Vitória do Fluminense expõe o que o Flamengo não tem no momento: pratas da casa decisivos

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Em 2018, o Flamengo virou jogo da Libertadores contra o Emelec, em Guyaquil, quando Vinicius Junior saiu do banco de reservas para marcar dois gols aos 18 anos. Um ano depois, Reinier foi importantíssimo na campanha do título do Campeonato Brasileiro. Decisivo, por exemplo, no triunfo contra o Fortaleza, na Arena Castelão. O time rubro-negro perdia a partida por 1 x 0 e o brasiliense, então com 17 anos, marcou o gol da vitória. O triunfo do Fluminense por 3 x 1 neste sábado, no Maracanã, expôs o contraste de duas políticas bem distintas.

Sem dinheiro para investimentos à altura do Flamengo, o Fluminense se vira como pode. Dá oportunidade aos meninos de Xerém e eles aproveitam. John Kennedy decidiu a partida para o tricolor com dois gols e o uruguaio Abel Hernández consolidou o importantíssimo resultado para a pretensão do clube: disputar a fase de grupos da Libertadores no ano que vem.

Seguro financeiramente, o Flamengo faz investimentos de altíssimo nível, consegue dar espaço a alguns meninos do Ninho do Urubu, mas eles travam justamente quando o elenco caríssimo e um tanto envelhecido precisa. Vitor Gabriel, por exemplo, não vem correspondendo. Está sentindo o peso de substituir Gabriel Barbosa e Pedro. Hoje, não é minimamente confiável.

Bem diferente de Rodrigo Muniz. Negociado com Fulham da Inglaterra, o centroavante garantiu seis pontos ao Flamengo nesta temporada nas vitórias contra o Coritiba na Copa do Brasil e o América-MG no Brasileirão e até mesmo na derrota por 3 x 2 para o Bragantino, no Rio. Quem tinha três centroavantes em alta, neste sábado não contou com nenhum na derrota para o Fluminense.

Por esses e outros motivos, o time de Marcão está vivo na briga por acesso direito à fase de grupos da Libertadores e o de Renato Gaúcho vê o sonho do tri virar pesadelo. Uma vitória do Atlético-MG contra o Cuiabá, em Belo Horizonte, pode liquidar o campeonato. Sim, há confronto direito no próximo domingo, mas a distância em número de pontos é altíssima.

Em 2008, Renato Gaúcho deu uma declaração esdrúxula. Havia levado o Fluminense à final da Libertadores e começou a dar de ombros para o Brasileirão. Disse que o time dele passearia na Série A. Perdeu o título continental e o tricolor brigou contra o rebaixamento até a última rodada. Treze anos depois, Renato tem um elenco caríssimo prestes a passar do sonho do tri ao passeio pelo Brasil para cumprir tabela atrás de um possível Atlético-MG campeão com rodadas de antecedência. Hoje, o badalado Flamengo está atrás do brilhante Fortaleza na classificação.

Com seus decisivos meninos de Xerém, o Fluminense faz o máximo para concluir a temporada de maneira digna. O troféu é a vaga na Libertadores. Com seus pratas da casa nada confiáveis em um momento de carência no elenco, o Flamengo arrisca terminar a temporada com apenas um título – o Estadual. Afinal, é impossível cravar que o time eliminará o Athletico-PR no duelo de volta das semifinais na próxima quarta-feira. Muito menos há garantia de sucesso em 27 de novembro na decisão da Libertadores diante do Palmeiras, em Montevidéu.

Vem aí uma semana tensa contra Ahletico-PR e Atlético-MG. A diretoria rubro-negra prestigiará Renato Gaúcho se o clube for eliminado da Copa do Brasil e perder em casa para o líder na semana que vem? Por sinal, Domenec Torrent e Rogério Ceni caíram justamente depois de derrotas para o Galo.

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Marcos Paulo Lima

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