Reviravolta marcou últimas quatro eleições no DF

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Coluna Eixo Capital, por Ana Maria Campos

A quatro meses das eleições, o morador de Brasília olha com incertezas sobre quais serão as opções na hora de apertar o botão nas urnas para escolher o próximo governador ou a próxima governadora do DF. A disputa já estava indefinida e ganhou mais um ingrediente com a decisão do ministro André Mendonça, do STF, de anular as condenações penais de José Roberto Arruda: o ex-governador do DF pode vir a se tornar candidato. Uma reviravolta marcou as últimas quatro eleições ao Governo do DF. Veja:

2018: Frejat desiste de candidatura
Considerado favorito na disputa eleitoral de 2018, o ex-deputado e ex-secretário de Saúde Jofran Frejat (PL) reunia um grande grupo em torno de sua pré-candidatura ao Palácio do Buriti. Pesquisas indicavam uma possível vitória no primeiro turno. Em 24 de julho, a 10 dias da convenção do seu partido, Frejat anunciou desistência por questões pessoais. Até então desconhecido no cenário político, o advogado Ibaneis Rocha (MDB) entrou na disputa, com 1% das intenções de votos, e foi subindo como um foguete. Levou a decisão para o segundo turno e derrotou o então governador Rodrigo Rollemberg (PSB) que concorria à reeleição.

2014: Arruda recua e lança Flávia de vice
Depois de quatro anos fora do poder, o ex-governador José Roberto Arruda decidiu se candidatar ao governo novamente. Era líder nas pesquisas e tinha grandes chances de se eleger. Mas uma condenação em segunda instância por improbidade administrativa o deixou inelegível por oito anos, de acordo com a Lei da Ficha Limpa. Arruda chegou a participar de debates com adversários na corrida ao GDF, mas em 13 de setembro, a três semanas do primeiro turno, retirou a candidatura. O ex-deputado Jofran Frejat (PR), seu vice na chapa, virou candidato ao governo, com a mulher de Arruda, Flávia Arruda (PR), como vice. A dupla foi para o segundo turno, deixando para trás o então governador, Agnelo Queiroz (PT), que tentava a reeleição. Mas Rodrigo Rollemberg (PSB) levou a eleição no segundo turno.

2010: Dona Weslian assume chapa de Roriz
A 10 dias do primeiro turno das eleições, o ex-governador Joaquim Roriz anunciou a desistência da candidatura ao governo. A Justiça eleitoral o considerou inelegível, de acordo com a Lei da Ficha Limpa, por ter renunciado ao mandato de senador em 2007. Em 24 de setembro de 2010, ele foi substituído na chapa pela mulher, Dona Weslian Roriz (PSC), que nunca tinha concorrido a nenhum cargo público. Ela chegou a passar para a etapa seguinte e perdeu no segundo turno para o petista Agnelo Queiroz.

2006: Chapa pura
Durante meses, José Roberto Arruda e Paulo Octávio, ambos no PFL, disputavam a indicação do partido para a candidatura ao Governo do DF. Os dois lideravam as pesquisas de intenções de votos. A expectativa é de que haveria um racha na legenda, um dos dois mudaria de partido e seriam lançadas duas candidaturas. Mas, para surpresa do meio político, eles se uniram, como candidatos ao governo e a vice, numa chapa pura, toda do PFL. O acordo foi anunciado em três de maio, a cinco meses das eleições. A parceria deu certo e eles foram eleitos no primeiro turno, derrotando a então governadora, Maria de Lourdes Abadia, do PSDB, que buscava a reeleição com apoio do ex-governador Joaquim Roriz.

Candidato MPB

Pré-candidato ao governo, o deputado distrital Leandro Grass (PV) sempre gostou de reunir os alunos e amigos em volta do violão. Agora ele tem usado a música na pré-campanha. Gravou as primeiras inserções com uma canção crítica ao atual governo e tem cantado em eventos políticos. Na sexta-feira, subiu no palco no Arena Top Show, em São Sebastião, e soltou a voz com Anunciação, de Alceu Valença.

Polarização no DF
Se Arruda e Ibaneis se enfrentarem nas eleições ao governo, um eventual segundo turno entre os dois será uma guerra. Como Arruda iria com os partidos da base bolsonarista, Ibaneis puxaria o apoio dos aliados de Lula.

Bolsonaristas
Enquanto o cenário se define, o governador Ibaneis Rocha (MDB) esteve em evento com o presidente Jair Bolsonaro (PL), ao lado das deputadas Flávia Arruda (PL-DF) e Celina Leão (PP-DF), em Goiânia, na sexta-feira. Foi a Convenção Nacional das Assembleias de Deus Ministério de Madureira (Conamad). No evento, Ibaneis prestigiou evangélicos e elogiou a política de vacinação do governo Bolsonaro contra a covid-19.

Mandou mal
Um homem morreu asfixiado dentro de uma viatura da Polícia Rodoviária Federal, que se tornou uma câmara de gás. O crime, em Sergipe, ocorreu na frente de várias pessoas e as imagens são explícitas cenas de violência.

Mandou bem
Entre os mais de 2.200 inscritos no I Prêmio Candango de Literatura, organizado pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa, há um concorrente ilustre: Mia Couto, o escritor moçambicano, ganhador do Prêmio Camões de 2013 e eleito para a Academia Brasileira de Letras.

Enquanto isso…Na sala de Justiça
Até agora, três integrantes do Ministério Público do DF se inscreveram para concorrer à lista sêxtupla que será formada na classe para a disputa à vaga do quinto constitucional do Tribunal de Justiça do DF. São eles: o vice-procurador-geral de Justiça do DF na área institucional, André Vinícius de Almeida, o procurador Maurício Miranda e a promotora Marilda dos Reis Fontineli. O prazo para inscrição termina amanhã. Em seguida, a lista será encaminhada ao TJDFT que escolherá três nomes. O presidente Jair Bolsonaro elegerá um novo desembargador ou desembargadora para ocupar a vaga a ser aberta com a aposentadoria de Humberto Adjuto Ulhôa.

Ana Maria Campos

Editora de política do Distrito Federal e titular da coluna Eixo Capital no Correio Braziliense.

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