Falta de estrutura e apoio provocaram renúncia de Parente

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Coluna Eixo Capital, por Ana Maria Campos

Rafael Parente (PSB) decidiu renunciar à candidatura ao Governo do Distrito Federal depois de muita reflexão. Ele estava chateado. Há meses, vinha investindo recursos e esforços pessoais na pré-campanha e na campanha. A disputa ao Palácio do Buriti nunca foi uma prioridade da direção nacional do PSB, que aposta na eleição de Rodrigo Rollemberg e do Professor Israel Batista à Câmara dos Deputados. A meta é eleger deputados federais. Parente dependia da própria estrutura, do apoio financeiro que obteve com a ajuda da família. Passava tempo demais administrando problemas com as candidaturas a distrital, que brigam por apoio e estrutura. No meio dessas dificuldades, a candidatura não crescia. Parente media frequentemente as intenções de votos e começou a acreditar que o esforço pessoal não rendia os frutos desejados. Não deu mais.

Inimigo comum
Há alguns dias, Rafael Parente começou a conversar com Leandro Grass. Os dois se conhecem desde que entraram na política e têm perfil semelhante. Agora, seguirão juntos. Parente deve entrar na campanha no estilo Anitta: “nunca votou no PT, mas o momento é de enfrentar um adversário comum”. Para Anitta, o inimigo é Bolsonaro. Para Parente e Grass, são Bolsonaro e Ibaneis Rocha.

De partida
No último debate, Rafael Parente já estava dando sinais de impaciência na eleição. Chutou o balde e atacou como pôde o governador Ibaneis Rocha.

Keka continua no páreo
Para Keka Bagno (PSol), desistir da candidatura agora é difícil. Pode atrapalhar os planos do partido de divulgar suas bandeiras, ajudar a eleger deputados e participar do debate. Keka tem conquistado eleitores e surpreendido, mas sua chance ainda é pequena. Na pesquisa Correio/Opinião, a assistente social soma 2% das intenções de votos. Mas Keka pode crescer como importante liderança do partido. Outra dificuldade: ela já recebeu R$ 508 mil para sua campanha da cota partidária.

Desgaste por ingerência do MPDFT

Na campanha de Ibaneis Rocha, a reação foi de irritação com o pedido de explicações de oito promotores de Justiça sobre a proposta de campanha para o Iges-DF. O governador tem dito que pretende construir três hospitais para serem geridos no modelo do Hospital de Base, do Hospital de Santa Maria e das Upas. O Iges-DF é um dos temas mais polêmicos da campanha. A maioria dos adversários de Ibaneis defende a extinção do instituto. Para integrantes da campanha, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) deu munição para o discurso de candidatos como Leandro Grass (PV), um dos mais críticos ao Iges-DF.

Irmãos em campanha
André Kubitschek recebeu do irmão Felipe Kubitschek uma doação de R$ 50 mil para a sua campanha a deputado federal. Foi a primeira contribuição. Felipe está na rua com o caçula. E tem dito para os eleitores: “Pode confiar. Conheço desde pequenininho”.

Doações para o Senado
Candidata ao Senado, Damares Alves recebeu R$ 150 mil do Republicanos, até o momento. Sua rival Flávia Arruda teve doação de R$ 1,5 milhão do seu partido, o PL, como a coluna mostrou ontem.

A cara dos candidatos
Quase metade dos candidatos no Distrito Federal é empresário ou servidor público. Na primeira categoria, estão 22,65%. Na segunda, 22,45%. Advogados representam 13,67%.

Ana Maria Campos

Editora de política do Distrito Federal e titular da coluna Eixo Capital no Correio Braziliense.

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