeão nesta sexta-feira (26/10), é uma exceção por começar às 20h30. Dos 126 jogos do Brasileirão feminino, 101 ocorreram entre 15h e 18h de segunda a sexta-feira. Os horários de difícil acesso ao público também fizeram parte da Série B da competição. Nayeri Albuquerque, presidente do Minas/Icesp, time do Distrito Federal campeão do Brasileiro A2 neste ano, explica que a disponibilidade dos estádios e o custo com a iluminação dificultam a realização dos jogos à noite.

“Em todos os estádios que conseguimos para atuar no Brasileiro A2, a iluminação era bastante cara, então, optamos por jogar às 15h”, justifica Nayeri, sobre a participação no campeonato de acesso à elite. A presidente diz que, no início do torneio, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) solicitou aos times que indicassem as preferências de datas e horários para os jogos dentro das opções pré-determinadas.

Após o sucesso de público na temporada passada do Brasileiro A1, quando atraiu 25.371 pessoas à Arena Amazônia na semifinal contra o Santos, o Iranduba manteve horários favoráveis à presença dos torcedores em 2018. O time amazonense mandou todos os jogos às 21h, com apenas uma exceção na 14ª rodada da primeira fase, em que recebeu o Kindermann às 15h de uma quarta-feira.

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Os clubes que promovem o futebol feminino, porém, não costumam cobrar pelos ingressos e acabam enfrentando obstáculos financeiros para viabilizar horários melhores. Mesmo diante dos desafios no bolso, Ferroviária, Foz do Iguaçu e Corinthians mandaram as partidas que caíram no meio de semana à noite. Ao todo, a Primeira Divisão feminina teve quatro confrontos no sábado e apenas um no domingo.

E onde consigo assistir aos jogos?

Tão difícil quanto comparecer nos jogos, é assisti-los pela televisão ou internet. Em 2018, o Campeonato Brasileiro feminino perdeu a única patrocinadora que tinha desde 2013, a Caixa Econômica Federal. O aporte de R$ 10 milhões por ano que o banco estatal destinava à agência Sport Promotion, dona dos direitos sobre a competição e responsável por organizá-la, também financiava a produção e cessão de imagens, já que fazia parte do acordo com a Caixa a exibição de um número mínimo de jogos.

A Sport Promotion chegou a vender os direitos de transmissão, inclusive para a TV Brasil, do governo federal. Com a saída do patrocínio da Caixa, porém, a maior competição nacional do futebol feminino não foi transmitida neste ano. Para compensar, alguns torcedores até filmam os jogos das arquibancadas e os disponibilizam nas próprias contas em redes sociais. Os dois jogos da final, ao menos, têm transmissão da CBF ao vivo por meio do site e das contas da entidade no Facebook, Youtube e Twitter.

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