Brasil e vôlei viveram um verdadeiro caso de amor por anos nas Olimpíadas. Nos Jogos de Tóquio-2020, porém, o torcedor sofreu a frustração de, pela primeira vez, não ver o país subir ao pódio no vôlei de praia, modalidade que rendeu 13 medalhas aos brasileiros desde que foi inserida no programa olímpico, em 1996. Nas quadras, a ferida pela derrota da Seleção masculina para o Comitê Olímpico Russo (ROC) na semifinal ainda está aberta. A última chance de brigar pelo ouro nesta edição está nas mãos da equipe feminina, que enfrenta a Coreia do Sul, nesta sexta-feira (5/8), às 9h, por uma vaga na final.
A Seleção Brasileira feminina venceu as seis partidas disputadas no torneio até o momento, mantendo 100% de aproveitamento. A última vitória foi a mais importante e também a mais difícil. Contra o Comitê Olímpico da Rússia, com quem as brasileiras cultivam histórico de rivalidade construído entre classificações e eliminações nas Olimpíadas, após um começo muito ruim, as comandadas de José Roberto Guimarães viraram a partida, vencendo por 3 sets a 1.
Do outro lado da chave, a Coreia do Sul passou pela Turquia, nas quartas de final, em vitória apertada por 3 sets a 2. A equipe asiática havia se classificado na terceira colocação do Grupo A, o mesmo do Brasil. As duas seleções se enfrentaram pela estreia nas Olimpíadas e as brasileiras venceram com tranquilidade, por 3 sets a 0. A outra derrota das coreanas na competição foi para a Sérvia, pelo mesmo placar. As sérvias, que chegaram à capital japonesa como favoritas ao ouro, disputam a outra semifinal contra os Estados Unidos.
Para as brasileiras, a oportunidade de voltar a disputar uma decisão olímpica seria uma espécie de redenção. Na Rio-2016, o time da casa chegou como bicampeãs olímpicas e amargaram uma eliminação precoce, ainda nas quartas de final, para a China, em um Maracanãzinho lotado. Foi a despedida melancólica de uma geração extremamente vitoriosa. No decorrer do campeonato, as chinesas confirmaram a excelente fase e se sagraram campeãs, após vencer a Sérvia na decisão.
Renovada, a Seleção Brasileira não chegou aos Jogos de Tóquio com o mesmo status de cinco anos atrás. Em compensação, cresceu emocionalmente, quando a levantadora titular Macris torceu o tornozelo direito e saiu carregada de quadra no penúltimo jogo do Brasil pela fase de grupos, contra o Japão. O incidente fez o grupo se unir. Roberta a substituiu muito bem, contra a Sérvia, em uma vitória que deu confiança às brasileiras. Para melhorar, a lesão de Macris não era tão grave e ela voltou para ajudar na reação sobre a Rússia, garantindo a classificação à semifinal.
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