Como se não bastasse a intensidade de sentimentos por disputar os primeiros Jogos Olímpicos da carreira, Macris viveu tudo isso ao mesmo tempo em que sofreu sua primeira lesão séria. Após torcer o tornozelo direito, a levantadora titular da Seleção Brasileira de vôlei fez tratamento intensivo, ficou dois jogos sem atuar e, depois de seis dias, estava de volta às quadras na vitória sobre a Rússia por 3 sets a 1 pelas semifinais das Olimpíadas.
O esforço conjunto do elenco e da comissão comandada pelo técnico José Roberto Guimarães foi recompensado com uma medalha de prata olímpica. Mas, como a própria Macris diz, tudo isso tem um preço. “E esse preço está sendo cobrado até hoje”, pondera. O calendário de compromissos seguiu em ritmo puxado pós-Tóquio, com Sul-Americano de seleções e a apresentação no clube na sequência para a pré-temporada.
Além da Macris, o Minas Tênis Clube conta com a central Carol Gattaz, que também foi vice-campeã olímpica no Japão, além da bicampeã olímpica Thaísa. Mas a pré-temporada do atual campeão da Superliga esbarrou no Praia Clube em três finais consecutivas, perdendo os títulos do Campeonato Mineiro, da Supercopa e do Sul-Americano de Clubes para o principal rival.
Em entrevista ao Elas no Ataque, Macris reconhece estar longe dos 100%, fala dos desafios do corpo para poder ajudar o Minas a defender o título da Superliga na temporada 2021/2022, que começa nesta quinta-feira (28/10) e compartilha os momentos alegres e dramáticos da trajetória do Brasil até a medalha olímpica do vôlei feminino em Tóquio.
Como está a vida após a conquista da medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Tóquio
Para mim, a vida pós-Tóquio foi de muito treino e muita intensidade. Não teve tempo hábil para descansar. A gente sabe que o calendário era apertado, tanto os compromissos com Seleção pós-Tóquio, que tinha o Sul-Americano, como a apresentação no clube, principalmente em virtude da minha lesão. Ela foi muito grave e precisava de um tempo, claro, maior para me recuperar, mas depois de alguns dias eu já estava jogando e isso tem um preço. E esse preço está sendo cobrado até hoje.
E qual é o preço pago pela torção do tornozelo direito nas Olimpíadas?
Eu ainda estou longe dos 100%, tanto em relação às dores do pé, quanto fisicamente. Conforme eu tenho dor, eu não consigo ter um crescimento físico, por não conseguir fazer determinados movimentos, exercícios e coisas que me fariam crescer. Assim, tem de ter paciência. Para mim, tem sido uma luta diária. Foi a primeira lesão grave da minha carreira. Foi um campeonato seguido do outro, com treinos e tudo mais. Agora, tenho que voltar a conhecer o meu corpo, voltar a entender o que ele está pedindo e precisando, para que eu possa estar bem, me dedicar mais à equipe e dar o meu melhor. Tem muita coisa que pode melhorar e é isso que vamos buscar.
Como foi voltar a jogar com público no Campeonato Sul-Americano de Clubes, em Brasília, sabendo que a torcida também retornará de forma parcial na Superliga?
Tem sido muito positivo ter passado por essa experiência de ter a torcida novamente, porque, depois de tanto tempo, passando por Superliga, Olimpíadas e outros campeonatos sem a presença do público, é muito triste para nós atletas. Faz muita falta, a gente gosta de ter essa interação com as pessoas que estão sempre torcendo e nos empurrando.
Como você descreve a sua primeira experiência olímpica nos Jogos de Tóquio?
É uma coisa incrível, meio indescritível a sensação de estar lá em Tóquio, representar o país e conquistar uma medalha olímpica. Acho que até agora ainda fica sem cair a ficha, porque foi algo muito grandiosa que conseguimos fazer. Foi muito importante para a equipe. Chegamos na final no nosso limite, mas nos dedicamos e fizemos o nosso melhor dentro das possibilidades. Depois, como foram muitos dias seguidos, claro, que alguns diazinhos de descanso em casa, agradecendo a Deus pelas oportunidades e tudo da forma como foi. É sempre muita gratidão por todo o ocorrido e por termos conseguido sair com a medalha.
A campanha brasileira teve dois momentos dramáticos em Tóquio. Primeiro, como foi passar pela suspeita de doping da Tandara no fim da competição?
Foram situações que nós tivemos que nos unir mais ainda como grupo. Para lutar pela Tandy, já que ela teve que voltar para o Brasil e passar por esse processo. O tempo todo a gente pensava: ‘Vamos jogar por ela também, vamos lutar cada vez mais por ela, porque ela esteve com a gente, fazia parte da nossa família e iria lutar por ela o tempo todo’. Mas é uma situação difícil. Estávamos em uma Olimpíada, com 12 jogadoras e que o nível ali é muito alto. Cada detalhe importa, cada jogadora com certeza vai fazer falta, então a gente sabia que tinha de correr dobrado.
O segundo drama foi a sua lesão séria no tornozelo no terceiro jogo do Brasil nas Olimpíadas.
Após a minha lesão, teve uma reação muito positiva de todas as meninas, todo mundo parece que se desdobrou ainda mais para fazer o seu melhor, todas dedicando sempre atenção, força e carinho para mim. E eu, ao mesmo tempo, ali querendo estar junto e lutando para correr contra o tempo, para estar presente e fazer o meu melhor. Essa luta foi muito bacana e é o que demonstra a força e a necessidade do Brasil, que é de trabalhar em grupo, em conjunto, que é o que faz a diferença.
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