A Seleção Brasileira feminina de vôlei disputa uma série de amistosos contra os Estados Unidos pelo Brasil antes de arrumar as malas para ir ao Japão em busca do ouro inédito no Campeonato Mundial, que vai do dia 29 de setembro até 20 de outubro. Após ter perdido por 3 sets a 1 em Brasília, a equipe bicampeã olímpica joga em Uberaba duas vezes (nesta terça-feira, às 19h, e na quinta, às 20h); e no Rio de Janeiro, no sábado, às 20h30 — o mesmo está fazendo a Seleção masculina, que passa por Brasília, Manaus e Belém. Tudo em agosto e com transmissão do SporTV.
“Essa empatia de poder levar o nosso esporte para essas cidades é importante, e também de mostrar aos Estados Unidos o que é o Brasil”, avalia o técnico tricampeão olímpico José Roberto Guimarães. “Essas escolhas foram felizes e nós esperamos fazer bons jogos para que as pessoas saiam felizes dos ginásios e que possamos também aproveitar para fazer um bom treinamento visando o Campeonato Mundial”, completa.
Mesmo diante do revés na capital federal diante das norte-americanas, as atuais campeãs da Liga das Nações, os 7.411 torcedores que foram ao ginásio Nilson Nelson, no último domingo (12/8), ovacionaram as jogadoras e aplaudiram as adversárias ao fim do jogo. A ponteira Gabizinha, na Seleção principal desde 2013 e com duas pratas no mundial, ressalta a sensação de jogar no Brasil pela presença da torcida, que sempre comparece. “Isso faz a diferença, nós realmente nos sentimos em casa e acolhidos, então esperamos fazer uma boa sequência”, diz.
Brasília, a primeira cidade a receber o amistoso
No primeiro dos quatro amistosos disputados no Brasil, Gabizinha teve o nome gritado nas arquibancadas. “Recordações melhores do ginásio Nilson Nelson, é impossível”, resume a ponteira de 24 anos. No local, ela levantou a taça de campeã da Superliga 2015/2016, um dos cinco títulos conquistados na principal competição nacional em seis anos que jogou pelo Rio de Janeiro.
A amiga Natália também estava naquela final de Superliga em solo candango. “Quando entramos na quadra, brinquei com a Nati se ela lembrava da bola que ela socou na final”, contou Gabi. “Foi um momento muito especial, é muito bom voltar ao ginásio que conquistamos um título muito importante para nós na época”, completa a jogadora que terá novamente Natália como companheira de time, no Minas — após duas temporadas na Turquia, Natália volta a jogará no Brasil em 2018/2019.
A campeã olímpica paranaense de 29 anos se recupera de uma tendinite no joelho direito e está com a Seleção sendo preparada para voltar a jogar na segunda fase do Mundial. No período em que Natália ficou ausente das quadras, foi uma terceira jogadora com boas recordações daquela final da Superliga de 2015/2016 quem assumiu a braçadeira de capitã do Brasil: a levantadora Roberta, que segue no Rio de Janeiro, clube comandado por Bernardinho.
“Assim que eu entrei no ginásio, pensei que aqui foi minha primeira Superliga como titular do Rio de Janeiro. Óbvio que me vêm lembranças”, emocionou-se, enquanto abriu um sorriso após o treino do Brasil no Nilson Nelson. Aquela foi a primeira temporada que Roberta assumiu o posto que, na ocasião, era da norte-americana Courtney Thompson no time comandado por Bernardinho. “Foi um ano muito difícil de buscar minha posição, de luta o tempo inteiro, de conseguir chegar onde eu queria estar: que era uma final de Superliga. Então assim que entrei no ginásio, relembrei de momentos.”
Capitã da “nova geração”
Sobre a braçadeira de capitã que assumiu na Liga das nações, em que o Brasil terminou na quarta colocação, Roberta gostou da experiência ainda inédita com a camisa verde amarela. “Realmente é um peso muito grande, que tem de sustentar dentro da quadra e perante o grupo, mas foi bom como experiência”, avalia. “Não vi isso como uma super pressão. Foi uma decisão de quem se dava melhor com o grupo, uma pessoa que pudesse conversar com o Zé e com o grupo”, completa. Com a volta das atletas ausentes no torneio, Roberta não sabe como ficará esta divisão de liderança.
Além de Natália, a líbero Suellen se recupera de uma cirurgia na mão direita, realizada no início de julho. Fernanda Garay é outra que é esperada para estar 100% no Mundial do Japão. Ela pediu dispensa da Seleção Brasileira após a eliminação do Brasil nas quartas de final dos Jogos Olímpicos do Rio-2016 e ficou feliz em voltar a ser lembrada neste ano.
A central Thaísa, que passou por cirurgia no joelho esquerdo, atuou durante boa parte do primeiro amistoso do Brasil contra os Estados Unidos, em Brasília. A levantadora Dani Lins, que se ausentou das quadras na última temporada em função do nascimento da filha Lara, em fevereiro, também precisa de ritmo. Segundo Zé Roberto, no próximo amistoso, ela entra como titular.
Importância de ter um adversário forte
Atuais campeãs mundiais, a seleção feminina dos Estados Unidos é também a campeã da Liga das Nações. O adversário do Brasil nos quatro amistosos disputados em solo brasileiro visando a preparação para o Campeonato Mundial do Japão, de 29 de setembro a 20 de outubro, tem um dos estilos de jogo mais rápidos do vôlei mundial. “Elas jogam com uma velocidade diferente, têm uma relação de bloqueio e defesa muito bem posicionada, além de uma transição de contra-ataque muita veloz”, observa José Roberto Guimarães.
Segundo o técnico tricampeão olímpico, os quatro amistosos entre Brasil e Estados Unidos vão fazer com que a equipe verde amarela se adapte cada vez mais a essa velocidade imprimida pelas norte-americanas. Do lado de fora, o público poderá ver dois dos estilos de vôlei mais campeões do mundo. No comando da Seleção Brasileira feminina, Zé Roberto venceu absolutamente tudo o que poderia como treinador, com exceção do Mundial. A equipe brasileira bateu na trave por três vezes: em 2006 e 2010, no Japão; e de 1994, no Brasil.
Enquanto o Brasil não conta com nenhum ouro em Mundiais, os Estados Unidos nunca subiram ao lugar mais alto do pódio em uma Olimpíada — e ainda ficaram no quase em três ocasiões. Foram medalha de prata nos Jogos de Londres-2012 e de Pequim, ambas as ocasiões diante do Brasil na final; e nos Jogos de Los Angeles-1984, quando perderam para a China.
O mais contraditório é que o atual técnico das norte americanas, Karch Kiraly. é o único jogador de vôlei — tanto masculino quanto feminino — que ganhou o ouro olímpico no vôlei de quadra (nas edições de Los Angeles-1984 e de Seul-1988) e de praia (em Atlanta-1996). Ele era assistente-técnico da seleção feminina norte-americana na conquista da prata nos Jogos Olímpicos de Londres-2012 e já havia assumido o comando como técnico no título mundial em 2014, na Itália.
Elenco das equipes nos amistosos de agosto
Brasil – Roberta, Tandara, Amanda, Gabi, Bia e Adenízia. Líbero – Gabiru
Entraram – Dani Lins, Thaisa, Rosamaria,
Técnico – José Roberto Guimarães
Estados Unidos – Hancock, Lowe, Michelle Bartsch-Hackley, Parson, Gibbemeyer e Adams. Líbero – Courtney
Entraram – Carlini, Drews,
Técnico – Karch Kiraly
Onde são os amistosos no Brasil antes do Mundial
Seleção feminina
12/08 – 10h – Brasil x Estados Unidos – Brasília (TV Globo)
14/08 – 19h – Brasil x Estados Unidos – Uberaba (SporTV)
16/08 – 20h – Brasil x Estados Unidos – Uberaba (SporTV)
18/08 – 19h30 – Brasil x Estados Unidos – Rio de Janeiro (SporTV)
Seleção masculina
18/08 – 21h45 – Brasil x Holanda – Brasília (SporTV)
20/08 – 21h30 – Brasil x Holanda – Manaus (SporTV)
22/08 – 19h – Brasil x Holanda – Belém (SporTV)
Ingressos
Os preços dos ingressos dos amistosos das Seleções Brasileiras de vôlei variam por cidade. Para informações de venda, clique aqui.