Em 2018, a CBV defendeu a liberdade de expressão quando os jogadores Wallace e Maurício apareceram em foto com símbolo em apoio ao então candidato à presidência Jair Bolsonaro
volei-bolsonaro CBV/Divulgação

CBV censura Carol Solberg, mas defendeu livre expressão de jogadores em 2018

Publicado em Vôlei

A manifestação de Carol Solberg, criticando o presidente da República Jair Bolsonaro em entrevista durante a etapa de abertura do Circuito Brasileiro 2020/2021, no último domingo (20/9), foi duramente repreendida pela Confederação Brasileira de Vôlei (CBV). A entidade publicou uma nota para “expressar de forma veemente o seu repúdio sobre a utilização dos eventos organizados pela entidade para realização de quaisquer manifestações de cunho político”. Mas, em um episódio com dois jogadores da Seleção Brasileira de vôlei em 2018, a entidade agiu diferente. 

Em 2018, no Mundial de Vôlei masculino, os jogadores Wallace e Maurício posaram para fotos fazendo o número 17 com os dedos, em alusão ao então candidato à presidência Jair Bolsonaro, após uma vitória do Brasil. Na época, a CBV repudiou “qualquer tipo de manifestação discriminatória, seja em qualquer esfera, e também não compactua com manifestação política”. Porém, a entidade disse também que “acredita na liberdade de expressão e, por isso, não se permite controlar as redes sociais pessoais dos atletas, componentes das comissões técnicas e funcionários da casa”. 

O fato foi lembrado nas redes sociais por aqueles que consideraram que a confederação assumiu posturas diferentes para dois casos semelhantes. Em relação à conduta de Carol Solberg, a CBV destacou ainda que “tomará todas as medidas cabíveis para que fatos como esses, que denigrem a imagem do esporte, não voltem mais a ser praticados”. Questionada pelo Elas no Ataque, a entidade não esclareceu quais seriam essas medidas.  

“Não sou ativista, mas me sinto na obrigação de me posicionar e é lamentável e curioso que eu possa ser punida por exercer a minha liberdade de expressão contra esse desgoverno”, Disse Carol Solberg à Folha de S. Paulo. “Não tenho a menor ideia do que vai acontecer, mas a reação da CBV no meu caso foi bem diferente do ocorrido com o Wallace. Isso mostra alguma coisa.” Segundo a atleta, o grito não foi premeditado, mas estava engasgado. Ela também comentou sobre a preocupação de amigos e familiares com a integridade física e carreira dela.

 

Veja nota da CBV à crítica da Carol Solberg a Bolsonaro

A Confederação Brasileira de Voleibol (CBV), vem, através desta, expressar de forma veemente o seu repúdio sobre a utilização dos eventos organizados pela entidade para realização de quaisquer manifestações de cunho político.

O ato praticado neste domingo (20.09) pela atleta Carol Solberg durante a entrevista ocorrida ao fim da disputa de 3º e 4º lugar da primeira etapa do Circuito Brasileiro Open de Volei de Praia – Temporada 2020/2021, em nada condiz com a atitude ética que os atletas devem sempre zelar.

Aproveitamos ainda para demonstrar toda nossa tristeza e insatisfação, tendo em vista que essa primeira etapa do CBVP OPEN 2020/2021, considerada um marco no retorno das competições dos esportes olímpicos, por tamanha importância, não poderia ser manchada por um ato totalmente impensado praticado pela referida atleta.

Por fim, a CBV gostaria de destacar que tomará todas as medidas cabíveis para que fatos como esses, que denigrem a imagem do esporte, não voltem mais a ser praticados.

 

Nota da CBV ao apoio de Wallace e Maurício a Bolsonaro em 2018

A CBV repudia qualquer tipo de manifestação discriminatória, seja em qualquer esfera, e também não compactua com manifestação política. Porém, a entidade acredita na liberdade de expressão e, por isso, não se permite controlar as redes sociais pessoais dos atletas, componentes das comissões técnicas e funcionários da casa. Neste momento, a gestão da seleção irá tomar providências para não permitir que aconteçam manifestações coletivas.

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