Aumento das forças de segurança no centro da briga eleitoral

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Coluna Eixo Capital, por Ana Maria Campos

A recomposição salarial das forças de segurança virou o primeiro grande embate da campanha eleitoral deste ano. O trabalho está pronto, nas mãos de integrantes do governo federal. No Ministério da Justiça e Segurança Pública, há um compromisso de autorizar o aumento médio de 10% para policiais civis, policiais militares e bombeiros militares. Um estudo da Procuradoria da Fazenda Nacional atesta que o reajuste pode sair até julho, 180 dias antes da posse do novo governo. Mas o dinheiro extra no contracheque da categoria poderá criar dividendos políticos para o governador Ibaneis Rocha (MDB) e para os pré-candidatos que ajudarem a tornar o aumento realidade. Por isso, incomoda os adversários do governo Ibaneis, como o ex-deputado Alberto Fraga.

Em campanha, Fraga ataca aumento
O ex-deputado Alberto Fraga, que tem base na PM, tem criticado o projeto, alegando que o percentual de reajuste da Polícia Civil é maior que o dos militares. Até o comando da PM nega. Os salários serão equiparados, mas o percentual é diferente porque os abatimentos de policiais civis são maiores que os da PM e do Corpo de Bombeiros. Fraga aumentou o tom das críticas quando o coronel Márcio Vasconcelos deixou o comando da PM para disputar um mandato de deputado federal. Vai disputar parte da base de Fraga. Na Polícia Civil, também há pré-candidatos. É o caso do presidente do Sindicato dos Delegados da Polícia Civil, Rafael Sampaio, que também disputará eleitores com Fraga e tem trabalhado pelo reajuste desde o governo Rollemberg. Os dois concorrerão pelo PL. Sampaio gravou um vídeo ontem garantindo que não haverá qualquer distinção entre as forças no que tange à recomposição no salário líquido.

Indicados pela OAB, advogados serão sabatinados no Senado

A CCJ do Senado vai sabatinar, hoje (5/4), os advogados Rodrigo Badaró e Rogério Varela, escolhidos pelo Conselho Federal da OAB para representar a entidade no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). Badaró é advogado em Brasília e foi conselheiro federal da OAB pelo DF nos triênios de 2019—2022 e de 2010—2013. Ele não terá dificuldades para ter o nome aprovado pelos senadores. No Distrito Federal, Badaró tem boa relação com diferentes grupos que disputam o comando da OAB, liderados pelo governador Ibaneis Rocha (MDB), pelo advogado Francisco Caputo, que é conselheiro federal, e pelo atual presidente da Ordem no DF, Délio Lins e Silva Júnior. Integra uma família com três gerações de políticos desde a Constituição de 1891. O tataravô Francisco Coelho Duarte Badaró foi deputado constituinte em 1891 e ministro. O bisavô Francisco Badaró Junior foi deputado e ministro, e o avô Murilo Badaró foi deputado, senador e ministro. Rogério Varela é conselheiro Federal da OAB pela Paraíba. Atuou como juiz substituto na categoria de jurista no TRE da Paraíba, é professor titular do Centro Universitário de João Pessoa; professor da pós-graduação da Escola Superior da Magistratura Trabalhista e da Universidade Potiguar.

A fila anda
O advogado Paulo Roque é amigo e aliado do senador José Antônio Reguffe (UB-DF). Mas o Novo quer uma candidatura própria ao GDF e aposta em Paulo Roque, que na eleição ao Senado, em 2018, teve mais de 202 mil votos. A pretensão foi anunciada no último fim de semana, quando o Novo confirmou a pré-candidatura do cientista político Luiz Felipe D’Ávila à Presidência e a do governador de Minas, Romeu Zema, à reeleição.

Plano A
Paulo Roque ainda não disse sim nem não ao partido. Mas a ideia começa a encantar o advogado que adora um debate. Na última eleição, o Novo não tinha bancada na Câmara dos Deputados e, por isso, deixou de participar de vários debates. Agora é diferente.

Os fiéis
Mais da metade dos distritais trocou de legenda durante o mandato ou agora na janela partidária. Apenas 11 permanecem na sigla em que disputaram as eleições de 2018: Agaciel Maia (PL), Arlete Sampaio (PT), Chico Vigilante (PT), Fábio Félix (PSol), Rodrigo Delmasso (Republicanos), Martins Machado (Republicanos), Robério Negreiros (PSD), Rafael Prudente (MDB), Fernando Fernandes (Pros), João Cardoso (Avante) e Valdelino Barcelos (PP).

Maior bancada
Com o troca troca de partidos, o PL ficou com a maior bandada de distritais. Agora são quatro: Agaciel Maia, Daniel Donizet, Reginaldo Sardinha e Roosevelt Vilela.

Upgrade
Dos 24 deputados, cinco vão tentar um upgrade. Rafael Prudente (MDB), José Gomes (PP), Júlia Lucy (União Brasil), Reginaldo Veras (PV). Leandro Grass (PV) quer ser candidato a governador. Arlete Sampaio (PT) não vai concorrer. Vão para a reeleição 18 deputados.

Novo bloco
O PSD que só tinha um deputado distrital, Robério Negreiros, passa a contar com três pelo ingresso de Cláudio Abrantes, ex-PDT, e de Jorge Vianna, que deixou o Podemos. Com isso, a legenda forma um bloco com força para ter espaço físico na Câmara, servidores e uma liderança. Jorge Vianna será o líder. Robério permanece como vice-líder do governo.

Base
A base de apoio de Ibaneis, considerando os partidos que apoiam a reeleição, soma 17 deputados. São 4 do PL, 3 do MDB, 3 do PSD, 2 do Republicanos, 2 do PP e 3 de outros partidos, Agir, Pros e Avante.

Ana Maria Campos

Editora de política do Distrito Federal e titular da coluna Eixo Capital no Correio Braziliense.

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