Lyon (França) — A Copa do Mundo feminina da França já era anunciada como histórica antes mesmo de começar. Nela, campeãs mundiais como Japão e Alemanha ficaram pelo caminho, parando nas oitavas e quartas de final, respectivamente. Na contramão, equipes com pouca tradição surpreenderam. A Holanda se classificou para a primeira decisão da equipe na história do torneio, nesta terça-feira (3/7), no Parc Olympique Lyonnais, em Lyon. O feito ganha um toque especial por ser apenas a segunda participação da equipe na Copa e por ter sido conquistada de forma sofrida, por 1 x 0, na prorrogação, diante da Suécia, que foi vice-campeã em 2003.
O gol da classificação holandesa saiu dos pés da meia Jackie Groenen no primeiro período do tempo extra. A primeira vez que ela marcou no torneio garantiu uma final entre duas equipes comandadas por mulheres. A Holanda, da técnica Sarina Wiegman, enfrenta os tricampeões Estados Unidos, da treinadora Jill Ellis, no domingo, também em Lyon. Antes disso, porém, a segunda semifinal da Copa 2019 não começou com a mesma intensidade da disputada anterior. O jogo que prometia ser um desempate entre os números idênticos de Suécia e Holanda acabou no 0 x 0 no tempo regulamentar.
A apreensão das 48.452 pessoas presentes no estádio não atrapalhou a festa holandesa feita nas arquibancadas. Concentrada atrás de um dos gols, parte da torcida laranja estava munida de instrumentos de sopro e um tambor que orquestravam as músicas cantadas por ela durante todo o jogo. Algumas fantasias e uns chapéus mais chamativos se destacavam em meio a um mar de camisas da seleção da Holanda, em que a maioria tinha os nomes das jogadoras da equipe feminina estampadas nas costas do uniforme.
Início da semifinal morno
Apesar da empolgação dos fãs, a estreia da Holanda nas semifinais de uma Copa do Mundo feminina começou morna, com o jogo mais embolado no meio de campo. Foi a Suécia que começou imprimindo um maior volume de jogo. A primeira chance mais perigosa sueca se originou em um contra-ataque. Aos 12 minutos, a camisa 10, Sofia Jakobsson, avançou bem pelo meio e, dentro da área, passou para Stine Blackstenius na direita. Mas a atacante finalizou no meio do gol. A bola acabou nas mãos da goleira Van Veenendaal.
A Holanda até chegou ao ataque com frequência no primeiro tempo, mas encontrou muita dificuldade em finalizar. No último lance antes do intervalo, por exemplo, a meia Van de Donk brindou o público com um passe de calcanhar para Miedema, que não conseguiu chutar ao gol após receber livre na área. Na sequência, Beerensteyn foi travada no chute. A Holanda terminou a parcial com apenas um chute ao gol, contra uma Suécia que tampouco foi efetiva, finalizando ao alvo duas vezes.
Jogo ganha emoção
O segundo tempo foi mais animado. Ambas as equipes perderam boas oportunidades de abrirem o placar e chegaram até a acertar a trave. A Suécia teve uma das melhores chances 10 minutos após a volta do intervalo, quando um escanteio mal afastado pela goleira Veenendaal sobrou nos pés de Fischer, que chutou cruzado. A bola foi espalmada por Veenendaal e parou na trave.
Apesar de a Suécia voltar mais perigosa na segunda parcial, foi a técnica Sarina Wiegman quem conseguiu acertar a Holanda para voltar ainda melhor à partida. Aos 18 do segundo tempo, foi a vez dos holandeses lamentarem uma boa chance parar no travessão, com Lindahl, em que a bola sobrou para ela após jogada de escanteio.
Restando 20 minutos para terminar o tempo regulamentar, a entrada da camisa 7 da seleção holandesa, Van Den Sanden, animou o jogo e a torcida. A jogadora do Lyonque teve o nome gritado pelos fãs. Se sentindo em casa, no campo em que costuma jogar pelo clube francês, a atacante chamou a torcida depois de um contra-ataque que não conseguiu finalizar.
Finalista definido na prorrogação
Quando a vaga na final parecia que seria decidida nos pênaltis, a meia Groenen acertou chute cruzado de fora da área. O gol na primeira etapa da prorrogação garantiu a vitória holandesa. Agora resta para as suecas um possível terceiro lugar, que será disputado no sábado, contra a Inglaterra, em Nice.
Por Maria Eduarda Cardim e Maíra Nunes — Enviadas especiais
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