Ganhar uma medalha em um torneio que reproduz a grandiosidade da maior competição esportiva do mundo é tão importante quanto. O blog Elas no ataque conversou com duas campeãs da Universíade de Taipei 2017, disputada em agosto, para saber como foi a experiência. Tanto para a goleira Maike Weber, quanto para a judoca Bárbara Timo, o ouro na olimpíada universitária representa um passo importante na carreira esportiva.
Não é a primeira vez que as atletas representam o país na Universíade. Aos 25 anos, Maike ajudou o Brasil a conquistar o ouro no futebol feminino. Em 2015, representou o país na competição na Coreia do Sul, mas só este ano subiu no pódio. “Tanto no lado profissional, como no lado pessoal, a experiência foi fantástica. Eu saio dessa competição muito realizada e satisfeita, principalmente com o time que formamos em pouco tempo”, analisa.
Uma das inspirações de Weber veio de dentro da família. A goleira é sobrinha de Marlisa Wahlbrink, conhecida como Maravilha, que já atuou como goleira na Seleção Brasileira e foi prata nos Jogos Olímpicos de Atenas, em 2004. “A minha tia sempre foi a minha maior inspiração. Eu lembro que quando eu era pequena, eu via ela jogando na TV e pensava que queria ser igual a ela”, relembra a jogadora, que começou a gostar de jogar futebol por causa dos irmãos e amigos.
O objetivo foi alcançado. No início do ano, Maike foi convocada, pela primeira vez, pela Seleção Brasileira de futebol feminino para um período de testes no Centro de Treinamentos da Granja Comary com jogadoras que atuam no Sudeste e no Sul do país. A experiência serviu como aprendizado. “Para mim foi uma realização muito grande, foi parte de um sonho que eu realizei”, ressalta. Maike acredita que a atuação na Universíade pode servir como trampolim para uma outra convocação.
“Basta que as pessoas olhem com outros olhos para essa competição e percebam o quanto cada atleta evolui dentro dela”, frisa. A goleira Bárbara Barbosa, titular da Seleção principal, participou da Universíade de Kazan, em 2013. Além disso, Maike acredita que a competição ajuda a construir uma bagagem. “Se o atleta conseguir transferir tudo que aprendeu para o clube em que trabalha, ambos vão crescer”, considera.
A atleta atua pelo Flamengo/Marinha, mas sonha em jogar futebol fora do país, já que acredita que o esporte tem visibilidade diferente no exterior. “Já passei por várias dificuldades na minha carreira. Desde clubes que atrasavam salários às vezes em que saí para jogar e não tinha uma alimentação adequada ou, se quer, alimentação”, relembra.
Além das dificuldades, o preconceito também fez parte do caminho. “Já escutei que lugar de mulher não é no campo de futebol, que eu tinha que ficar na cozinha e por ai vai”, critica.
A judoca Bárbara Timo, 26 anos, garantiu o outro ouro do país no judô este ano, mas foi em 2013 que participou pela primeira da competição universitária, em Kazan, na Rússia. “Participar de Kazan em 2013 foi uma grande experiência. Conhecer a grandiosidade do evento, da estrutura, da vila, foi uma grande novidade e acho que me assustou um pouco”, relembra.
Para Bárbara, a medalha também tem gosto especial de realização. “Sentia que estava evoluindo e não conseguia demonstrar em resultado. Essa competição veio para carimbar o que venho buscando”, explica a judoca, que começou a praticar a modalidade com oito anos. Até os 12, o judô era uma brincadeira, mas depois passou a ser levado a sério.
Hoje, além de fazer parte da seleção universitária, ela também integra a Seleção Brasileira principal da Confederação Brasileira de Judô (CBJ). A atleta do Esporte Clube Pinheiros ocupa o 34º lugar do ranking mundial da categoria até 70 kg.
Um dos últimos resultados dela foi o quinto lugar alcançado no Grand Prix de Cancún, em junho deste ano. “Eu já sou muito feliz por ter a possibilidade de treinar e fazer o que eu amo, mas eu busco me desenvolver como pessoa e como atleta para buscar uma medalha olímpica”, acredita.
Quem também busca pela participação nos Jogos Olímpicos, é o noivo de Bárbara. Além de parceiro da atleta, Marcelo Contini também é judoca e integra a equipe da Seleção Brasileira. Para a medalhista, a rotina parecida só ajuda. “Hoje, eu e Marcelo moramos juntos e temos uma rotina e objetivos muito parecidos. Isso só favorece, pois sempre um ajuda e entende o outro”, analisa.
Como se não bastasse a intensidade de sentimentos por disputar os primeiros Jogos Olímpicos da…
A brasiliense Nycole Raysla, 21 anos, atacante do Benfica que vinha sendo convocada nos últimos…
Goleira do Minas Brasília, Karen Hipólito é um dos nomes novos a ter oportunidade na…
O Brasil encerrou os Jogos Olímpicos de Tóquio-2020 com a melhor campanha da história no…
Definida pela primeira vez na disputa dos pênaltis, a final olímpica do futebol feminino terminou…
Após ser acordada com a notícia bomba do corte da oposta Tandara dos Jogos Olímpicos…