Eixo Capital, por Samanta Sallum
O gesto do ministro da Justiça, Flávio Dino, de homenagear hoje policiais de todas as forças de segurança e servidores públicos que atuaram nas prisões dos envolvidos nos atos terroristas tem forte simbolismo. Ele quer passar a mensagem de que o governo Lula, mesmo diante de indícios de participação de policiais militares do DF nos atos golpistas, não vai generalizar a mão de ferro nas punições. E que o momento é de união entre corporações e governo federal. Vale lembrar que a PMDF passou pelo trauma institucional de ver seu comandante preso.
A solenidade foi organizada como um gesto de afago às instituições que sofreram grande desgaste de imagem, depois do que ocorreu no domingo passado na Esplanada dos Ministérios. O interventor federal da Segurança Pública no DF, Ricardo Capelli, estará presente.
Reconhecimento aos que garantiram a democracia
O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, também participa do evento organizado para hoje, no Palácio da Justiça. A reunião foi oficialmente chamada de Cerimônia de Homenagem aos Profissionais Envolvidos na Operação de Garantia da Democracia e Preservação do Estado de Direito. Integrantes também do Corpo de Bombeiros, do Depen, do Detran, da Polícia Rodoviária Federal e da Polícia Federal serão reconhecidos pelo trabalho de repressão aos atos golpistas.
Ibaneis diz que fica
Emissários do governador afastado Ibaneis Rocha afirmam que não existe hipótese alguma dele renunciar. “Ele está firme e confiante na Justiça. É um homem do Direito. Aguarda o devido tempo estabelecido de três meses para voltar”, garante o interlocutor.
Sabotagem
A defesa do governador entregou um memorial ao STF em que aponta que foi vítima de um ato de sabotagem, em referência ao ex-secretário Anderson Torres. No documento, destaca que que confiou na execução do plano de segurança nas informações de que transcorria de forma tranquila.
Reunião do gabinete de crise no Buriti
Hoje, também às 10h, será realizada a primeira reunião, no Palácio do Buriti, do gabinete de crise criado pela governadora em exercício, Celina Leão. Integram o grupo o chefe da Casa Civil, Gustavo Rocha; secretários de governo, José Humberto; de Comunicação, Wellington Moraes; do DFLegal, Cristiano Mangueira; de Planejamento, Ney Ferraz; e Procuradoria Geral do DF. Parece que foi uma coincidência de agendas, e que o Buriti não sabia que o Ministério da Justiça faria um evento hoje na mesma hora.
Feelings…
A deputada Flávia Arruda, recentemente desfiliada do PL, experimenta, no momento, dois sentimentos diante da crise política e institucional que afastou Ibaneis Rocha do cargo por 90 dias. O primeiro de certa satisfação, já que se sentiu preterida na campanha ao Senado por ele. E o outro de arrependimento por não ter aceitado a vaga de vice na chapa de Ibaneis. Hoje ela seria governadora em exercício, e não Celina.
Nomes confirmados para a CPI
Com previsão de ser publicada hoje em edição suplementar do Diário Oficial da Câmara Legislativa, a CPI que investigará os atos terroristas do último domingo tem movimentado os bastidores da CLDF em pleno recesso parlamentar. Entre os nomes já confirmados para a Comissão estão: Chico Vigilante (PT), Fábio Felix (Psol) e Robério Negreiros (PSD).
Dança das cadeiras
A criação do “blocão” formado por Agir, Avante, Cidadania, PMN e União Brasil reconfigurou a distribuição das cadeiras. Pela regra da proporcionalidade, o grupo terá direito a duas vagas. Jaqueline Silva deve ficar com um dos assentos. Pepa e Pastor Daniel de Castro (PP) trabalham pelo outro lugar, que caberá ao PP.
Indicações PL
No PL, a decisão ficará por conta do líder, Daniel Donizet. O distrital, que acaba de voltar à CLDF, após passagem relâmpago pela Secretaria de Meio Ambiente, indicará o caçula da casa, Joaquim Roriz Neto. Roosevelt Vilela, que também mostrou interesse, será o suplente.
Vaga do MDB
A última vaga será decidida entre Hermeto e Iolando, pelo bloco do MDB, partido do governador Ibaneis Rocha.
Gerado Magela assume vice-presidência da Caixa
Mais um nome importante da política do Distrito Federal assumirá cargo no alto escalão do governo Lula (PT). O ex-deputado federal e ex-secretário de Habitação do GDF, Geraldo Magela, será o novo vice-presidente de Governo da Caixa Econômica Federal (CEF).
Experiência
Magela é petista e foi relator do Orçamento da União no Congresso no último mandato de Lula, na virada de 2009 para 2010. Pela experiência política e também técnica, pois exerceu a profissão de bancário como concursado do Banco do Brasil, foi escolhido para o cargo.
Disputa
A vice-presidência de Governo da CEF estava sendo bastante disputada por partidos da base de Lula. Ela cuida de toda a interlocução do banco com os estados e municípios. E passam por lá programas de financiamento de obras em geral, saneamento e até o Bolsa-Família. Para não agradar um partido e desagradar vários outros, o governo Lula preferiu uma escolha caseira e deixar com o PT mesmo o cargo.