Jorge Barcellos é um capítulo à parte do futebol feminino. Sob o comando dele, a Seleção Brasileira viveu o auge, com a conquista do ouro nos Jogos Pan-Americanos do Rio-2007, do vice-campeonato da Copa do Mundo de 2007 e da prata nos Jogos Olímpicos de Pequim-2008. Uma década depois, ele tornou-se técnico do Avaí/Kindermann. E, quatro anos mais tarde, chega à primeira final dele em uma competição nacional, levando a equipe catarinensense à segunda decisão da Série A1 do Campeonato Brasileiro. A briga pelo título contra o Corinthians começa neste domingo (22/11), às 20h, no estádio da Ressacada, em Florianópolis. O jogo será transmitido por Band, Espn e Twitter.
O treinador chegou no Kindermann em 2017 com a missão de reestruturar a equipe campeã da Copa do Brasil de 2015 após uma tragédia dentro do clube. Em dezembro do ano da maior conquista do time, Josué Henrique Kaercher, então técnico da equipe, foi assassinado por Carlos José Correa, ex-treinador do Pantera Negra, uma equipe de futsal mantida pelos mesmos donos do clube de Santa Catarina. O crime estarreceu o município de Caçador, com pouco mais de 78 mil habitantes em Santa Catarina, a 400 quilômetros de Florianópolis.
Com isso, o projeto do futebol feminino ficou paralisado em 2016 e recomeçou do zero no ano seguinte, sob o comando de Jorge Barcellos. O treinador destaca a paciência e a confiança do clube no desenvolvimento do projeto. “No futebol, nós estamos acostumados com o imediatismo, mas foi provado que dá para avançar com tempo e apostando nos profissionais certos”, pontua o treinador. Em 2018, o clube montou uma nova estrutura e, logo, os resultados começaram a aparecer. No primeiro ano do projeto renovado, o time chegou às quartas de final. Em 2019, avançou às semifinais.
Há oito anos no elenco, a capitã Tuani vivenciou todo o desenvolvimento do projeto. “Nos últimos quatro anos, fizemos um trabalho que nos possibilitou subir de posição a cada ano. Isso é gratificante, porque nós conseguimos ver que tudo anda no caminho certo”, avalia. A jogadora também ressalta a manutenção de 80% do elenco e aponta o que foi determinante para uma grande evolução no futebol apresentado: “Vejo a mentalidade do clube muito diferente”. Para a final, ela aposta no foco e na intensidade para superar o adversário, que classifica como favorito nesta final.
“O Corinthians é uma equipe com banco de reservas forte, equipe conjunta e com muitas jogadoras qualificadas. Elas têm um ataque poderoso e nós vamos fazer de tudo para poder segurá-las”. Experiência em decisão, Tuani tem. Ela estava no Kindermann na primeira final brasileira disputada pela equipe, em 2014. Um ano antes, o Centro Olímpico sagrava-se campeão com outro técnico que ganhou destaque no futebol nacional: Arthur Elias, que chega à quarta decisão na carreira de Brasileiro.
Naquele elenco também estava Tamires, meia da Seleção Brasileira que voltou a trabalhar com Arthur Elias no Corinthians em 2019. Com o melhor ataque e a melhor defesa, o Timão liderou com sobra a primeira fase do Brasileirão deste ano. Apesar do retrospecto positivo sugerir um favoritismo, o treinador da equipe paulista rechaça esse status ao relembrar a final de 2019. Na ocasião, o Corinthians tinha uma campanha similar à da atual temporada, mas acabou superado nos pênaltis pela Ferroviária, o mesmo algoz do Kindermann na decisão de 2014.
“A final está totalmente em aberto. Realmente, fizemos mais pontos do que o Kindermann, assim como fizemos mais pontos do que a Ferroviária no ano passado e perdemos o título”, avalia Arthur Elias. O comandante alvinegro elogiou o nível do adversário e exaltou o elenco. “A gente sabe da dificuldade que vai enfrentar do outro lado, uma equipe muito tradicional no futebol feminino, com um treinador experiente e excelentes jogadoras”, comentou. A partida de volta será em 6 de dezembro na Neo Química Arena, em São Paulo, e também terá transmissão da Band, Espn e Twitter.
Campeonato Brasileiro A1 (Final – jogo de ida)
Kindermann/Avaí x Corinthians
Data: domingo (22/11), às 20h
Local: Estádio da Ressacada, em Florianópolis
Transmissão: Band, Espn e Twitter
Como se não bastasse a intensidade de sentimentos por disputar os primeiros Jogos Olímpicos da…
A brasiliense Nycole Raysla, 21 anos, atacante do Benfica que vinha sendo convocada nos últimos…
Goleira do Minas Brasília, Karen Hipólito é um dos nomes novos a ter oportunidade na…
O Brasil encerrou os Jogos Olímpicos de Tóquio-2020 com a melhor campanha da história no…
Definida pela primeira vez na disputa dos pênaltis, a final olímpica do futebol feminino terminou…
Após ser acordada com a notícia bomba do corte da oposta Tandara dos Jogos Olímpicos…