Vice da CBF pela Região Nordeste ironiza pressa de Del Nero para eleger substituto de Marin, diz que enterraram “um morto vivo” e desconfia da carta de renúncia do cartola preso nos Estados Unidos

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Presidente da Federação Catarinense de Futebol, vice mais velho da Confederação Brasileira de Futebol — 74 anos — e virtual mandatário da CBF caso Marco Polo Del Nero seja banido da entidade pela Comissão de Ética da Fifa, Delfim de Pádua Peixoto Filho não é o único descontente com a eleição convocada às pressas para eleger o substituto de José Maria Marin na função de vice pela região Sudeste. Preso nos Estados Unidos, Marin não ocupa a vaga desde a operação deflagrada pelo FBI para investigar a corrupção na Fifa.

José Maria Marin teria enviado ao presidente licenciado da CBF, Marco Polo Del Nero, uma carta de renúncia em 27 de novembro. No entanto, Gustavo Feijó, mandatário da Federação Alagoana de Futebol e vice da CBF pela Região Nordeste, desconfia da autenticidade do documento e é mais uma pedra no sapato do grupo de Marco Polo Del Nero.

“Encomendaram o caixão, cavaram a cova, mas o morto estava vivo”, ironiza Gustavo Feijó em entrevista ao blog. “Se essa carta existe desde 27 de novembro, por que só apareceu agora?”, questiona o cartola alagoano. “É no mínimo estranho. O documento não está registrado em cartório nenhum, em nada, surgiu de uma hora para outra. Por que não foi apresentado no dia da assembleia, quando convocaram as federações para anunciar a eleição”, estranha Feijó.

Presidente licenciado da CBF, Marco Polo Del Nero indicou o vice pela Região Centro-Oeste e deputado federal (PP-ES), Marcus Vicente, para ocupar o cargo interinamente. No entanto, a Comissão de Ética da Fifa pode afastá-lo em definitivo da entidade. Neste caso, Delfim Peixoto, 74 anos, vice da CBF pela Região Sul, assumiria o cargo. Porém, ele é inimigo político de Del Nero. Em uma manobra, ele convocou eleições para vice a fim de que o Coronel Nunes,77, presidente da Federação Paraense, assuma o cargo de vice pela Região Sudeste, ocupado por José Maria Marin, que cumpre prisão domiciliar nos Estados Unidos.

Segundo a CBF, Marin teria enviado uma carta de renúncia à entidade, o que possibilitaria a convocação da eleição para vice da CBF. Dois dos cinco vices — Delfim Peixoto e agora Gustavo Feijó — contestam a documentação, dando início a uma batalha no tapetão.

Antes de o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TRJR) suspender a eleição da CBF, as oito federações da Região Nordeste vinculadas a Gustavo Feijó protocolaram um documento na CBF solicitando o cancelamento da eleição para vice-presidente. O secretário geral da entidade, Walter Feldman, negou o pedido e a CBF garante que a eleição será nesta quarta.