Coluna Eixo Capital, por Ana Maria Campos
Estratégia de campanha é de cada um. Por mais correta que possa parecer, só é considerada adequada quando o candidato vence. Ou seja, quem endossa é o eleitor. Por isso, numa disputa em que faltou tão pouco para um segundo turno nas eleições ao Palácio do Buriti, é difícil encontrar com certeza um motivo para o resultado de quem perdeu. Mesmo assim, há alguns palpites. Na avaliação de integrantes da equipe de Ibaneis Rocha (MDB), que atuaram na linha de frente da reeleição, a campanha de Leandro Grass (PV) errou ao apostar na total vinculação com o ex-presidente Lula. Por alguns motivos: o petista foi derrotado pelo presidente Jair Bolsonaro no DF e também não transfere votos por aqui. “Lula é candidato solo”, afirma um estrategista. Além disso, Lula veio pouco a Brasília porque naturalmente tinha prioridades em unidades da federação mais importantes eleitoralmente. Então, o petista teria ajudado pouco. A campanha de Grass pensa o oposto. Acha que, para ir para o segundo turno, era necessária a vinculação de Grass com Lula, pela força do ex-presidente e também como forma de se contrapor a Ibaneis e seu grupo que estão com Bolsonaro. No segundo turno, outra avaliação seria feita. O fato é que faltaram apenas cinco mil votos para o segundo turno. E um detalhe pode ter definido a vitória de Ibaneis na primeira etapa da eleição.
Segundo turno difícil
Se Leandro Grass tivesse passado para o segundo turno, ainda assim a vitória seria difícil, diante do favoritismo de Ibaneis Rocha. O deputado distrital teria o apoio de Keka Bagno (PSol) e de Leila Barros (PDT). Mas só. A maioria do eleitorado de Izalci Lucas (PSDB) dificilmente migraria para Grass justamente por causa do PT e Lula. E os votos do empresário Paulo Octávio (PSD) e do Coronel Moreno (PTB) também iriam sem esforço para Ibaneis.
Apesar dos embates políticos, a deputada Paula Belmonte (Cidadania-DF), eleita distrital, afirma que na Câmara Legislativa não será oposição ao governador Ibaneis Rocha (MDB). “Nunca fui oposição ao governador Ibaneis. Fui oposição a coisas que não estavam certas. E é assim que vamos continuar. Tudo o que o governo precisar para a defesa da população, conte com meu apoio. Tudo que não for correto, que for contra a população, terá o meu voto contra.”
Premiação marcada
A jornalista Kátia Cubel promove em 25 de outubro a cerimônia de entrega do 17º Prêmio Engenho de Comunicação — o dia que o jornalista vira notícia, no espaço Cultural TCU. Nesta edição, serão agraciados vencedores em 10 categorias: site, programa de TV, programa de rádio, veículo impresso, coluna, apresentador (a) de TV, apresentador (a) de rádio, cobertura jornalística da capital, homenagem especial e jornalista do ano. A comissão julgadora é formada pela ministra Cristina Peduzzi, do TST, pelo ministro Jorge Oliveira, do TCU, pela procuradora-geral de Justiça do DF, Fabiana Costa, pelo advogado e ex-ministro do TSE Carlos Mário Veloso Filho, pelo mestre em comunicação Bruno Nalon, e pelos juristas Eliziane Carvalho, do Sistema CNA-Senar, e Marcus Vinícius Furtado Coelho, do Conselho Federal da OAB. A diretora de redação do Correio Braziliense, Ana Dubeux, será homenageada como jornalista do ano.
Uma voz para a saúde
Eleita com 11.012 votos, a enfermeira obstetra Dayse Amarilio (PSB) assumirá seu primeiro mandato de deputada distrital. A “novata” já é uma figura conhecida no meio político do DF. Ela esteve à frente da presidência do Sindicato dos Enfermeiros por seis anos. Nesse período, Dayse fez dura oposição às Organizações Sociais da Saúde (OSs) e promoveu atos contra a criação do Instituto de Gestão Estratégica da Saúde (IGES-DF). Será uma voz importante de cobranças na área de saúde.
Tebet em Brasília Por Lula
A senadora Simone Tebet (MDB-MS) estará em Brasília na próxima quarta-feira para uma atividade com mulheres por Lula no segundo turno. A agenda está sendo organizada pela campanha do candidato petista. Hoje, Tebet estará no Posto 12 do Leblon em campanha pelo petista.
Líderes do setor produtivo com Lula
Causaram reações entre integrantes do setor produtivo do DF as manifestações do presidente da Federação das Indústrias do DF (Fibra), Jamal Bittar, e do superintendente regional do Sebrae, Valdir Oliveira, de apoio ao ex-presidente Lula. Os dois declararam votos no petista. Com convicção. Mas foram posições pessoais. Bolsonaristas reclamaram.
Importantes
Assim que saiu do escritório de Jamal Bittar com uma declaração de apoio a Lula do presidente da Fibra-DF, o deputado Chico Vigilante (PT) telefonou para o ex-presidente. Lula ficou super satisfeito, conta Vigilante. O petista quer virar no DF. Mais como um símbolo do que como uma estratégia eleitoral. A campanha de Lula está mais concentrada nos grandes colégios eleitorais: Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro.
Mandou bem
A Polícia Federal prendeu duas pessoas no Maranhão suspeitas de atuar em uma organização criminosa que desvia recursos por meio do Orçamento Secreto, já considerado uma fonte de casos de corrupção no país.
Mandou mal
A Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite está com baixa adesão no DF. Até o fim da semana passada, menos de 70 mil doses foram aplicadas em toda a capital do país — número que representa apenas 43,5% das crianças que são público-alvo.
Enquanto isso… Na sala de Justiça
Depois de organizar uma eleição geral e agora o segundo turno entre Lula e Bolsonaro no DF, o presidente do TRE-DF, Roberval Belinati, vai presidir, pela sexta vez, as eleições da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB).
Só Papos
“Tenho certeza que os gaúchos e as gaúchas entenderam que vão ter, se for da vontade deles, do povo gaúcho, um governador e uma primeira-dama de verdade”
Onyx Lorenzoni, candidato ao governo do Rio Grande do Sul pelo PL, numa provocação ao adversário no segundo turno, que é gay“É motivador ver a sociedade e a opinião pública majoritariamente unidas para condenar demonstrações de homofobia. Não ao preconceito! O amor, o respeito e a tolerância falam mais alto”
Eduardo Leite (PSDB), nas redes sociais, em resposta ao adversário
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