Anderson Torres foi aconselhado por ministros a não voltar para a SSP

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Coluna Eixo Capital, por Ana Maria Campos

No fim de sua gestão como ministro da Justiça, o delegado Anderson Torres esteve em visita a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) para se despedir. Nessas conversas, ele ouviu de magistrados que a volta ao cargo de secretário de Segurança do DF não era uma boa ideia, seria uma afronta ao presidente Lula, uma vez que as forças de segurança têm uma interface direta com o governo federal e Torres tinha uma identificação muito forte com Jair Bolsonaro. Mas o delegado não arredou o pé. Dos Estados Unidos, quando viu a confusão na Praça dos Três Poderes, Anderson Torres advertiu: “Não deixem entrar no STF!” Mas os vândalos fizeram um estrago no prédio. O ex-ministro da Justiça paga agora pela decisão imprudente. Completa hoje 51 dias de prisão, sem perspectivas de voltar tão cedo para casa.

Depoimentos importantes na CPI dos Atos Antidemocráticos
A CPI dos Atos Antidemocráticos começa hoje os trabalhos com depoimentos importantes. Abre a investigação a oitiva do ex-secretário executivo da Segurança Pública Fernando Oliveira. O delegado da Polícia Federal era o responsável pelo comando das forças de segurança em 8 de janeiro. Em seguida, haverá o depoimento da delegada Marília Ferreira Alencar, ex-subsecretária de inteligência da Secretaria de Segurança. A dúvida é se o ministro Alexandre de Moraes, que ontem manteve a prisão de Anderson Torres, vai autorizar a ida do ex-secretário de Segurança à CPI. O depoimento dele, o mais aguardado, está marcado para a próxima quinta-feira.

02

O secretário de Segurança Pública do DF, Sandro Avelar, começou a montar a sua equipe. Saiu publicada ontem a nomeação do 02 da pasta. Delegado da Polícia Federal como Avelar, Alexandre Rabelo Patury foi escolhido para o cargo de secretário-executivo da Secretaria de Segurança.

Homenagem à segurança
Depois de quase dois meses dos atos antidemocráticos na Praça dos Três Poderes, profissionais das forças de segurança que atuaram em 8 de janeiro serão homenageados hoje na Câmara Legislativa. A deputada Paula Belmonte (Cidadania) promove uma sessão solene, às 19h, no plenário, quando centenas de representantes da segurança receberão moção de louvor. “As forças de segurança do DF são referência para todos o país e precisam, sim, ser sempre valorizadas”, enfatiza a parlamentar.

Projeto obriga agressores a ressarcir o Estado em caso de violência contra a mulher
A violência contra a mulher, além de envolver ilícitos penais e civis, também envolve todo o aparato de segurança pública, saúde pública, assistência social e, em muitos casos, da defensoria pública. Para o deputado Ricardo Vale (PT), essas despesas são pagas de forma injusta pela sociedade. Ele acredita que o agressor é quem deve ser obrigado a arcar com essas despesas oriundas de seus próprios crimes. Por isso, o distrital apresentou projeto de lei que prevê que os agressores de mulheres terão de ressarcir o Estado por essas despesas com as vítimas de violência.

Uma mulher para proteção
Projeto aprovado ontem na Comissão de Assuntos Sociais da Câmara Legislativa prevê que uma profissional acompanhe procedimentos médicos ou cirúrgicos sempre que uma paciente precisar se submeter a sedativos ou anestesias que levem a inconsciência. O projeto, de autoria do deputado Robério Negreiros (PSD), tem o propósito de evitar abusos ou assédios.

DF saiu na frente contra experiências com animais
O Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (Concea), vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, publicou ontem uma resolução que proíbe o uso de animais em pesquisa, desenvolvimento e controle de cosméticos, produtos de higiene pessoal e perfumes. Mas antes dessa medida com vigência nacional já havia, desde 2020, uma lei, de autoria do ex-deputado distrital Leandro Grass (PV), que proibia esse tipo de experiências no âmbito do DF.

Ana Maria Campos

Editora de política do Distrito Federal e titular da coluna Eixo Capital no Correio Braziliense.

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