Sim, a Itália não foi aquela que vimos contra Turquia, Suíça e País de Gales na fase de grupos. Evidentemente, todos analisavam com lupa a proposta da seleção mais brilhante da primeira fase. Logo, a facilidade da Squadra Azzurra não seria a mesma nas oitavas de final.
Coube à disciplinada Áustria a tentativa de ousar desconstruir o trabalho de Roberto Mancini. O técnico Franco Foda tentou, quase conseguiu, mas conseguiu fazer o adversário dançar conforme a música, ou melhor, a valsa de Viena, até o limite da prorrogação.
Para mim, a virtude da Itália foi a paciência. Inclusive para sofrer gol em impedimento no segundo tempo e esperar pela homologação do VAR. O tempo foi passando e o time entendeu que o jogo de posição, com ocupação de setores do ataque e deslocamentos para gerar espaço e confundir a marcação da Áustria não estava funcionando contra um antídoto muito bem preparado para o combate. O inimigo era mais fraco, mas tinha uma ideia para deter a Itália.
Franco Foda acumula 39 jogos à frente da Áustria. Duas vitórias dele são simbólicas. Ambas por 2 x 1, contra os campeões mundiais Alemanha e Uruguai. Era o trailer de que venderia caro a passagem às quartas de final. Tite, por exemplo, sofreu um pouquinho no primeiro tempo contra a Áustria naquele último amistoso antes da Copa do Mundo da Rússia, em junho de 2018. O placar elástico de 3 x 0 passou a ideia de que havia sido fácil, só que não.
Além de paciência, a Itália teve banco de reservas para mudar o jogo. Inegavelmente, há mais talento entre os suplentes dos campeões europeus de 1968. As entradas de Pessina e de Chiesa mudaram a Itália nos setores em que o time fraquejava contra a Áustria. Não por acaso marcaram os gols do triunfo. Locatelli, Belotti e Cristante também foram fundamentais. Destaco, ainda, o papel de Jorginho. Que atuação fantástica do brasileiro naturalizado.
A Itália terá pela frente o atual campeão, Portugal, ou a Bélgica, terceira colocada na última edição da Copa do Mundo. Independentemente do sobrevivente, o adversário será fortíssimo na próxima sexta-feira. Os italianos terão um dia a mais de descanso do que o novo rival.
Na outra partida do dia, a Dinamarca atropelou o País de Gales. A seleção de Gareth Bale foi uma caricatura no segundo tempo. Um time entregue, totalmente rendido ao adversário. A Dinamarca não alcançava as quartas de final desde 2004. Trata-se de uma seleção traiçoeira. Em 1992, conquistou o título depois de entrar no torneio como convidada no lugar da Iugoslávia. Foi a sensação da Copa de 1986 como estreante. Chegou às quartas em 1998.
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