Coluna Eixo Capital, por Ana Maria Campos
Luiz Inácio Lula da Silva vai governar em uma unidade da federação que prefere Jair Bolsonaro. No segundo turno, o presidente ampliou a liderança e fechou com 58,81% entre os eleitores do Distrito Federal. O petista ficou com 41,19%. Bolsonaro teve 130.934 votos a mais e encerrou a eleição com 1.041.331 votos. Lula conseguiu mais 79.761 votos e ficou com 729.295 votos. A virada petista não ocorreu. A força de Bolsonaro na capital do país somente se alargou.
Mesmo com passe liberado nos ônibus do DF, a abstenção na eleição se manteve no mesmo patamar. A diferença foi de apenas 17.960 pessoas a mais no segundo turno. A abstenção de ontem ficou em 16,72%. Significa que 369.136 eleitores deixaram de votar. No primeiro turno, o percentual foi de 17,54%, o que corresponde a 387.096 pessoas. Os brancos e nulos somaram 57.325 eleitores. Agora foram 67.866.
Dia em oração
A primeira-dama Michelle Bolsonaro passou o dia ontem em orações na Residência Oficial da Granja do Torto. O presidente Jair Bolsonaro esteve lá, mas depois o casal seguiu para o Palácio da Alvorada. Michelle mergulhou de cabeça na campanha, principalmente no segundo turno, quando liderou a caravana das mulheres, com viagens a várias cidades em que defendeu a reeleição do marido. Teve uma atuação importante para somar votos, ao lado da vice-governadora eleita do DF, Celina Leão (PP), e da senadora eleita Damares Alves (Republicanos-DF), além de outras deputadas bolsonaristas. Mas não foi suficiente.
Diferenças de lado
O governador Ibaneis Rocha (MDB) fez o primeiro gesto para a boa convivência com Lula. Pelas redes sociais, o emedebista registrou: “As diferenças devem ser colocadas de lado porque os desafios são imensos e só a união de todos os eleitos pode solucionar os muitos problemas que se apresentarão a partir de janeiro”.
Brasil de todos
O deputado distrital Fábio Félix (PSol) votou ontem em Lula, em uma escola da Asa Norte, com a bandeira do Brasil customizada, identificada com a causa LGBTQIA .
Grass comemora vitória de Lula em São Paulo
Depois de votar em escola do Guará, o deputado distrital Leandro Grass (PV) embarcou para São Paulo ontem à tarde para acompanhar a apuração dos votos ao lado de aliados do petista e a comemoração pela vitória ao lado de políticos como André Janones, Benedita da Silva, João Campos, Fabiano Contarato e Randolfe Rodrigues, além do vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin.
Prudente parabeniza Lula
Presidente do MDB-DF, o deputado federal eleito Rafael Prudente parabenizou Lula pelo resultado do segundo turno. “Quero parabenizar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela vitória nas urnas, e estou certo que o país terá espaço para um diálogo direto e franco em busca de muitas conquistas para o nosso Distrito Federal e para o país. Parabéns também a todos os cidadãos brasileiros que participaram deste processo democrático exercendo sua cidadania”, disse em nota. E acrescentou: “O resultado da eleição deste domingo mostra o sentimento do povo brasileiro. Foi mais uma demonstração de que nossa democracia é uma realidade e está cada vez mais forte”. O presidente da Câmara Legislativa manteve-se discreto em manifestações na disputa entre Lula e Bolsonaro, embora tenha defendido voto pela reeleição do atual presidente.
Esquerda deu certo
Dona Teresa Rollemberg, 91 anos, fez questão de votar no segundo turno. A mãe do ex-governador Rodrigo Rollemberg (PSB) contou que teve dificuldades com a identificação digital. “Passava meu polegar e a máquina não funcionava, três, quatro vezes. Eu disse: ‘vou tentar a mão esquerda’. Imediatamente a maquininha funcionou. Eu, inocentemente, comentei: a esquerda está melhor!”, conta. Foi uma gargalhada geral, dos atendentes e da fila de espera.
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