Veja ligação de Felipe Belmonte, alvo de operação da PF, com futebol feminino

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Um dos alvos de operação da Polícia Federal sobre atos antidemocráticos é Luis Felipe Belmonte, presidente do Real Brasília, clube que representará o Distrito Federal no Campeonato Brasileiro feminino A2 em 2020. Nesta terça-feira (15/6), a PF apreendeu computador, celulares e documentos de Belmonte, que não estava em casa no momento da operação. Ele é também advogado e suplente do senador Izalci Lucas (PSDB-DF).

“Que eles tenham esse mesmo empenho em defender quem me ataca absurdamente, da mesma maneira como estão querendo fazer dentro das atribuições que eles acham que têm direito”, disse o empresário. Ele é um dos principais articuladores no processo de criação do partido Aliança pelo Brasil, do presidente Jair Bolsonaro. Ele é também casado com a deputada federal pelo DF Paula Belmonte (Cidadania).

O envolvimento de Felipe Belmonte com o futebol é mais antigo do que com a política. Até 2018, o milionário Luís Felipe Belmonte vivia com a esposa e os filhos na Inglaterra. Do país europeu, ele gerenciava os negócios no Brasil. O que, desde 2016, inclui o time de futebol Real Brasília.

Originalmente chamado de Esporte Clube Dom Pedro Bandeirante, era conhecido no Distrito Federal como o time dos Bombeiros. Quando subiu para a primeira divisão do Campeonato Candango ao ser campeão da divisão de acesso em 2016, passou a se chamar Real Futebol Clube, mantendo a ligação com o monarca que deu origem ao nome.

Em 2019, o Real lançou a equipe feminina e, logo no primeiro ano, foi campeão candango. Para levantar o caneco, bateu adversários vitoriosos do futebol feminino do DF, como o Cresspom, na semifinal, e o Minas, único representante candango na elite do futebol nacional, na final do torneio local. O título rendeu a vaga para o Real Brasília disputar pela primeira vez um campeonato nacional: o Campeonato Brasileiro A2, adiado pela pandemia de covid-19.

Real Brasília comemora título inédito no Candangão Feminino 2019 | Minervino Junior/CB/D.A Press

O Real Brasília tem como patrocinador a Belmonte Sports, também do presidente do time Luis Felipe Belmonte. Para a temporada 2020, o clube apresentou uma das melhores infraestruturas esportivas do DF, com objetivo de rivalizar com Brasiliense e Gama no Candangão masculino.

A parte boa é que a equipe feminina compartilha o uso do Centro de Treinamento com o time masculino. Ele tem quatro campos de futebol, academia, piscina, refeitório, auditório, sala de estudos, vestiário com banheira de hidromassagem e banheira de gelo, além de salas para atendimento com psicóloga, médico, nutricionista, enfermeira e fisioterapeuta.

A entrada do milionário Felipe Belmonte na política


Dono de fazendas, carros de luxo, investimentos no exterior e prédios que aluga para órgãos do Ministério Público, o advogado Belmonte começou a se envolver diretamente na política nas eleições de 2018, quando foi o terceiro maior doador privado para campanhas no país.

No mesmo ano, Belmonte filiou-se ao PSDB e bancou a campanha de Izalci Lucas (PSDB-DF), se elegendo como primeiro suplente dele. O proprietário de um escritório de advocacia que atua sobretudo em casos de direito empresarial e societário também elegeu a esposa, Paula Belmonte, à deputada federal na primeira participação dela na política.

Em novembro de 2019, o presidente Jair Bolsonaro desfiliou-se do PSL para criar uma nova legenda, a Aliança pelo Brasil. Belmonte foi um dos principais articuladores no processo da fundação da nova legenda.

A Polícia Federal cumpre 21 mandados de busca e apreensão expedidos pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes no âmbito do inquérito que investiga atos antidemocráticos. A ação do ministro foi tomada a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR).

Além do DF, a PF cumpriu mandados em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Maranhão, Santa Catarina. Entre os outros alvos da ação estão o deputado Daniel Silveira (PSL-RJ), o blogueiro Allan dos Santos e o publicitário Sérgio Lima, marqueteiro do partido que o presidente Jair Bolsonaro tenta criar.

Essa é a mesma investigação que prendeu a  a ativista Sara Fernanda Giromini na segunda-feira (15/6). Ela é conhecida como Sara Winter, líder do grupo ‘300 do Brasil’, que apoia o presidente Jair Bolsonaro.

Assista à declaração de Belmonte sobre operação da PF:

Maíra Nunes

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