Lula considera muito importante virar a eleição em Brasília

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Coluna Eixo Capital, por Ana Maria Campos

O deputado Leandro Grass (PV) esteve, ontem, em São Paulo para discutir com a coordenação da campanha de Lula a estratégia para a virada nas unidades da federação em que o petista perdeu para o presidente Jair Bolsonaro. Além do Distrito Federal, o ex-presidente perdeu no Acre, Roraima, Rondônia, Rio de Janeiro, São Paulo, Espírito Santo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Grass ouviu de Lula um pedido de virada. Ele disse que considera muito importante ganhar na capital do país. Não vai ser uma tarefa fácil. Bolsonaro teve 51,65% dos votos no DF. Lula ficou com 36,85%. Uma diferença que representa 260.863. O petista pode crescer entre os votos de outros candidatos que, agora, o apoiam. Ciro Gomes (PDT) conquistou 74.308 votos e Simone Tebet (MDB), 105.377 votos. Mas ainda é pouco para derrotar Bolsonaro no DF.

Frente pró-Lula no PSol
O PSol criou uma frente paralela e descentralizada da campanha de Lula no DF. O partido vai montar uma banquinha na rodoviária do Planalto Piloto, em Águas Claras, Ceilândia e Samambaia. “Será um processo próprio de vira-voto para a campanha de Lula no DF”, afirma o deputado distrital Fábio Félix (PSol), que foi o mais votado para a Câmara Legislativa e bateu o recorde de votos de todas as eleições.

Aposta na saúde

Ibaneis Rocha deve se licenciar na próxima semana. Nada de férias. Ele viaja para São Paulo para uma bateria de exames. Quer começar o próximo mandato com saúde.

Pouca margem de negociação
O governador Ibaneis Rocha (MDB) deixou claro, ontem, que o próprio PL vai eleger seu interlocutor ou interlocutores com o governo. Ou seja, Flávia Arruda, atual presidente do PL-DF, só terá espaço em seu segundo mandato se for uma negociação partidária. Mas os quatro deputados distritais do PL vão buscar suas representações e cargos no Executivo e deixarão pouca margem de acordos que beneficiem Flávia.

Demandas
Na bancada do PL, Roosevelt Vilela quer o comando do Corpo de Bombeiros. Daniel Donizet tem base no Gama e vai querer a indicação da administração regional. Joaquim Roriz Neto deve buscar a administração de Samambaia. Já Thiago Manzoni é um novo distrital totalmente afinado com a deputada Bia Kicis.

Sequelas da campanha
Ibaneis responsabiliza Arruda pela derrota de Flávia Arruda na disputa ao Senado. O governador diz que ele agiu sempre como protagonista.

Sucessão
A ligação de José Roberto Arruda e Flávia Arruda com o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, é forte. Mas a deputada Bia Kicis (PL-DF), reeleita com 214 mil votos, se credencia para assumir a presidência regional do PL ou indicar alguém de sua confiança.

Votos de ex-presidentes
Lula tem o apoio de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e Dilma Rousseff (PT). Jair Bolsonaro está com Michel Temer (MDB) e Fernando Collor (PTB).

3 a 3
Entre os candidatos ao Buriti, Bolsonaro tem a seu lado o governador Ibaneis Rocha (MDB), Coronel Moreno (PTB) e Izalci Lucas (PSDB). Lula conta com Leandro Grass (PV), Keka Bagno (PSol) e Leila Barros (PDT). Paulo Octávio (PSD) não declarou apoio. Ele estará neutro até uma posição da executiva nacional de seu partido. Mas o presidente, Gilberto Kassab, já avisou que manterá a neutralidade e libera os diretórios regionais.

Bloco parlamentar
Presidente do PSD-DF, Paulo Octávio e o filho André Kubitschek reuniram ontem em café da manhã os deputados distritais eleitos de seu partido, Robério Negreiros e Jorge Vianna, além de Paula Belmonte (Cidadania). Muitas articulações políticas. Eles devem se unir em bloco na Câmara Legislativa.

Quanto vale um voto
Numa comparação entre a receita, até agora declarada à Justiça Eleitoral, e o número de votos obtidos, a campanha de Alberto Fraga (PL) foi a mais cara entre os deputados eleitos. Se dividirmos os recursos destinados pelo número de eleitores, a proporção foi 62,45. A mais barata foi a de Fred Linhares (Republicanos), com a proporção de 3,51. Em seguida, estão Bia Kicis (PL), com 9,73; Júlio César Ribeiro (Republicanos), com 14,32; Érika Kokay (PT), 16,07; Reginaldo Veras (PV), com 17,60; Rafael Prudente (MDB), com 24,11; e Gilvan Máximo (Republicanos).

Merchandising
A última propaganda de campanha de Flávia Arruda (PL) trouxe uma mensagem subliminar em benefício da adversária Damares Alves (Republicanos). O número da concorrência. Não estava fácil mesmo para Flávia.

Estepe
Agora que Simone Tebet declarou apoio ao Lula, o petista precisa falar corretamente o nome da senadora do MDB.

Ana Maria Campos

Editora de política do Distrito Federal e titular da coluna Eixo Capital no Correio Braziliense.

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