Na semifinal da Libertadores do ano passado, a não utilização do Árbitro de Vídeo (VAR) num lance em que Scocco tentou driblar Iván Marcone, do Lanús, e viu o zagueiro desviar a bola com a mão, virou um “incidente diplomático” para a Conmebol. O clube argentino protestou com veemência contra a arbitragem do juiz colombiano Wilmar Roldán. Um dos ajudantes do homem do apito no duelo de 1º de novembro de 2017 era o uruguaio Andrés Cunha. Um dos responsáveis pelo VAR naquele dia, ele ficou marcado por não ter acusado o lance polêmico para Roldán no Estádio Ciudad de Lanús. Por ironia do destino, o mesmo árbitro foi decisivo na eliminação tricolor na noite desta terça-feira, em Porto Alegre. Desta vez, com o apito e auxílio do VAR.
Assim como em 2017, o personagem do lance polêmico voltou a ser Scocco. Andres Cunha e os auxiliares de imagem acusaram toque de mão do zagueiro Bressan. Pity Martínez cobrou e decretou o fim do sonho do bicampeonato do Grêmio, o tetra na história da Libertadores. Achei pênalti. Andres Cunha se redimiu.
Na semifinal do ano passado, o árbitro Wilmar Roldan foi auxiliaddo por Alexander Guzmán e Cristian de la Cruz. No VAR, estavam Andrés Cunha (Uruguai), Gery Vargas (Bolívia) e Nicolás Tatán (Uruguai). Se errou feio em 2017, a ponto de ter a indicação para o Mundial de Clubes da Fifa do ano passado ridicularizada, acertou no lance crucial desta terça.
Não acho que esse lance determinou a eliminação do Grêmio. Para mim, Everton “Cebolinha” não poderia ter perdido aquele gol “feito” no segundo tempo. Era para ter lacrado o River Plate. Não se brinca com uma camisa pesada dessas em amistoso, imagina em uma semifinal de Libertadores. Pode até ter faltado ritmo de jogo a um jogador que estava parado havia 24 dias, mas, cá entre nós, Everton estava cara a cara com Armani.
A triste eliminação do Grêmio pode ter marcado o fim da era Renato Gaúcho no Grêmio. O técnico campeão da Copa do Brasil, da Libertadores, do Campeonato Gaúcho e da Recopa Sul-Americana não merecia que fosse assim, principalmente, sem as principais peças: Luan, Everton “Cebolinha” e Kannemann. A pressão do Flamengo será grande para tê-lo. Caberá ao Grêmio abrir mais ainda o cofre para segurá-lo na próxima temporada.
Um último detalhe: há quem insista em enxergar os clubes argentinos como aqueles times dos anos 1970, 1980, 1990, ou seja, catimbeiros, que brigam mais do que jogam bola. Sejamos honestos: o River Plate jogou muita bola em Porto Alegre.
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