À Queima-roupa // Bartolomeu Rodrigues, Secretário de Cultura do DF
por Ana Maria Campos
Muita gente tem dito que a decisão do governo de suspender os eventos é correta, mas como ficam os produtores e agentes culturais que sofrem desde o início da pandemia
Estamos preocupados, neste momento, com eventos festivos, sobretudo aqueles que provocam aglomerações que fogem aos protocolos. No entanto, preservamos outras atividades, como cinemas e teatros. Não esqueçamos que o crescimento dessa nova onda do vírus coincidiu com o relaxamento das festas de fim de ano. Não havia outra saída.
O governo ofereceu apoio durante a pandemia. Mas o prejuízo agora, na véspera do carnaval, deve ser imenso, justamente quando havia expectativa de que a vida seria normalizada. Qual é a solução?
Em 2021, o DF pôs em execução o maior programa de apoio a produtores culturais de que se tem notícia no país. Não se deve desprezar esse dado. Grande parte dos projetos aprovados serão executados este ano, justamente em uma perspectiva de que 2022 será melhor. E será, tenho confiança, se fizermos a coisa certa. E estamos estudando uma forma de antecipar o primeiro bloco de aporte do Fundo de Apoio à Cultura (FAC), que está previsto para abril.
Você tem sido procurado por produtores com pedidos de ajuda?
Sempre. E tenho sentido, na grande maioria, um elevado espírito de responsabilidade. Exemplo disso é o setor carnavalesco, que manifestou publicamente apoio a medidas restritivas para preservar a saúde das pessoas. Em contrapartida, temos dialogado e apresentado alternativas para enfrentamento da crise.
Qual sua expectativa para a volta à normalidade? Acha que o DF chegará a um lockdown, apesar de o governador Ibaneis Rocha descartar a hipótese neste momento?
A velocidade para retorno à normalidade dependerá sempre de uma ação conjunta do governo com a sociedade. Felizmente, a população vem respondendo positivamente à vacina, o que nos deixa otimistas de que esse novo surto será breve. Ninguém quer lockdown.