Coluna Eixo Capital, por Ana Maria Campos
A Câmara Legislativa se prepara para começar os trabalhos com uma assunto bombástico: uma investigação sobre os atos golpistas e terroristas em Brasília. O presidente da Casa, Wellington Luiz (MDB), convocou para hoje sessão extraordinária, durante o recesso parlamentar, em que será lido o requerimento para instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar os atos antidemocráticos.
Foco
O foco da CPI serão os eventos ocorridos em 12 de dezembro de 2022, quando ônibus foram queimados e uma baderna se instalou no centro da capital, inclusive com uma tentativa de invasão na sede da Polícia Federal (PF), e em 8 de janeiro deste ano, com o quebra-quebra no Palácio do Planalto, Congresso e Supremo Tribunal Federal (STF). Em seguida é aberto um prazo de cinco dias para definição de assentos por blocos ou partidos e depois mais cinco dias para indicação dos membros pelos blocos. Depois disso, será realizada uma sessão para instalação da CPI e escolha da presidência e relatoria.
Governistas serão maioria
Pelo acordo entre os deputados, a CPI terá sete membros, sendo dois da oposição — Fábio Félix (Psol) e Chico Vigilante (PT) — e cinco da base do governo. O deputado Pastor Daniel de Castro (PP) é cotado para assumir a presidência. Ele é do partido da governadora em exercício, Celina Leão (PP), e exerceu cargo no primeiro governo de Ibaneis Rocha (MDB). O líder do governo na Câmara Legislativa, Robério Negreiros (PSD), deve ser o relator. Vigilante é o nome para a vice-presidência.
Preso há uma semana, o ex-comandante-geral da PM Fábio Augusto Vieira está abatido, mas sereno, segundo o advogado que o representa, Thiago Turbay. Ele tem colaborado com a defesa, com relatos do que presenciou no campo de batalha da Praça dos Três Poderes, mas não teve acesso a todas as informações sobre a operação de 8 de janeiro porque foi preso antes do balanço final da atuação da corporação. “Em todas as vezes que estive com ele, o coronel Fábio não demonstrou nenhum desequilíbrio”, afirma Turbay. “É óbvio que, nessa situação, está preocupado com os rumos e angustiado, com ansiedade, mas está colaborando com a defesa”, acrescenta.
Confronto
No confronto com os vândalos, o ex-comandante-geral da PM foi agredido e tomou um golpe com um cone na cabeça, além de pedradas, segundo o advogado Thiago Turbay. Muitos terroristas enfrentaram os policiais como em uma guerra.
Carnaval em tempos de terrorismo
O Secretário de Cultura e Economia Criativa, Bartolomeu Rodrigues, está “seriamente” preocupado com o carnaval de 2023, que se aproxima em clima de uma cidade ainda chocada com os atos de vandalismo contra o patrimônio público. Ele externou isso durante reunião com integrantes do Conselho Comunitário da Asa Sul e, ontem, esteve em reunião na Secretaria de Segurança do DF para começar a traçar um plano estratégico de carnaval seguro. “O problema é que as pessoas querem ir pra rua, brincar. Mas estou com os dois pés atrás”, diz Bartô.
Plano
Nos próximos dias, Bartolomeu, vai apresentar um plano estratégico para o carnaval ao interventor da segurança, Ricardo Capelli.
Lavagem cerebral
Policiais civis que colheram depoimentos dos presos nos atos de 8 de janeiro ficaram impressionados com muitos relatos. Golpistas que passaram semanas acampados na frente do QG do Exército acreditavam em fantasias, como um monitoramento da Nasa, do “código-fonte”, ou de uma invasão comunista. Coisa de lavagem cerebral.
A real intervenção na segurança pública
O quebra-quebra na Praça dos Três Poderes incentivou debates no Congresso sobre um controle maior da segurança pública do DF. É aquela máxima: quem paga a conta quer escolher a música. O senador Alessandro Vieira (PSDB-SE) apresentou uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que federaliza a segurança pública do Distrito Federal, subordinando-a ao presidente da República. Determina também que a indicação dos chefes das polícias deverá ser submetida à avaliação do Senado. É a real intervenção na segurança pública do DF.
Rollemberg: “Imagine se a PMDF estivesse sob o comando de Bolsonaro”
O ex-governador Rodrigo Rollemberg (PSB) considera a proposta do senador Alessandro Vieira um equívoco. “Enfrentei centenas de manifestações na Esplanada, com número muito maior de manifestantes, num clima tenso, com manifestantes de posições contrárias concomitantemente e garantimos a segurança das pessoas e dos três Poderes sem maiores incidentes”, disse Rollemberg. E acrescentou: “Federalizar a segurança pública do DF contraria a própria razão de ser do Distrito Federal como capital, além de agredir o princípio federativo, e não dá nenhuma garantia de maior efetividade. Imaginemos, por exemplo, se a PMDF estivesse nos últimos anos sob o comando de Jair Bolsonaro. As consequências poderiam ser ainda piores”.
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