Questionada por ser mulher, técnica do Brasil no rúgbi paralímpico fala como dribla o machismo

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Lima (Peru) — Questionada por ser mulher, a primeira técnica da Seleção Brasileira de rúgbi em cadeira de rodas respondeu aos desafios que o machismo lhe impôs com resultados. Ana Ramkrapes assumiu o posto em 2016, quando o Brasil estava na 19ª posição do ranking mundial. Nos Jogos Parapan-Americanos de Lima-2019, a equipe chegou dez posições acima. Evolução que envolveu muitos desafios, ao ponto de perceber que o fato de ela ser mulher influenciava na arbitragem do jogo e que isso poderia prejudicar a equipe.

A carreira como treinadora começou em paralelo à faculdade em que estudou fisiologia do exercício de lesionado medular, pela Unicamp. Após conhecer o rúgbi em cadeira de rodas em um estágio, montou um time em 2013 em que ela era a técnica. Hoje, aquela equipe chamada Gigantes é a base da Seleção Brasileira. E Ana a técnica dos dois.

A modalidade é mista, mas as equipes são compostas majoritariamente por jogadores homens. A Seleção Brasileira mesmo é formada apenas por homens, 12 no total. Completam a comissão técnica brasileira, a coordenadora Samara Seiler; o preparador físico e mecânico Pedro Vital e o auxiliar técnico Antonio Manoel Pereira, braço direito e que sempre apoiou e incentivou Ana a se impor.

Nos Jogos Parapan-Americanos de Lima-2019, a equipe brasileira bateu novamente na trave e ficou fora do pódio ao perder a disputa do bronze para a Colômbio por 46 x 43, terminando na 4ª colocação, assim como na edição passada, em Toronto-2015.

Assista à entrevista com Ana Ramkrapes

Como funciona o rúgbi em cadeira de rodas

Cada equipe conta com quadro atletas em quadra e tem como objetivo fazer com que um dos jogadores passe da linha do gol com as duas rodas da cadeira e a bola nas mãos. Assim como no rúgbi convencional, a modalidade para cadeirantes tem muito contato físico. Uma partida dura quatro tempos de 8 minutos. Além dos quatro jogadores em quadra, cada time tem direito a ter oito reservas. Todos precisam ser comprovadamente tetraplégicos

Os atletas são divididos em sete classes diferentes de acordo com a habilidade funcional: 0.5, 1.0, 1.5, 2.0, 2.5, 3.0 e 3.5. Quanto menor o número, mais limitado é o jogador. Para manter as equipes equiparadas, a soma das classes dos atletas em quadra não pode ultrapassar o total de oito. Essa regra também torna o rúgbi em cadeira de rodas mais estratégico. No Brasil, a modalidade é administrada pela Associação Brasileira de Rúgbi em Cadeira de Rodas (ABRC).

*A repórter viajou a convite do Comitê Paralímpico Brasileiro

Brasil no rúgbi em cadeira de rodas no Parapan de Lima | Alexandre Schneider/EXEMPLUS/CPB
Brasil no rúgbi em cadeira de rodas no Parapan de Lima | Alexandre Schneider/EXEMPLUS/CPB
Brasil no rúgbi em cadeira de rodas no Parapan de Lima | Alexandre Schneider/EXEMPLUS/CPB
Brasil no rúgbi em cadeira de rodas no Parapan de Lima | Alexandre Schneider/EXEMPLUS/CPB
Brasil no rúgbi em cadeira de rodas no Parapan de Lima | Alexandre Schneider/EXEMPLUS/CPB
Brasil no rúgbi em cadeira de rodas no Parapan de Lima | Alexandre Schneider/EXEMPLUS/CPB
Brasil no rúgbi em cadeira de rodas no Parapan de Lima | Alexandre Schneider/EXEMPLUS/CPB
Brasil no rúgbi em cadeira de rodas no Parapan de Lima | Alexandre Schneider/EXEMPLUS/CPB
Maíra Nunes

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