Giselle Ferreira: “A sociedade brasileira deve mostrar ao agressor que ele não ficará impune e a mulher vulnerável”

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À queima-roupa // Giselle Ferreira, secretária da Mulher

por Ana Maria Campos

Temos visto muitos casos de feminicídios no DF. Por que esse tipo de crime ainda ocorre?
Vivemos, infelizmente, em uma sociedade machista em que o homem tem o sentimento de posse. Não são só as agressões físicas, é toda uma cultura enraizada, são muitos os tipos de violências e é preciso lutar contra todas elas.

Qual é o caminho para reduzir essa violência?
Na união de todos e na ação integrada, a exemplo da força-tarefa determinada pela governadora em exercício, Celina Leão, estabeleceu a união de 11 secretarias, Defensoria Publica, MPDFT, TJDFT, OAB, Câmara Legislativa e sociedade civil na proposição de políticas públicas voltadas à prevenção do feminicídio e à proteção das mulheres. Além de, por meio da educação, formar cidadãos nas escolas e ter a correta, ágil e efetiva punição aos agressores.

Como, na sua avaliação, deve ser a punição para esses homens que matam mulheres?
A punição tem que seguir o rigor da lei, com a legislação e cumprimento das punições estabelecidas. A sociedade brasileira deve mostrar ao agressor que ele não ficará impune e a mulher vulnerável.

O governo pode ajudar as crianças que ficam orfãs de mães e ainda têm o pai envolvido em crime, sem contar o trauma de, muitas vezes, ver a violência dentro de casa?
A cada mulher assassinada há, por trás, uma família destroçada, principalmente os órfãos. O Estado deve protegê-los e assisti-los no que for necessário, como serviços psicossociais, educacionais e econômicos. Estamos atentos a esses dados e não vão passar desapercebidos.

Qual é o seu maior desafio na Secretaria da Mulher?
Fazer essa integração, o trabalho em rede, o trabalho na prevenção, onde a mulher sinta a presença do Estado e possa sair da vulnerabilidade social e de riscos contra a sua própria vida.

Que marca quer deixar em benefício das mulheres?
Nenhuma mulher a menos, nenhuma vida destroçada. Sou professora e acredito muito que sairemos das páginas policiais com a educação, na formação de cidadãos que respeitem o próximo, e na busca da sororidade de fato.

Ana Maria Campos

Editora de política do Distrito Federal e titular da coluna Eixo Capital no Correio Braziliense.

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