A Seleção Brasileira feminina de futebol empatou com o Canadá, em 0 x 0, na segunda-feira (14/6), no último amistoso antes dos Jogos Olímpicos de Tóquio, em que estreia em 21 de julho. Três dias antes, as brasileiras venceram a Rússia, por 3 x 0, nos dois jogos em Cartagena (Espanha) da Data Fifa que deram sinais do que a técnica Pia Sundhage pretende apostar na busca por uma medalha olímpica.
Das 25 jogadoras que estiveram com a Seleção na Espanha nessa semana, 19 entraram em campo contras as seleções da Rússia e do Canadá. E apenas 18 poderão disputar as tão sonhadas Olimpíadas. Antes mesmo dos jogos, a técnica Pia avisou que tentaria usar o mesmo time titular nas duas partidas, evidenciando qual será a cara da equipe brasileira nos Jogos de Tóquio.
Pia deve ir com Bárbara no gol. Rafaelle e Érika são a dupla de zaga. Tamires é a dona da lateral esquerda, enquanto a lateral direita é a única posição ainda em aberto. Andressinha e Formiga são as primeiras opções no meio campo. E o ataque será composto pelo quarteto Marta, Ludmila, Bia Zaneratto e Debinha. Duas outras atletas, apesar de não estarem entre essas 11, aproveitaram os últimos amistosos para colocar uma pulga atrás da orelha da treinadora.
Caso de Júlia Bianchi, que não sentiu o peso da amarelinha, tem muita qualidade no passe e apoia as construções de jogadas, além de fazer bem a recomposição. A volante do Palmeiras entrou no lugar de Formiga, que sentiu um desconforto muscular, contra o Canadá. A outra é Bruna Bennites, zagueira que foi muito bem, marcou dois gols em bolas aéreas contra a Rússia e também vem sendo usada por Pia na lateral direita.
A convocação final da Pia para os Jogos Olímpicos será anunciada na sexta-feira (18/6), às 11h. Como tem muita gente ansiosa, o Elas no Ataque adianta o que é possível esperar da lista.
Veja os nomes certos e as dúvidas de Pia para as Olimpíadas de Tóquio:
Goleiras
Das três que estiveram nos últimos amistosos, duas vão para as Olimpíadas.
Bárbara (Avaí/Kindermann): É a escolha da Pia para a titularidade da Seleção. Quase não foi exigida contra a Rússia, mas diante do Canadá foi muito bem. Além de ter feito boas defesas, o jogo sem público evidenciou o quanto a goleira orienta as companheiras quando a bola chega no setor defensivo. O ponto fraco é a saída do gol. Mas sobra experiência e liderança.
Aline Reis (Granadilla Tenerife-ES) e Letícia (Benfica-PO): Estão na disputa pela vaga de goleira reserva do Brasil nos Jogos Olímpicos. São duas ótimas goleiras e estiveram no banco do Brasil na Copa do Mundo de 2019, na França. Aline tem muita agilidade, mas baixa estatura (1,62m), já Lelê, ex-goleira do Corinthians, tem como forte saber jogar com os pés e dar qualidade à saída de bola.
Defensoras
Das 8 defensoras chamadas para os amistosos, 6 serão levadas para Tóquio.
Rafaelle (Palmeiras), Érika (Corinthians) e Bruna Benites (Internacional): são as zagueiras asseguradas em Tóquio, sendo que a Benites também pode ser usada na lateral direita.
Tamires (Corinthians): é a dona da lateral esquerda da Seleção Brasileira.
Jucinara (Levante UD-ES): é a provável substituta de Tamires na lateral esquerda, o que foi reforçado pela entrada dela no segundo tempo do amistoso contra a Rússia.
Poliana (Corinthians) e Letícia Santos (Eintracht Frankfurt-ALE): a disputa entre as duas é a principal dúvida da Pia para ser opção para a lateral direita.
“Eu continuo testando jogadoras na lateral direita porque não estou satisfeita ainda. A Letícia jogou no primeiro jogo e, agora, testei outras duas (Poliana e Bruna Benites). É muito importante ser competitivo tanto na defesa quanto no ataque. Está decidido que vamos para as Olimpíadas com seis defensoras, e uma eu ainda estou avaliando.”
Pia Sundhage, após o amistoso contra o Canadá
Giovanna Crivelari (Corinthians): a atacante de origem foi convocada por Pia como lateral e não foi usada em nenhum dos amistosos. Provavelmente estará fora da lista olímpica.
Meias
Formiga (PSG-FRA), Andressinha (Corinthians) e Julia Bianchi (Palmeiras): são nomes certos para o meio campo do Brasil nas Olimpíadas.
Adriana (Corinthians) e Duda (São Paulo): como foram convocadas para os amistosos como meias, teoricamente as duas disputam uma vaga para Tóquio. Mas ambas chegam muito bem ao ataque e podem beliscar uma vaga, pela aposta na versatilidade. Adriana jogou contra a Rússia no lugar da Bia Zaneratto, mas a melhor atuação pela Seleção foi aberta pela esquerda. Já Duda substituiu Andressinha contra o Canadá no meio campo e foi muito bem. Jogadora alta e forte, ela ajuda tanto na criação das jogadas, quanto nas finalizações, entrando sempre bem na área.
“Adriana e Duda treinaram muito bem e jogaram muito bem também. A Duda entrou no meio da partida, ao lado da Júlia, e isso não é fácil. Mas acho que uma parte das jogadas foram boas. E a Adriana tem velocidade, mas poderia ter ido melhor. Mas foi muito bem nos treinos.”
Pia Sundhage, após amistoso contra Canadá.
Angelina (O.L Reign-EUA) e Ary Borges (Palmeiras): não entraram nos amistosos e dificilmente estarão em Tóquio.
Atacantes (5/7)
Marta (Orlando Pride-EUA), Debinha (North Carolina Courage-EUA), Ludmila – Atlético de Madrid-ESP) e Bia Zaneratto (Palmeiras): esse é o quarteto que Pia aposta para o ataque brasileiro nas Olimpíadas. A treinadora testou todas elas em cada uma das posições do setor ofensivo e trabalha com a proposta de que haja uma rotação entre as quatro . Por isso, o preparo e a intensidade física das atacantes foram características priorizadas pela treinadora Pia.
Andressa Alves – Roma (Itália): havia tido apresentações abaixo do esperado em jogos sob comando de Pia, principalmente em 2020. Mas aproveitou muito bem as oportunidades na última Data Fifa antes das Olimpíadas. Entrou nas duas oportunidade, marcou gol contra a Rússia e ajudou na criação de jogadas do Brasil contra o Canadá.
Geyse (Madrid CFF-ESP) e Giovana (Barcelona-ESP): entraram nos amistosos, mas são uma aposta mais para o futuro. Provavelmente não estarão na convocação olímpica para Tóquio.
“Fiquei feliz com o jeito que a Geyse entrou no jogo. Ela jogou de maneira forte, em alguns momentos até demais. Mas é um equilíbrio, porque ela tem muita energia para fazer o que pedirmos. Se ela tiver mais minutos, acho que em um futuro próximo ela terá mais jogos na Seleção e jogará cada vez mais.”
Pia Sundhage, após amistoso contra Canadá