Coluna Eixo Capital, por Ana Maria Campos
A proposta de federalizar a segurança pública do DF, que surgiu após os atos antidemocráticos em 8 de janeiro, acabou provocando um contato entre adversários políticos. Apesar das divergências, a governadora em exercício Celina Leão (PP) encaminhou uma mensagem para agradecer ao ex-governador Rodrigo Rollemberg (PSB) pela declaração contra a proposta do senador Alessandro Vieira (PSDB-SE). Segundo publicou a coluna Eixo Capital, Rollemberg foi enfático: “Federalizar a segurança pública do DF contraria a própria razão de ser do Distrito Federal como capital”. Na resposta a Celina, o ex-governador disse que sempre que os interesses do Distrito Federal estiverem em jogo ela poderá contar com ele. “Faço política colocando os interesses da cidade acima de qualquer divergência política ou pessoal”, disse Rollemberg à coluna.
Ao contrário do ex-secretário de Segurança Anderson Torres, o ex-secretário-executivo da pasta Fernando de Sousa Oliveira, que estava em Brasília no dia do quebra-quebra, entregou à Polícia Federal (PF) seu celular e as mensagens que manteve com integrantes do governo e das forças de segurança. Como Torres, Oliveira é delegado da Polícia Federal. Ele tomou posse na função quatro dias antes do episódio.
De volta ao cargo
O delegado George Couto, da Polícia Civil do DF, era, até a volta de Anderson Torres à Secretaria de Segurança, o subsecretário de Inteligência da pasta. Estava acostumado com o levantamento de informações fundamentais para a tomada de decisões na segurança pública. Na Polícia Civil, o delegado foi diretor do Departamento de Inteligência e Gestão da Informação. Mas foi exonerado da Subsecretaria de Inteligência cinco dias antes dos atos terroristas. Com a intervenção federal, ele voltou à função.
Um dia para não esquecer
A governadora em exercício, Celina Leão (PP), acompanhou do Ministério da Justiça, de camarote, o vandalismo no Palácio do Planalto. Estava ao lado do ministro Flávio Dino, do ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, e do ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha. Celina foi chamada quando a confusão se instalou na Praça dos Três Poderes. De lá, buscava informações do então comandante-geral da PM, Coronel Fábio Augusto Vieira, que estava no olho do furacão.
Presidente do TCDF se reúne com interventor
O presidente do Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF), Márcio Michel, se reuniu ontem com o interventor da segurança pública no DF, Ricardo Capelli. No encontro, na Secretaria de Segurança Pública (SSPDF), Michel colocou o TCDF à disposição para contribuir com a equipe de intervenção. Entre as atribuições do Tribunal de Contas do DF está a análise tanto os gastos com a segurança pública do DF, inclusive as despesas custeadas com o Fundo Constitucional (FCDF), quanto a qualidade dos serviços prestados pelas forças de segurança, por meio de auditorias de desempenho, inspeções, monitoramentos e outras fiscalizações.
Juntos fora do partido
O ex-governador José Roberto Arruda se desfiliou do PL junto com a esposa, Flávia Arruda. Um dos caminhos possíveis da deputada federal que termina o mandato no fim do mês é o PSD.
Preparação para 2026
Um grupo político do PL vai migrar para o MDB, presidido pelo deputado federal Rafael Prudente. Ele quer fortalecer o partido de olho na candidatura ao governo em 2026. Um dos que aceitou convite para migrar para o MDB foi o coordenador político do PL-DF, Antônio Gomes.
Mutirão
No período de 11 a 18 de janeiro, o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) e o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), realizaram 1.406 audiências de custódia, referentes a pessoas presas pelos atos do dia 8 e acampadas junto ao QG do Exército Brasileiro, em Brasília. O mutirão judicial envolveu os juízes auxiliares da Presidência, Luis Martius Holanda Bezerra Júnior e Caio Brucoli Sembongi, e os juízes auxiliares da Corregedoria, Eduardo Henrique Rosas, Fernando Mello Batista da Silva, Clarissa Menezes Vaz Masili, além da atuação direta de 29 juízes, 30 secretários de audiência do TJDFT e 25 servidores da Corregedoria da Justiça do DF. O TJDFT contou ainda com a colaboração de 21 membros do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios, 98 defensores públicos do Distrito Federal, além de 143 policiais penais.
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