Coluna Eixo Capital, por Ana Maria Campos
O União Brasil marcou para quinta-feira a convenção regional que vai definir os rumos do partido nas eleições do Distrito Federal. A princípio, o caminho é o lançamento da candidatura do senador José Antônio Reguffe ao Palácio do Buriti. Mas as próximas 24 horas serão decisivas. O governador Ibaneis Rocha (MDB) segue tentando levar o União Brasil para sua coligação. Essa é uma jogada que pode facilitar sua reeleição. Em todas as pesquisas que circulam nas campanhas, Reguffe aparece em segundo colocado, com mais de 20% das intenções de votos, desde que o ex-governador José Roberto Arruda (PL) optou pela candidatura à Câmara dos Deputados.
Sem liberdade para montar alianças
O governador Ibaneis Rocha tem um importante aliado na articulação com o União Brasil, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, que exerce influência na legenda. Mas essa aproximação pode ser facilitada pela própria insatisfação de Reguffe com o partido. Ele tinha um acordo fechado com a direção nacional do União Brasil em que ficou definido que ele teria liberdade para montar a chapa, com os nomes para vice e para o Senado, e escolher as alianças partidárias. O União Brasil, no entanto, quer uma pessoa afinada com o comando do partido, e o nome da preferência é o presidente regional, Manoel Arruda.
Na mão
Se Reguffe desistir de concorrer ou se não houver acordo com o União Brasil, muita gente vai ficar na mão. São pessoas que apostaram no projeto e se filiaram à legenda para seguir com o senador, que foi campeão de votos nas últimas eleições que disputou.
Divisão do poder
Outro motivo de insatisfação de Reguffe é a tentativa de estabelecer agora uma divisão do futuro governo, com áreas de atuação e secretarias carimbadas antes da vitória e até mesmo antes do início da campanha.
Tudo ou nada
Um pedido de vistas no Supremo Tribunal Federal (STF) durante o julgamento da retroatividade da nova Lei de Improbidade Administrativa pode complicar a vida de José Roberto Arruda (PL). Como a liminar que garantia a elegibilidade do ex-governador foi cassada ontem pelo ministro Gurgel de Faria, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), agora, Arruda precisa de um resultado definitivo apontando que suas condenações estão prescritas para garantir os direitos políticos.
Mensagem no ouvido
Um dos motivos da briga entre Arruda e Gilvan Máximo na convenção conjunta do MDB, PP e PL, no último domingo, ocorreu porque o ex-secretário de Ciência e Tecnologia que é candidato a deputado federal pelo Republicanos estava no palco. Mas o partido dele não está fechado na coligação. Arruda e o presidente do MDB-DF, Rafael Prudente, disseram que ele não poderia fazer discursos, embora seja aliado do governador Ibaneis Rocha (MDB). Começou o empurra, e Gilvan disse algo no ouvido de Arruda. Foi aí que o ex-governador deu um bofetão em Gilvan, que tentou reagir, mas foi contido pela turma que estava ao redor.
Luz no fim do túnel
O PP incluiu Rogério Rosso na nominata de deputados federais para as eleições de outubro. Mas Rosso não participou da convenção do partido, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, no último domingo. Nem ele nem Fernando Marques. Sinal de que, por ora, há crise. Mas ainda pode surgir um acordo.
Jurista consultada por Bolsonaro será candidata a deputada pelo PP-DF
A advogada Samantha Meyer-Pflug Marques, especialista em direito constitucional, será candidata a deputada federal pelo PP. Ela é a primeira mulher a presidir a Academia Brasileira de Direito e Economia. Jurista conceituada, uma das personalidades ouvidas pelo presidente Jair Bolsonaro em temas como a graça concedida ao deputado Daniel Silveira, a advogada entrou no PP-DF com o marido, o empresário Fernando Marques, dono da União Química, que pretende ingressar na chapa de Ibaneis como candidato ao Senado ou suplente da deputada Flávia Arruda (PL-DF).
Justiça, paz e felicidade
O Espaço Cultural do Superior Tribunal de Justiça (STJ) sediará, hoje, o lançamento do livro Justiça, paz e felicidade — O poder das virtudes, de autoria do jurista Jackson Di Domenico, com apresentação do presidente do STJ, ministro Humberto Martins. O prefácio é assinado por Rossini Corrêa, professor e filósofo do direito. O livro considera a justiça, a paz e a felicidade como virtudes essenciais para que seja alcançada a dignidade humana, prevista na Constituição. Nesse sentido, a efetivação da dignidade é? capaz de gerar comportamentos justos que trazem felicidade ao indivíduo e bem-estar social.
De acordo com a obra, o desenvolvimento dessas virtudes também favorece o regime democrático, com a formação de cidadãos e de autoridades empenhados na construção de uma sociedade mais livre, justa e solidária. Di Domenico foi desembargador do Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal (TRE-DF) entre 2017 e 2019.